Quem sou eu

Minha foto
Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

'ATCHIM !!!' - Por Que Espirramos ?

MEOR HASHABAT SEMANAL - por Gerson Farberas




 Você já se perguntou por que é costume dizer “Saúde!” quando alguém espirra, mas não quando tosse ou qualquer outra manifestação de nossos corpos?

Na verdade, é bastante notável que seja um costume mundial desejar boa saúde ou uma bênção ao ouvir alguém espirrar. Em hebraico a expressão é “labriut – para a sua saúde” e da mesma forma em espanhol é “salud”, “God bless you” em inglês, enquanto em alemão e iídiche é alguma versão de “gezundheit!” Qual a razão deste fenômeno global que envolve o ato de espirrar?

Há uma passagem fascinante no Talmud que está relacionada à porção desta semana da Torá. Na leitura da Torá desta semana encontramos:

“Foi dito a Yossef (José): ‘Seu pai adoeceu’. Ele (foi ver seu pai e) levou consigo seus dois filhos, Menashe e Efraim” (Gênesis 48:1)

O Talmud (Baba Metsia 87a) comenta este versículo e nos ensina um fato intrigante: “Até a época de Yaacov (Jacob) não havia fraqueza ou qualquer debilidade física que precedesse a morte. Yaacov orou por misericórdia Divina e a fraqueza que geralmente precede a morte veio ao mundo”.

Em outras palavras: antes de Yaacov as pessoas morriam repentinamente e sem aviso prévio. Yaacov orou para que o Todo-Poderoso permitisse que eles/elas sentissem que a sua morte estava se aproximando e, portanto, lhes desse a oportunidade de colocar seus negócios em ordem antes de falecerem.

Isto foi particularmente importante para Yaacov porque ele queria reunir seus filhos ao seu redor e dirigir-lhes palavras de despedida quando a sua morte fosse iminente. Uma das razões para isso foi que havia algumas críticas que ele queria fazer a alguns de seus filhos, e ele só queria fazê-las quando estivesse em seu leito de morte (expliquei o motivo disso em colunas anteriores). Na verdade, Moisés aprendeu esta lição com Yaacov e fez o mesmo - esperou até os últimos dias de sua vida para dirigir ao povo judeu suas críticas finais.

É claro que, se não havia enfraquecimento antes da morte, surge a seguinte questão: Antes da época de Yaacov, as pessoas simplesmente morriam repentinamente? Em outras palavras: como era seu processo de morte?

Há um Midrásh (uma antiga coletânea de explicações bíblicas dos tempos talmúdicos) conhecido como “Pirkei D’Rabi Eliezer – Os Capítulos do Rabino Eliezer”. Esta obra, uma coletânea de cerca de 54 capítulos de história que tratam principalmente do Livro do Gênesis, tem pelo menos 1.200 anos e pode até estar próxima de 2.000 anos.

Nele (capítulo 52) encontramos uma elaboração da passagem acima mencionada no Talmud:

“Desde o dia em que o céu e a terra foram criados, ninguém jamais ficou doente; se alguém estivesse na estrada ou no mercado, espirrava e sua alma saia pelas narinas. Até que nosso Patriarca Yaacov orou a D’us sobre isso, dizendo: ‘Senhor de todos os mundos! Não tire a minha alma de mim antes que eu tenha a oportunidade de dar instruções aos meus filhos e à minha casa'. D’us concordou com ele, como diz o versículo: 'Depois desses acontecimentos, foi dito a Yossef: 'Eis que seu pai está doente’. Todos os povos do mundo ouviram falar disso e ficaram surpresos, pois nada parecido havia acontecido desde que o céu e a terra foram criados.”

Assim, conclui o Midrash, desejamos ‘vida’ a quem espirra, uma vez que isso costumava representar o início da morte. 

Curiosamente, existe um reflexo involuntário de fechar os olhos ao espirrar e é um daqueles mistérios científicos que não tem uma resposta realmente conclusiva sobre por que o corpo faz isso. Muitas vezes me perguntei se os dois conceitos estavam relacionados.

Ainda assim, pode-se perguntar por que o espirro foi escolhido como o processo para o início da morte?

Quando D’us criou o ser humano, a Torá afirma: “E D’us formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas a alma da vida; assim, o homem tornou-se uma alma vivente” (Gênesis 2:7). 

À medida que a alma humana entra por nossas narinas, poderíamos nos aventurar a concluir que talvez seja apenas natural que a pessoa devolva a sua alma ao Criador numa inversão deste processo: um espirro. Então Yaacov pediu ao Todo-Poderoso para que o processo de morte fosse prolongado e envolvesse um declínio físico do próprio corpo.

Assim, no Livro do Gênesis encontramos duas versões da mistvá (mandamento) de visitar os enfermos: 1) Quando o Todo-Poderoso foi visitar Abraão após a sua circuncisão e 2) quando Yossef levou seus dois filhos para visitar seu pai Yaacov, que adoeceu antes de sua morte.

Estes dois exemplos de bikur holim – visitar os doentes – têm duas propostas distintas e únicas para cada um. 

