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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Vivendo as "3 Semanas"com Emunah - 25 de Julho, 2019 -22 de Tamuz, 5779

 Vivendo as "3 Semanas"
com Emunah


Estamos no período chamado "Bein HaMeitzarim", quando lamentamos a destruição do Beit HaMikdash. Os Sifrei Chassidut nos relatam que esta é uma época em que Hashem está muito perto de nós. Ele está em meio a nós, sem um lar por assim dizer, esperando que proximemos Dele. O passuk em Eichah diz "כל רודפיה השיגוה בין המצרים - Todos os seus perseguidores a alcançaram entre os estreitos (Bein HaMeitzarim)." O Baal Shem Tov explicou que isto significa que -כל רודפי י-ה; todos os que perseguem Hashem agora, durante estes dias de Ben HaMeitzarim - podem alcançá-Lo.
Precisamos da ajuda de Hashem em inúmeras áreas, e agora Ele está muito acessível. Este é o momento em que deveríamos trabalhar com o nosso Ben Adam L'Chavero, pedindo perdão às pessoas e restaurando os relacionamentos. Esses são os atos que apressarão a vinda do Mashiach. Se uma pessoa pecou contra Hashem, ela pode fazer Teshuvá, e Hashem irá perdoá-la. Mas se uma pessoa machucou outro indivíduo ou o envergonhou, não é suficiente obter expiação de Hashem; ela precisa que a pessoa a perdoe também, caso contrário, o erro não será removido. Mas e se ela quiser pedir perdão, mas não consegue encontrar o indivíduo que prejudicou? O que resta a fazer então?
A amizade não tem fronteiras

Li uma história sobre o Rav Zalman de Volozhin, quando ele era apenas um adolescente estudando no grande Beit Midrash em Vilna. Certo dia, um menino de fora da cidade se aproximou dele, enquanto ele estava estudando, e disse que queria compartilhar um Chidush (insight na Torah) que havia aprendido em uma Mishnah, no Massechet Damai. O jovem Rab Zalman concordou e ouviu. Mas para ele, tal explicação não fazia sentido. E, sem pensar duas vezes, deu um comentário zombeteiro ao menino, que se afastou envergonhado. O jovem Rav Zalman voltou ao assunto em que estava absorto, porém mais tarde naquele dia, caiu a ficha: ele envergonhara e fora descuidado com outra pessoa. Imediatamente ele se levantou e foi procurá-lo para implorar seu perdão. Procurou por todo o Beit Midrash, mas não conseguiu encontrá-lo em lugar nenhum. Enquanto refletia na gravidade do que havia feito, começou a chorar. Perguntou a todos se conheciam esse menino, mas ninguém o conhecia.
Todos os dias depois desse episódio, ele passava de Shul em Shul tentando encontrá-lo. Ao não encontrá-lo nos Shuls, se dirigia a diferentes lojas. Procurava nas ruas, mas não conseguiu encontrá-lo em lugar nenhum. Parece que aquele menino viera a Vilna só por um dia e já retornara à sua cidade natal. Rab Zalman carregou o peso desse erro em seus ombros por anos. Seu sogro não suportava vê-lo agonizando daquele jeito. Ele até combinou com alguém para fingir ser aquele menino e dizer ao Rab Zalman que ele o havia perdoado, mas Rab Zalman percebeu a trama na mesma hora. Nada tranquilizava ele.
Finalmente, o Gaon de Vilna ouviu falar sobre a situação de Rab Zalman, e o chamou, dizendo-lhe: "Nosso Yetzer Hara é muito forte. A Gemará nos diz que precisamos da ajuda de Hashem para derrotá-lo. Mas não é o nosso dever lutar com ele? Quando Hashem ajuda?". O Gaon respondeu: "Depois que fizermos tudo o que está em nosso poder, e não houver mais nada a fazer, Hashem intervém e envia sua ajuda do Shamayim, como está escrito: "ישלח עזרך מקודש- Ele enviará sua ajuda através de Sua Santidade”. Desde que esteja em nosso alcance fazer, temos que fazer. Depois disso, estamos isentos.
 "Meu precioso filho Zalman, Hashem sabe que você fez tudo o que estava ao seu alcance para tentar ser perdoado. Não há mais nada que você possa fazer e, portanto, Hashem vai ajudá-lo. Ele vai garantir que aquele garoto que você envergonhou encontre por conta própria o perdão completo dentro de si". Essas palavras deram a Rab Zalman um tremendo consolo; elas são na verdade um Passuk em Mishle, "ברצות ה 'דרכי" איש, אויביו ישלים אתו. Hashem pode nos ajudar com tudo, até mesmo fazer com que outras pessoas nos perdoem. Naturalmente, é nossa obrigação fazer tudo o que pudermos, mas depois disso, "ישלח עזרך מקודש - Hashem enviará Sua ajuda".  E quando Hashem ajuda, os resultados são garantidos.