No primeiro exemplo, quando o Todo-Poderoso veio visitar Abraão, Ele veio para fortalecer e rejuvenescer o seu espírito, e este é um componente fundamental para que o enfermo seja colocado no caminho de retornar à boa saúde anterior.

Mas há outro exemplo de bikur holim, em que a pessoa está com uma doença terminal e, muito provavelmente, não vai se recuperar. Alguém que visita os enfermos nesta situação tem de estar ciente das questões mais amplas em jogo.

 Essa visita torna-se um reconhecimento do impacto que a pessoa causou neste mundo e do legado que deixa. É por isso que Yossef trouxe seus dois filhos para se encontrarem com seu pai e receberem a bênção final de Yaacov para eles.

Ao cumprir a mitsvá de bikur holim é necessário entender que não se trata simplesmente de aparecer no quarto em que está a pessoa doente. 

É importante considerar por que estamos indo e o que estamos tentando realizar com essa visita. Desta forma podemos realmente ajudar a pessoa que visitamos – e só assim cumprimos devidamente a mitsvá de bikur holim.

Saúde a todos!




Assuntos Principais da Parashá VAIEHI - Beit Hassofer

 



O testamento de Iaacov para Iossef, o filho predileto (47:28-31).

 

Iaacov ganha merecidos dezessete anos de sossego no Egito. Rodeado por sua numerosa família, agora reunida, deleita-se com a proximidade do seu filho predileto Iossef e seus dois netos, que não conhecera desde a infância, Efraim e Menashe. Na idade de 147 Iaacov sabe que seus dias estão terminando e manda chamar Iossef e os netos para prestar testamento e orienta-los sobre seu funeral. Ele sabe que por ser Iossef o governador de todo o Egito, cuidará para que tudo transcorra conforme sua vontade.

Iaacov pede e faz jurar a Iossef que não o sepultará no Egito. Iaacov quer ser sepultado na Mearát Hamachpelá ao lado de Lea, junto a seus antepassados: Adam e Chava, Avraham e Sarah, Itschak e Rivka. Na continuação da narrativa (40:7), Iaacov se desculpa por não ter sepultado Rachel, mãe de Iossef, na Mearát Hamachpelá, insinuando que agiu deste modo por orientação Divina. Rachel, enterrada a caminho de Israel, rogará futuramente por seus filhos desterrados, do lugar de seu sepultamento em Bêt Lechem.

 

A benção de Efraim e Menashe (48:1-22).

 

Iossef apressa-se à presença do pai, depois que um emissário chega com a notícia: Iaacov está prestes a falecer. Iossef se faz acompanhar pelos dois filhos e prostra-se diante da cama de Iaacov. Seu pai lhe conta que o Altíssimo o fez profetizar que um de seus filhos se tornaria em duas tribos. Este mérito foi concedido a Iossef, cujos filhos Efraim e Menashe contariam agora entre as tribos de Israel.

Iaacov pede para abençoar os dois netos e Iossef dirige-se até o pai com Menashe o primogênito à sua direita e Efraim à esquerda. Iaacov cruza as mãos e coloca a direita sobre Efraim e a esquerda sobre Menashe, abençoando-os. Iossef pensa que isto é da idade avançada do pai, que já vê com clareza e se apressa a consertar o engano. Mas Iaacov recusa, explicando Menashe é o primogênito e ele também será abençoado, mas Efraim será maior que ele e por isso merece ser abençoado com sua destra.

 

As bênçãos para os filhos (49:1-28).

 

Iaacov pede para que os outros filhos entrem, ouçam suas palavras e sejam abençoados. Palavras que definirão a essência e função de cada filho, além de palavras proféticas sobre o que aguarda seus descendentes no futuro.  As palavras de Iaacov são intercaladas com reprimendas, na sua maior parte de forma concisa e onde o oculto supera o revelado:

Reuven – primogênito de Iaacov, a ele estava reservada a coroa do sacerdócio, que ficou sendo outorgada a Levi. A impetuosidade minou dele este direito.

Shimon e Levi – Iaacov sublinha em especial a dura característica comum destes dois filhos, que culminou no massacre da população de Shechem e na trama para matar Iossef. Com a finalidade de separá-los, Levi não será mais contado entre as tribos e em seu lugar será adicionado um dos filhos de Iossef.

Iehudá - dotado da capacidade de liderar, é dele que sairá a dinastia monárquica de David, ficando a derradeiro reinado com Mashiach.

Zevulun – seu quinhão de terra será à beira-mar e seus descendentes se ocuparão com o comercio. Seus lucros financiarão o estudo de Tora da tribo de Issachar.

Issachar – esta tribo se dedicará exclusivamente ao estudo da Tora e seus descendentes serão os futuros legisladores de Israel.

Dan – Iaacov profetiza sobre a força do Juiz de Israel Shimshon, descendente de Dan.

Gad – seu nome denota a palavra “Gdud” – batalhão militar. Os descendentes de Gad formarão a linha de frente nas guerras de Israel.

Asher – esta tribo será abençoada com plantios de olivas de qualidade superior, que abastecerão Israel em fartura, com o melhor azeite.

Naftali – herdará o vale de Guinossar será abençoada com frutos de rápido amadurecimento.  

Iossef – o filho predileto e singular será recebe palavras de louvor a granel e bênçãos exclusivas. Em suas palavras, Iaacov lembra o que tramaram os irmãos contra ele e seu sucesso, em especial pelo fato de estar vivendo em exílio no Egito.

Benjamim – é lembrado de forma insinuadora o fato de o Bêt Hamicdash estar localizado em suas terras e de alguns de seus descendentes, como o rei Shaul, Mordechai e Ester se tornar lideres e salvadores de Israel em épocas distintas.

 

Testamento e despedida (49:29-33).

 

Iaacov repete diante dos filhos seu desejo de ser sepultado na Mearát Hamachpelá, onde foram enterrados Adam e Chava, Avraham e Sarah, Itschak e Rivka e nela Iaacov sepultou Lea. Após abençoar e ordenar os filhos, Iaacov juntou os pés e “juntou-se ao seu povo”.

 

Iaacov recebe honrarias de reis (50:1-14).

 

Iossef irrompe em prantos, atira-se sobre o pai e beija-o como forma de despedida. Logo, ordena aos embalsamadores do Egito que preparem o corpo de Iaacov. São decretados no Egito setenta dias de luto como sinal de amor e admiração por Iaacov.

Após receber uma autorização especial do Faraó, Iossef sai à frente dos irmãos em caravana para acompanhar e dar honrarias finais antes do sepultamento de Iaacov. A caravana faz-se acompanhar por cavaleiros e carruagens à terra de Canaã, até a Mearát Hamachpelá, em Hevron. Os habitantes da terra de Canaã e seus reis se impressionaram com a grandiosa caravana que vem do Egito e juntaram-se a ela durante a procissão. Deste modo, Iaacov Avinu teve o mérito de um funeral de reis, do qual fazia por merecer. 

 

Os irmãos temem por vingança (50:15-21).

 

Após a morte de Iaacov os irmãos de Iossef temem que agora que o pai já não está presente, ele se vingará sobre o mal que lhe haviam feito. Foram então de livre vontade a Iossef, jogaram-se aos seus pés e se ofereceram como escravos para se safarem da vingança.

Iossef o Tsadik chora ao ver os irmãos se humilharem diante dele e promete que de sua parte não há ressentimento nem vontade de lhes fazer qualquer mal. Iossef explica que mesmo se tivessem algum pensamento mal no ato de sua venda, ele o aceitou com amor pelo fato da Providência Divina o ter levado ao Egito e deste modo ele poder ter salvo o mundo da fome. Iossef promete aos irmãos que continuará a mantê-los e a zelar por eles como antes.

 

O testamento de Iossef (50:22-26).

 

Iossef ganha o mérito de ver netos e até mesmo bisnetos em vida, chegando aos 110 anos de idade. Antes de sua morte, ordena em seu testamento aos irmãos, numa espécie de profecia, que um dia D-us fará os filhos de Israel subir da terra do Egito. Iossef ordena aos irmãos que digam a seus filhos e os filhos dos seus filhos, que ao chegar a ordem Divina para subirem da terra do Egito, devem levar seus ossos para serem sepultados na Terra de Israel.

 

Esta parashá contém 85 versículos. 

Meór HaShabat Semanal - Porção Semanal da Torá: Vaigash Bereshit (Gênesis) 44:18-47:27

O Mais Popular Semanário Eletrônico Do Mundo Judaico! 11 – Tevet – 5784 23 – dezembro – 23

Esta edição é dedicado à pronta libertação dos que estão prisioneiros em Gaza

ESTA EDIÇÃO é DÉDICADA EM MEMÓRIA DE TODOS OS 

FALECIDOS NOS ATAQUES EM ISRAEL

BOM DIA! Muitas pessoas me perguntam: “Se somo naturalmente gentis e preocupados com os demais, por que precisamos trabalhar tão duro para nos dar bem uns com os outros?”.

Para responder, gostaria de compartilhar com vocês, meus queridos leitores, 2 artigos que saíram em edições do Shabbos Menu, um fantástico informativo publicado semanalmente pela The Chofetz Chaim Heritage Foundation (https://cchf.global/shabbos/). Eis o primeiro:

O gabai (secretário) do Belzer Rebe havia falecido e a família estava sentada de shivá (o período de luto de uma semana).

Certa noite, um senhor de idade entrou na casa e sentou-se. Embora tenha se comportado discretamente, ele atraiu a atenção dos outros visitantes. Ao contrário de todos os outros que estavam vestidos com roupas de estilo hassídico, o homem estava barbeado e usava um kipá de tricô.

Por fim, encontrou um lugar em frente aos enlutados e relatou que havia conhecido seu pai em um campo de concentração. Ele veio prestar seus respeitos e disse: “Seu pai salvou a minha vida!"