 
                                                                       -- Rav David Ashear



 
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Hishtadlut: nem mais, nem menos!


A MENSAGEM DE HOJE FOI OFERECIDA

LeIlui Nishmat
HaGaon HaRav Bentzion (Aba Shaul)
ben Benaiah ztz`l

 

Hishtadlut: nem mais, nem menos!
 

Um conhecido meu, que vive e respira Emunah, me contou que tinha um cliente que se interessou na compra de um relógio muito raro, avaliado em centenas de milhares de dólares. O cliente pediu para ele ligar de volta após o fim de semana para finalizarem a venda. Este conhecido ligou para ele na segunda-feira de manhã, mas o cliente não atendeu. Ele insistentemente tentou contatar o cliente durante o dia todo, mas não teve sucesso. Continuou tentando pelo resto da semana, sem nenhuma resposta. Ele imaginou que talvez tivesse acontecido algum imprevisto e tentou novamente na semana seguinte. Depois de uma semana ligando sem ser atendido, ele tentou novamente na semana seguinte. Naquela terceira semana, ele ouviu uma aula do Rabino Yisrael Brog cujo tema era o conceito de Bitachon em Hashem. O Rabino contou uma história que acontecera com ele quando era mais jovem.

Ele frequentava uma Yeshivah em Israel e procurava um apartamento para alugar. Contou que teve muita dificuldade em encontrar um apartamento e que as pessoas ao seu redor não eram muito encorajadoras nessa procura. O jovem Rabino Brog não apenas queria um apartamento numa determinada região que era difícil de conseguir, como queria um apartamento localizado perto de seu Rav. Depois de uma procura sem sucesso, ele foi para seu Rabino se aconselhar.

O Rabino lhe falou: "Você fez tudo que poderia fazer para encontrar um apartamento aqui. Agora você precisa parar de tentar. Você precisa entregar o trabalho para Hashem. Precisa trabalhar sobre si e perceber que apartamentos somente vêm de Hashem. E quando você honestamente acreditar nisso e deixar isto "nas mãos" de Hashem, encontrará o que está procurando". O jovem Rabino seguiu o conselho e se sentiu muito feliz, como se uma carga pesada tivesse sido tirada de seus ombros. Ele honestamente entregou a Hashem. E, em poucas horas, alguém se aproximou dele e perguntou se ele ainda estava procurando por um apartamento. "Um lançamento acabou de chegar ao mercado", disse o homem, lhe passando o endereço. O jovem Rabino Brog foi visitar o apartamento e não acreditou no que viu. Era um apartamento novo, coisa quase impossível de se encontrar naquele bairro. E estava localizado bem perto de seu Rav. A Yeshuat Hashem veio instantaneamente.

Quando o homem ouviu essa história, ficou muito inspirado com a mensagem. Ele falou para si mesmo: eu também fiz tudo que estava ao meu alcance para fechar o negócio com esse cliente. Parei por aqui. "Hashem, estou entregando isso para Você", ele disse. E teve uma sensação de calma com a sua decisão. No dia seguinte, alguém de seu escritório sugeriu que ele contatasse um cliente que, alguns meses antes, teve interesse em outro produto. Ele aceitou o conselho e ligou ao cliente para saber se ele estava interessado no relógio. O cliente não apenas gostou do relógio, como, no dia seguinte depositou o dinheiro na conta do homem e assim fecharam o negócio.

O homem me falou: "Não importa quanta Emunah e Bitachon eu tenho, eu sempre preciso de um Chizuk nisso". Para fortalecer a Emunah é necessário um constante trabalho. Esse homem já conhecia os princípios da Emunah e Bitachon, mas aquele pequeno lembrete que ouviu na aula fez toda a diferença.

A mensagem aqui não é que existe uma Segulah para substituir os nossos esforços e entregar toda a responsabilidade para Hashem. A mensagem é: Faça tudo que é necessário primeiro; se conscientize, quando você estiver se esforçando, que tudo o que você está realizando é seguir as instruções de Hashem. Depois que você fez um esforço normal, você então completou o seu trabalho. E diga: "Hashem, meu trabalho está feito, agora estou entregando para Você. Estou tirando isso da minha mente. Eu terminei com isso". E quando você disser isso e acreditar sinceramente nas suas palavras, você se sentirá em paz, sabendo que fez o que deveria ter feito, e então, Hashem assumirá a parte Dele.
 
 
                                                                            -- Rav David Ashear 
 
 
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ONG TORÁ NEWSLETTER - Balak - 17 de Tamuz

ONG TORÁ NEWSLETTER- 1218 inscrições
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Família Grossmann
Para o Ilui Nishmat de
Libi bat Tzipi e Avrohom Dovid
Isaac ben Luzer
Gordon ben Kira e Gardezon
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Balak                 https://youtu.be/LSCax6N18f8
 
Nossa Parashá nos conta que Balak, o rei de Moav, depois de ver as grandes vitórias que tivemos sobre os mais poderosos e invencíveis reis da região que eram Sihon rei dos emoreus, e Og rei de Bashan, viu que não teria a mínima chance de vitória se fosse atacado por nós
 
Mesmo que era público o fato de termos uma meta pela frente que não incluía a conquista de Moav, mesmo assim ele não tinha como confiar
 
Balak fez uma ampla pesquisa para descobrir como pode um povo sair da escravidão, passar quarenta anos no deserto como se nada tivesse acontecido, e ainda vencer as maiores potências mundiais da época?
 
Ele descobriu o segredo da "bomba atômica" judaica: A Tefilá (a Reza)
 
Balak descobriu que o nosso povo saiu do Egito porque rezou para Hashem (D'us)
 
Hashem mandou Moshe tirar nosso povo do Egito com palavras! Moshe disse que o rio Nilo iria virar sangue e ele virou sangue. 
 
Moshe disse que viriam rãs e vieram rãs. 
 
Moshe disse que viriam piolhos e vieram piolhos. 
 
Moshe falava e as pragas aconteciam !
 
O faraó prometia que iria deixar nosso povo sair e pedia para Moshe rezar para parar a praga. Moshe rezava e a praga parava!
 
Balak descobriu que a nossa força está nas palavras que falamos. Nenhum judeu deu uma única flexada em nenhum egípcio. O Egito que era a superpotência mundial da época  foi destruído com palavras! As palavras trouxeram as pragas e as palavras tiraram as pragas. 
 
E no caso de Sihon e Og foi exatamente igual. Não tínhamos um exército treinado e nem equipado que justificasse vencer as maiores potências do mundo. Nossa Tefilá trouxe esses milagres. Nossa força está nas nossas palavras!
 
Balak contra atacou da maneira correta. Ele descobriu que não tinhamos força a não ser por meio das nossas palavras, então ele foi chamar o maior feiticeiro da época para nos atacar também com palavras. Bomba atômica contra bomba atômica!
 
Bilam
 
A Torá nos conta que não existiu no povo de Israel um profeta tão grande como Moshe. No povo de Israel não existiu mas entre os povos do mundo sim. E quem era ele? Bilam! 
 
Para os povos do mundo não dizerem que se eles tivessem um profeta tão grande como Moshe Rabeinu eles se comportariam melhor, Hashem deu para eles Bilam. Mas por causa dele, não só que eles não se comportaram melhor, mas ao contrário, eles se comportaram pior ainda!
 
Bilam era mundialmente conhecido. Quem ele abençoava era abençoado e quem ele amaldiçoava….. 
 
Da mesma maneira que nós, a força de Bilam estava nas palavras que ele dizia.

Existe um pequeno instante em que a Sefirá da Guevurá desperta lá encima. Bilam sabia qual era esse instante, e quando a Guevurá despertava ele começava a sua maldição, e quem é amaldiçoado nesse pequeno instante não escapa….
 
A tal ponto que o próprio D'us foi obrigado a impedir o despertar da Guevurá todo o tempo que Bilam tentou amaldiçoar o nosso povo.
 
Daqui aprendemos que nunca devemos falar palavras ruins, principalmente dentro da família, porque se, D'us nos livre, acertamos sem querer esse instante, estaremos causando um prejuízo irreversível. E depois que a briga terminar não adianta chorar….
 
Hashem trocou a maldição de Bilam por Bençãos.


Bilam profetiza sobre o Rei David e sobre o Mashiach
 
Por que a Benção de Bilam e suas profecias foram necessárias para nós? 
 
Para entender isso vamos votar na nossa história até a época do nosso patriarca Yaakov que lutou contra uma criatura espiritual que era o próprio anjo de Essav. Essav era o patriarca de Edom que mais futuramente deu origem que países europeus
 
Yaakov pediu para o anjo de Essav abençoar ele. O anjo de Essav abençoou Yaakov dizendo que seu nome não será mais Yaakov mas sim Israel. 
 