Ele começou a descrever a fome devastadora que sofriam no campo de concentração e suas tentativas desesperadas de encontrar qualquer coisa que pudesse comer para se manter vivo. Como último recurso, ele decidiu vasculhar o lixo do campo, na esperança de encontrar um raro pedaço de alimento que não foi consumido por homem ou animal. Ele se arrastou até o lixão, exaurindo suas últimas forças, porém em uma busca infrutífera, e rastejou de volta para o barracão de mãos vazias.



Mesmo assim, no dia seguinte ele tentou novamente. Novamente, não havia nada - nem uma casca, nem um osso, nem uma crosta. Claramente a ideia era inútil; porém no dia seguinte ele resolveu tentar novamente. Ele queria tão desesperadamente viver...

Entretanto, desta vez, o mau cheiro, a exaustão e a fraqueza o dominaram. Ele começou a mergulhar em depressão. Talvez, afinal, não houvesse razão para agarrar-se à vida.

“Foi então que vi seu pai", o homem explicou. “Vendo a fome estampada em meu rosto e a depressão emanando de todos os meus poros, seu pai estendeu seus braços ao meu redor no primeiro abraço - o primeiro contato humano – que tive em anos”.

“Ele me disse que, por mais difíceis que as coisas estavam sendo, nem sempre seria assim. Os nazistas perderiam, teríamos comida e a vida voltaria a ser normal. ‘Não perca a esperança, meu amigo”, disse ele. Ele me abraçou por um longo tempo e me senti revivendo. Não, seu pai nunca me deu comida, mas o que ele me deu — esperança e amor — foi o presente que salvou minha vida."

E o segundo artigo:

Estacionado do lado de fora da loja de brinquedos, esperando que seu passageiro saísse, o taxista não estava muito feliz em ver o policial de trânsito se aproximando com um bloco de multas na mão. Ele sabia que ali era proibido parar, mas esta era uma emergência. Por outro lado, o motorista do táxi também sabia muito bem que o policial não abriria uma exceção para ele.

No momento em que o motorista recebeu a multa de 100 shekels, o passageiro chegou com uma grande caixa de papelão contendo um carro grande para criança e outros brinquedos. O Rabino Efraim Holtzberg, conhecido líder comunitário em Jerusalém, tinha comprado estes brinquedos para um propósito muito especial - trazer conforto a uma criança que ficara órfã, o primeiro e único filho de Kim Levengrond Yechezkel que, juntamente com Ziv Hajbi, havia sido assassinada por um terrorista palestino na zona industrial de Barkan dia 7 de outubro de 2018 (https://hamodia.com/2018/10/09/skies-shattered-us/).

O Rabino Holtzberg observou o policial parado junto ao táxi. Ele pensou consigo mesmo: “Será que ele multaria o taxista se soubesse que ele está apenas tentando facilitar um ato de Hessed (bondade) para um garoto que está passando por um momento muito difícil?” O rabino decidiu conversar com ele.

”Boa tarde, senhor policial!”, o rabino cumprimentou. “Permita-me lhe dizer para quem são esses brinquedos. São para o filho da vítima do terrorista de Barkan”.

Instantaneamente a expressão do rosto do oficial mudou de "Não me interessa" para ... pura aflição. E irrompeu em lágrimas.

“Rabino, sinto muito, mas não tenho como cancelar a multa”. Colocando a mão no bolso, ele disse: “Mas eu vou pagá-la". Pegou uma nota de 100 shekel e entregou-a ao taxista. E então ele voltou-se para a loja de brinquedos e perguntou: "O que mais posso comprar para ele?"

"Fiquei boquiaberto", comentou o rabino Holtzberg ao relatar a história. "Eu não esperava que minhas palavras tivessem qualquer influência. Vocês tinham que ver o coração de ouro de um policial de trânsito".

Mais tarde, naquele mesmo dia, o Rabino Holtzberg, acompanhado pelo Rabino Mordehai David Levin, neto do Rabino Arie Levin Z”TL, chegou à casa da família enlutada na cidade de Rosh Haain. Eles traziam consigo um grande sortimento de brinquedos – cada um deles revestido do amor de uma pessoa por outra – mesmo que não se conheciam pessoalmente.

Quando mergulhados na correria do nosso dia-a-dia, nem sempre gostamos daquilo que vemos nas outras pessoas. Porém, precisamos saber que temos uma perspectiva limitada e uma compreensão restrita do que os outros estão passando naquele momento. Às vezes o que intelectualmente sabemos não se ‘encaixa’ bem com as nossas emoções e expectativas.

É muito importante que cada um de nós se treine para encarar positivamente cada situação e gostarmos uns dos outros. Pelo ponto de vista da Torá, nos darmos bem uns com os outros é algo essencial e todo esforço é válido e necessário para atingirmos este nobre objetivo!

Porção Semanal da Torá: Vaigash Bereshit (Gênesis) 44:18-47:27

Encerramos a porção da semana passada com Yossef afirmando que iria manter Benjamim preso como escravo por ter roubado uma taça de vinho. Yehuda desafia esta decisão e oferece-se para ficar como escravo no lugar de Benjamim. Yossef é tomado pela emoção, manda os egípcios saírem do salão e revela a sua verdadeira identidade aos seus irmãos. Os irmãos ficam chocados!

Suspeitam que talvez Yossef fosse vingar-se pelo que lhe fizeram no passado, mas aceitam sua oferta de trazer toda a família para morar no Egito. Yaacov, a princípio, fica estarrecido e não acredita nas novidades que seus filhos lhe contam, mas fica muito ansioso para rever seu filho Yossef após 22 anos.

A Torá recorda as 70 almas judias que desceram ao Egito. Yaacov se reencontra com Yossef, reúne-se com o Faraó e estabelece-se, com toda a sua família, no distrito de Goshem. Como a fome continuava, Yossef supre todo o povo egípcio com a comida armazenada durante os sete anos de fartura.

Horário de Acender Velas de SHABAT: (22 de dezembro)

S. Paulo: 18:32 h Rio de Janeiro 18:17 Recife 17:15 Porto Alegre 19:05 Salvador 17:39 Curitiba 18:47

B. Horizonte 18:14 Belém 17:58 Brasília 18:22 Jerusalém 15:59 Tel Aviv 16:20 Miami 17:15 Nova York 16:12

Pensamento da Semana:

“Toda pessoa que encontramos na vida é um teste para nós.

E são maravilhosas oportunidades de atingirmos a grandeza!”

Rabino Avigdor Miller (EUA, 1908-2001)

Palestina e sua identidade nacional – Jayme Fucs Bar


Existiu um povo antigo que viveu na planície costeira da terra de Israel. Ele chegou nessa região durante o século XII aC. e seu nome ficou conhecido na história como filisteu. Sua origem indica uma forte conexão com a antiga cultura grega micênica e, apesar de serem conhecidos como filisteus, não sabemos realmente seu nome.

O que sabemos é que esse povo vivia nas ilhas do Mar Egeu, hoje ilhas Gregas e que, provavelmente, por causa de um grande terremoto ou causas climáticas, tiveram que abandonar seu habitat original.

Os filisteus abandonaram seu território e emigraram para a costa da área litorânea, que hoje corresponde as cidades de Asdod, Asquelon e Gaza. Na Bíblia podemos ler muito sobre os filisteus, principalmente no livro de Samuel, onde esses locais aparecem como "terra dos Plistin" (terra dos filisteus).

Esse apelido foi dado pelos próprios israelitas e é um nome pejorativo que vem da raiz da palavra hebraica POLES, que quer dizer INVASOR. Esse povo também vai aparecer na bíblia com um outro apelido, também pejorativo, de GOY YAM (os gentios do mar). Mas o uso do nome Plistin (filisteus) será o nome que ficará consagrado e conhecido na História.

O Povo Filisteu, como muitos outros povos da região como os Fenícios, Cananeus, Amonitas, Moabitas, Edomitas etc., vão desaparecer da história em consequência das invasões dos grandes impérios, que conquistaram toda essa região. Sabemos que os Filisteus deixaram de existir na conquista dos Babilônios em 604 aC.

O uso do nome “Philisteia”, hoje Palestina, foi usado para definir uma localização geográfica por um grande historiador da época antiga chamado Heródoto, que viveu no século V aC.

Segundo seu depoimento, ele visitou a planície costeira da Terra de Israel nas cidades de Gaza e Ashkelon, e lá ele aprendeu sobre os filisteus que viveram na região e foram exterminados sobre o domínio de Nabucodonosor, o rei da Babilônia. Daí o nome que Heródoto deu em seus escritos a esse pedaço de terra: Philisteia, mais tarde Palestina.

No entanto, o nome Yehuda (Judá) vai prevalecer como o grande nome dessa região, assim conhecida entre as nações do mundo antigo. A prova disso foi quando o Império Romano, em 63 a.C, assumiu o controle de Israel e chamou essa região de "Província de Judá".

Este nome também aparece nas moedas da vitória de Vespasiano, depois que seu filho Tito derrotou a grande rebelião judaica e destruiu o segundo Templo. Na moeda está escrito: Judea capta (Judéia conquistada).

Então como acontece a mudança do nome dessa região de Judeia para Philisteia/Palestina?
Com a rebelião de Bar Kochba em 132 d.C., e em consequência da expulsão dos romanos da Judeia, o imperador Adriano vai ser humilhado por um pequeno grupo de guerreiros judeus, que conseguiu realizar uma proeza considerada única naqueles tempos. Expulsaram e aniquilaram o poderoso império romano da Judeia e se tornaram uma nação livre durante 3 anos e meio.

Essa realidade levou o Imperador Adriano a uma fúria imaginável contra os judeus. Ele reconquistou a Judeia em 135 d.C, realizando uma carnificina muito bem descrita na época pelo historiador romano Cassius Dio: "985 de suas aldeias foram arrasadas. 580.000 homens foram mortos e o número daqueles que morreram de fome, doenças e incêndios era incompreensível. Assim, quase toda a Judéia ficou desolada.”

Independente do número de mortos descritos pelo historiador romano Cassius Dio parecer bastante exagerado, a ideia aqui é descrever a vitória romana sobre os judeus, não somente pelo massacre, mas também pela grande vingança de Adriano. Veja como Cassius Dio descreve, ainda nesses dias em seus escritos o nome da região como Judeia. Porém, a partir desse momento tudo vai mudar nessa região, não só o nome.