Poderíamos e com razão dizer que o anjo foi forçado a abençoar Yaakov. Aí vem Bilam e diz : Quanto são boas suas tendas Yaakov, suas moradias Israel. O reconhecimento final vem por meio de Bilam que representa todos os povos do mundo
 
A profecia de Bilam continua revelando o futuro Rei David e o mais futuro ainda, o descendente do Rei David, o Mashiach
 
O Rei David subjugou todos os povos à nossa volta, e o Mashiach vai subjugar o mundo inteiro
 
E por que essa profecia tinha que vir por meio de Bilam?
 
Da mesma maneira que a profecia do término de Edom tinha que vir por meio do profeta Ovadiahu (Abadias) que tinha se convertido ao judaísmo e era proveniente de Edom
 
Diz o Zohar que o fato de o anjo de Essav ter ferido a perna de Yaakov não foi um simples ferimento material, mas foi um ferimento espiritual profundo que se revelou materialmente
  •  Esse ferimento espiritual teve como consequência o fato de que qualquer profeta judeu que tentasse falar a profecia da destruição de Edom cairia antes de dizê-la. Por isso ela teve que ser dita pelo profeta Ovadiahu que não era um descendente de Yaakov mas sim de Essav. E assim conseguimos entender a necessidade das Bençãos de Bilam e de suas profecias
 
Conclusão
 Nunca devemos amaldiçoar ninguém por pior que seja a situação, sendo que nossas palavras têm uma sincronização espiritual. Se acertamos sem querer o momento em que a Guevurá está revelada podemos causar uma tragédia mesmo não tendo intenção
  Sempre devemos dar Bençãos à todos sem limites
 
❤Shabat Shalom❤
Rabino Avraham E. Gloiber
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17 de Tamuz e as "Três Semanas"

Esse Shabat é 17 de Tamuz. Sendo que o Shabat é um mandamento da Torá e o jejum de 17 de Tamuz é um jejum Derabanan (instituído pelos Sábios de Israel) o Shabat joga o jejum para o domingo. Esse jejum começa em S.Paulo às 5h32m da manhã de domingo e termina às 18h04m

Para os horários do jejum em outras cidades acesse ao site
https://www.myzmanim.com/search.aspx