O Imperador Adriano vai ter um só intuito: procurar apagar de uma vez por todas a memória dos judeus nessa terra. Ele não vai se contentar apenas em deportar milhares de judeus sobreviventes, agora como escravos, para outras regiões do Império Romano. Ele vai também mudar o nome de Jerusalém para Helia Capitolina, além de criar no local do templo dos judeus o templo de Júpiter.

Mas o mais importante será a mudança do nome oficial da província rebelde de Yehuda (Judá) para Philisteia ou Palestina prima e Palestina segunda, um nome que ele conhecia dos livros gregos de Heródoto.

Mais tarde, o nome Palestina torna-se a designação dominante para a Terra de Israel, que passou a fazer parte dos Impérios que vão governar futuramente essa região (romanos, bizantinos, árabes, cruzados, mamelucos, turcos até chegar no Mandato Britânico).

Como surgiu a identidade nacional Palestina?

Importante entender que, anterior ao Mandato Britânico, nunca houve um país ou uma Identidade nacional chamada Palestina. A população que vivia nessa região era, em sua grande maioria, de cultura árabe muçulmana. Estes chegaram a essa região através da Península Arábica em 632 d.C, dominando esse território por mais de 1300 anos até a conquista dos Ingleses e Franceses, em 1917.

A prova disso é que nos primeiros conflitos entre árabes e judeus, durante o Mandato Britânico, a instituição mais importante que representava os árabes na região era o "Comitê Árabe Supremo", e nele não houve em momento qualquer menção sobre um povo chamado palestino.

De Fato, o termo "povo palestino" para designar os árabes da Terra de Israel aparece pela primeira vez na Carta Palestina da OLP, em 1964.

Portanto, ao contrário de outros povos do mundo que formaram a sua identidade nacional ao longo de muitos séculos, o povo palestino, como muitos povos dessa região, nasceu de repente, dentro de uma necessidade estratégica do que foi o retalhamento das terras do antigo Império Turco pelos ingleses e franceses, que criaram países e novas identidades nacionais inexistentes até aquele momento.

Não somente a Palestina, mas novos países e novas identidades nacionais surgiram como por exemplo a Jordânia, o Líbano, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes etc.

Muitos historiadores alegam que o nacionalismo palestino nasceu graças ao conflito árabe-israelense. Outros dizem que a criação da identidade nacional palestina deve a sua existência nacional ao movimento sionista. Se o Sionismo não existisse, os palestinos como uma nova identidade nacional não existiria. Provavelmente seriam parte desse novo país criado pelos ingleses chamado Jordânia.

Não existe para mim nenhuma discussão, dentro da realidade atual, sobre a criação de um estado palestino ao lado do Estado Judeu (dois povos dois países). Isso é uma necessidade estratégica para os interesses do Estado de Israel.

Eu sei que parece um paradoxo, mas é um fato. Sem o movimento sionista que tantos odeiam, não existiria o que hoje chamamos de povo palestino. E, se um dia o Estado Israel deixar de existir, o povo palestino também desaparecerá, pois ele nasceu por razões políticas, relacionadas ao interesse dos modernos conquistadores dessa região.

Os Ingleses e franceses, apesar de seu curto domínio nessa região (nada mais que 30 anos), deixaram seus rastros em todo o Oriente Médio. Isso é sentido até hoje entre judeus e palestinos, pois somos todos "herdeiros" desse caos criado por essas potências. Para mim pessoalmente fica sempre difícil ouvir seus pronunciamentos cínicos e hipócritas, quando falam sobre os conflitos entre Israel e palestinos, como se eles não tivessem culpa no cartório.

O que devemos saber de toda essa História?

Existe alguns fatos óbvios em todo esse meu relato, que são importantes para vocês saberem e terem isso muito claro. Vivemos num mundo conturbado de desinformação e de criação de novas realidades e mentiras. Gostaria de resumir cinco fatos importantes do meu texto:

1. Os Israelitas (judeus) são como os índios brasileiros. O povo originário da terra de Israel ou, se desejarem, originário da região da Judeia/Palestina;
2. Os Israelitas (judeus) são um povo de 3.500 anos, que sobreviveu na história. Sua cultura, história, tradição e religião são inseparáveis da Terra de Israel;
3. O Povo que hoje se auto define como palestino não tem nenhuma relação com o povo filisteu, que viveu na Antiguidade. Nem sua cultura, história, tradições ou religião;
4. Na modernidade surgiram vários movimentos nacionalistas e, com isso, um novo povo se autodenominou palestino. Porém sua origem é da Península Arábica. Sua cultura e tradição são árabes e, na sua maioria, muçulmanos;
5. Os palestinos, assim como a Jordânia, Líbano, Arábia Saudita, Emirados Árabes entre outros foram criados pelos ingleses e franceses, a partir dos anos 40. Eles se transformaram em novos países e povos na região. Em comum todos são árabes de maioria muçulmana. Mas, como uma nova nação, carecem de uma identidade nacional ainda sem raízes, sem história e sem tradições.

Assuntos Principais da Parashá VAIESHEV - Beit Hassofer


 


Os sonhos de Iossef, o filho predileto (37:1-11).

 

A família de Israel fixa residência na terra de Canaã. Os filhos de Iaacov seguem a tradição de seu pai e se ocupam do pastoreio. Iossef é filho temporão e predileto de Iaacov e por isto é odiado pelos irmãos. Iossef, de sua parte, alimenta o ciúme-ódio dos irmãos sendo rigoroso no cumprimento dos detalhes da lei, além de relatar ao pai as atitudes dos irmãos quando estas não lhe parecem corretas. Iaacov também desperta o ciúme dos irmãos ao confeccionar para Iossef uma túnica especial listrada, em detrimento aos demais, como conta a Torá.

   A tensão aumenta quando Iossef conta aos irmãos e ao pai dois sonhos com forte significado. No primeiro sonho, os irmãos estavam amarrando feixes. O feixe de Iossef ergue-se ereto enquanto todos os demais feixes formam um circulo e se inclinam para ele.  

Obviamente, os irmãos ficam extremamente irritados com as palavras de Iossef e retrucam: “Você quer ser nosso rei, quer governar sobre nós??”

Isto fez com que o ódio que os irmãos nutrem por Iossef cresça ainda mais.

A narrativa do segundo sonho irritou até mesmo seu pai Iaacov. Neste sonho, o Sol, a Lua e onze estrelas se prostram diante de Iossef. Em suma, também seus pais – o Sol e a Lua, se prostrariam ao jovem Iossef. Mas Iaacov, diferentemente dos irmãos consumidos pela inveja, compreende o motivo da ira, pois os sonhos de Iossef não são desprovidos de sentido e Iaacov guarda consigo a narrativa destes sonhos esperando pelo desenrolar dos acontecimentos futuros.

 

 

Os irmãos vendem Iossef (37:12-36)

 

            Os filhos de Israel saem ao campo para pastorear o rebanho. Iossef, que havia permanecido junto ao pai é enviado por ele para indagar sobre o bem esta dos irmãos e retornar para informá-lo.

            Ao perceberem que Iossef se aproxima, os irmãos tramam matá-lo. Mas o primogênito Reuven, sentindo-se responsável por ele, convence os irmãos a jogá-lo num poço e de não matá-lo. Reuven tencionava retirar Iossef do poço mais tarde e levá-lo de volta para casa. Quando Iossef se acerca, os irmãos o despem de sua túnica listrada e o desceram ao poço. Enquanto faziam uma refeição, por ali passava uma caravana de mercadores. Reuven não estava presente, e Iehudá, que desconhecia as intenções do irmão mais velho de resgatar Iossef, compreendeu que matá-lo no poço seria um ato demasiado extremo e sugeriu vendê-lo aos mercadores árabes. Iossef foi vendido e depois de muito circunlóquio acabou chegando como escravo no Egito. 

            Na sua volta, Reuven se espanta ao constatar que Iossef já não está no poço e rasga suas vestes como sinal de sofrimento e luto. Os irmãos voltam para casa trazendo consigo a túnica de Iossef banhada em sangue de cabra. O coração de Iaacov se rompe. Iaacov rasgou suas vestes, pôs um saco à cintura e disse: “A túnica é de meu filho... algum animal o comeu... devorado foi Iossef”!!!” Iaacov recusou-se a ser consolado pela morte do seu querido Iossef.

 

Iehudá e Tamar (38:1-30)

 

            Iehudá, que detinha o posto de liderança dentre a família de Israel, é demovido da sua grandeza por conta do episódio da venda de Iossef. Os irmãos, vendo a gravidade da sua atuação frente a angustia de seu pai, culparam Iehudá pela falta de ímpeto e liderança, quando não os impediu de vender Iossef.

            A Torá relata o casamento de Iehudá e os filhos que lhe nasceram. Conta também que Tamar, esposa de Er, filho mais velho de Iehudá, morreu por haver pecado e esposa de Onan, que também morreu pelo seu pecado. Tamar esperava poder desposar o terceiro filho, Shelá, o mais jovem dos filhos, mas Iehudá, por temer que ele tivesse o mesmo destino dos irmãos mais velhos viu por bem postergar o enlace, desculpando-se com Tamar por achar Shelá jovem demais para assumir compromisso de casamento. 

            Tamar, que era uma mulher justa e sabia não ser culpada pela morte dos filhos de Iehudá, sentiu-se prejudicada. Por conseguinte, após o falecimento de sua sogra, a esposa de Iehudá, plantou para Iehudá uma emboscada de sedução. Conhecendo o caminho que ele percorria até os tosquiadores do seu rebanho, sentou-se num lugar no caminho coberta com um véu, como faziam as meretrizes. Iehudá acostou-se com ela, e ela lhe pediu pagamento. Iehudá prometeu enviá-la um cabrito do seu rebanho. Tamar concordou, mas pediu um penhor. Iehudá deixou-lhe seu anel, manto e vara.  

            Iehudá cumpre sua promessa e envia por meio de um amigo o pagamento àquela mulher da qual deseja reaver os objetos pessoais que havia deixado como penhor. Mas não a encontra. Para sua surpresa e espanto, os habitantes locais desconhecem totalmente a existência da mulher que ele havia descrito. Na volta de seu amigo, Iehudá compreende que se havia enredado num episódio não muito agradável, quando objetos pessoais seus estariam em poder de uma mulher misteriosa. Contudo, nem mesmo o próprio Iehudá saberia até onde chegaria este incidente...

            Passados três meses, Iehudá soube que sua nora Tamar estava grávida. Visto que segundo a Halachá ela deveria contrair matrimonio com Shelá pela lei do Levirato (Iebum), Iehudá decretou que Tamar seria morta por queima.

            Tamar, uma mulher justa, não quis embaraçar o sogro Iehudá e por isso, antes de a levarem para ser punida, enviou-lhe discretamente seus objetos pessoais. Iehudá compreendeu a insinuação e admitiu ter sido ele quem a fizera errar duas vezes: a primeira quando não a deu seu filho Shelá e a segunda, por ter ele mesmo se deitado com ela.

            Tamar, cuja justeza ficou reconhecida publicamente, teve gêmeos de Iehudá, dois meninos que cresceram com Tsadikim no seio da comunidade de Israel: Perets e Zerach. 

           

Iossef na casa de Potifar (39:1-23)

 

            Iossef foi vendido como escravo para Potifar – oficial do Faraó, chefe dos verdugos. Potifar descobre rapidamente os raros talentos deste jovem escravo, além de perceber o caráter espiritual singular que o acompanha e traz bênçãos à casa. Potifar o promove então a capataz de todos os assuntos de sua casa.

            A esposa de Potifar se apaixona pelo jovem e belo hebreu e explora um momento em que não há ninguém em casa para seduzi-lo. Ela o agarra e Iossef vê-se numa situação em que tem que fugir da casa, mas acaba tendo que deixar seu manto nas mãos daquela que o estava segurando.

            Irada e como meio de defesa, a esposa de Potifar presta queixa de Iossef, como se ele a tivesse atacado, mostrando o manto que segurava como prova.

            Potifar se ira se manda Iossef para uma carceragem onde ficavam presos os servidores do rei.    

            Também na prisão Hashem fez os talentos de Iossef sobressaírem aos olhos do encarregado geral, que lhe delega toda a administração do presídio, função na qual Iossef também tem sucesso. 

             

 

Soluções para os sonhos dos Ministros presos (39:1-23)

 

            Dois novos presos chegam então a esta prisão: o copeiro e o padeiro do Faraó. Seus pecados? O copeiro havia servido ao rei um copo de vinho com uma mosca dentro e o segundo lhe serviu um bolo que continha cascalhos de pedra.

            Certa manhã, algo como um ano após estarem presos, Iossef os encontra com a face empalidecida. Naquela noite cada um havia sonhado um sonho que o deixou perturbado. Iossef, possuidor de inteligência e talento reconhecido, oferece ajuda para desvendar os significados daqueles sonhos.

            O copeiro disse que no seu sonho havia diante dele uma videira com três ramos que floresciam e que ele, o copeiro, segurava no copo do Faraó e nele espremia as uvas daquela videira, para servir ao rei.

            Iossef desvendou-lhe o sonho de imediato: os três ramos da videira indicavam um período de três dias. Espremer as uvas no copo do rei significava que dentro de três dias o Faraó o restituiria ao cargo. Iossef aproveita a oportunidade e pede ao copeiro que, quando estiver na presença do rei, lembre-se que fora ele quem lhe interpretara o sonho e lembre-se dele, um escravo hebreu que fora aprisionado sem que tivesse cometido pecado algum – para que o rei lhe conceda anistia.

            O padeiro, cheio de esperança, conta seu sonho a Iossef: nele, o padeiro vê três cestos ralos e no cesto superior havia de todas as comidas do Faraó; e uma ave as comida do cesto, que estava sobre sua cabeça.

           

            Desta vez a interpretação do sonho é difícil e cruel. Iossef diz ao padeiro que os três cestos indicam também eles um período de três dias. A ave que comia do cesto superior indica que dentro dele indica que dentro de três dias, quando ele fosse levado à presença do Faraó, seria sentenciado à morte por enforcamento e que uma ave lhe picaria a cabeça. 

            Haviam passado três dias e o Egito estavam em festa – era o dia do aniversário do Faraó. Sob ordem do rei, revisaram a ficha dos oficiais presos e este foi o veredito do rei: o copeiro deveria ser restituído ao seu posto anterior e o padeiro deveria ser enforcado. Tudo de acordo com a solução oferecida por Iossef, o justo.

           

            O copeiro voltou feliz a seu posto anterior, mas do querido Iossef – ele havia esquecido!  

Esta parashá contém 112 versículos

Postagens Anteriores

 
Copyright © 2011. Tropicasher - All Rights Reserved
Templates: Mais Template
{ overflow-x: hidden; }