E digite o nome da sua cidade

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                  O 17º dia do mês hebraico de Tamuz dá início a um período de três semanas de luto nacional, para os judeus, que culmina em Tishá b'Av - o nono dia do mês de Menachem Av.
O Talmud enumera cinco eventos trágicos que se abateram sobre nossos antepassados nesse mesmo 17 de Tamuz, a começar pela quebra do primeiro conjunto de Tábuas dos Dez Mandamentos. 
O incidente ocorreu pouco depois da Revelação Divina, no Sinai. Após D'us ter-Se revelado, proclama os Dez mandamentos e sela um pacto com cada um dos membros do Povo Judeu. 
Ele diz a Moshé para ascender ao Monte Sinai, onde Ele mesmo lhe transmitiria toda a Torá. 
Quarenta dias mais tarde, em 17 de Tamuz, quando Moshé retorna ao acampamento dos judeus com as Tábuas contendo os Dez Mandamentos, ele se depara com o povo praticando idolatria, rendendo louvores a um bezerro de ouro. 
Por inúmeras razões, o profeta reage à cena quebrando as Tábuas. Tendo sido informado, por D'us, de que os judeus mereciam ser aniquilados pelo pecado do bezerro de ouro, Moshé novamente sobe o Monte Sinai, para, dessa vez, implorar por nosso povo. 
Através de muita oração e argumentação, e através de um exemplo de coragem e auto-sacrifício inéditos, ele consegue revogar o Decreto Divino de extermínio.
O episódio do bezerro de ouro - primeira falta grave do Povo Judeu, que continua sendo o arquétipo de todos os pecados de Israel, ao longo de todas as gerações é simbólico do relacionamento, turbulento, entre D'us e o Povo a quem Ele escolheu para Si. 
E traz à baila a pergunta: teria D'us feito um "mau negócio" ao escolher os judeus? William Norman Ewer, jornalista inglês que foi espião para a União Soviética, expressou sua opinião - que é também a de vários outros - com a famosa frase, que em inglês, tem interessante rima: "How odd of G-d to choose the Jews", isto é, quão estranho que D'us tenha escolhido os judeus.
Anti-semita ou não, a frase rimada levanta uma pergunta válida: por que, de fato, teria D'us escolhido os judeus? Em toda a Torá Escrita, e especialmente no Livro de Isaías, ouve-se não apenas da boca dos profetas, mas diretamente de D'us, alertas e castigos contra o Povo Judeu por idolatria e outros pecados. 
O Talmud, ao explicar os motivos para a queda de Jerusalém, a destruição do Templo Sagrado e o subseqüente exílio de nosso povo, subscreve a nossos antepassados uma longa e variada lista de pecados: idolatria, assassinato, imoralidade, falta de respeito à Torá, abusos contra os fracos e os humildes, difamação, ódio gratuito, e tantos mais. 
Durante as três semanas que têm início em 17 de Tamuz, devemos vasculhar nosso íntimo para tentar corrigir os pecados cometidos, não apenas por nossos antepassados, mas por nossa própria geração.
Esse período de luto para o Povo Judeu se inicia com um jejum - no dia 17 de Tamuz - e termina com outro - no dia de Tishá b'Av. O de 9 de Av, dia mais triste do calendário judaico, é o único, além do de Iom Kipur, que dura a noite e o dia inteiros. 
A razão para jejuarmos nesses dois dias, no período mencionado, é que todas as tragédias que se abateram sobre nosso povo, desde sua expulsão da Terra de Israel, são uma conseqüência de dolorosos eventos ocorridos, há dois milênios, durante aquelas Três Semanas, entre os quais se incluem a queda de Jerusalém e a destruição do Templo Sagrado.
Mas, fazendo justiça a nosso povo, deve-se levantar a questão, especialmente à luz dos 2.000 anos de sofrimento judaico. Teriam sido os judeus do Antigo Israel piores do que qualquer um dos povos que viviam à época? Teriam eles sido piores do que os romanos, sanguinários, que os massacraram e destruíram a Morada de D'us? Teriam sido os judeus, de fato, ao longo da História - mesmo em seus momentos de comportamento mais desprezível - piores do que aqueles que os caluniavam e oprimiam?
A resposta é óbvia. 
No entanto, isto é irrelevante. No livro, Revolta das Massas, o filósofo e sociólogo espanhol, José Ortega y Gasset, escreveu que a nobreza de caráter é melhor expressa na expressão francesa, "noblesse oblige", que significa que ser nobre não significa ter mais direitos ou posses ou privilégios; mas, sim, implica ter mais obrigações, mais responsabilidades e um nível mais elevado de moral e conduta. 
Quanto mais importante é a pessoa, mais dela se espera. O Midrash nos ensina que D'us julga cada uma das pessoas de acordo com o que ela é e o que dela se espera. Em outras palavras, cada um de nós é julgado de acordo com seus atos, mas também considerando o seu potencial - o que poderíamos ter realizado e não o fizemos. 
O Povo Judeu, como proclama o Salmo 29, é composto por filhos de gigantes; eles são os filhos dos três patriarcas - Avraham, Itzhak e Yaacov. Tal herança, uma linha espiritual tão nobre, significa que temos dentro de nós um tremendo potencial; mas, também, uma enorme responsabilidade a cumprir. E, conseqüentemente, significa que D'us espera muitíssimo de cada um de nós.
Ser judeu significa termos obrigações desde o momento em que despertamos, pela manhã, até o momento em que nos deitamos, à noite; desde o nosso nascimento - de fato, o mandamento da circuncisão recai sobre um neonato do sexo masculino a partir de seu oitavo dia de vida - até o dia em que deixamos este mundo físico. 
Não é apenas em Rosh Hashaná, Iom Kipur ou mesmo no Shabat que temos que nos lembrar de que somos judeus. Não há momento, não há dia qualquer em que podemos nos abstrair da Presença Divina e de Sua Providência. Ser judeu significa nunca perder de vista o fato de que Alguém está sempre nos observando e registrando todos os nossos atos. 
Muitos de nós talvez não prestem muito atenção aos fatos da vida cotidiana; por exemplo, aquilo que comemos ou que dizemos. Talvez comer carne não-casher ou fazer algumas fofocas possa parecer sem importância no contexto macro deste mundo - mas, por alguma razão, todos estes atos pequenos muito contam perante D'us.
Noblesse oblige significa que um pequeno pecado para um romano da Antigüidade representa um enorme pecado para um judeu. Sendo, como somos, filhos de homens do calibre de Avraham, Itzhak e Yaacov - os três homens mais espirituais que jamais pisaram neste Mundo - e não de qualquer um dos loucos imperadores de Roma Antiga, significa que um judeu, especialmente aquele que fala em nome da Torá, não pode fazer o que quiser e pensar que se livrará de seu ato. Conhecer a Glória de D'us e ignorá-Lo, ou rebelar-se contra Ele é um pecado dos mais graves. 
As conseqüências dos atos de uma pessoa devota são muito maiores do que as de alguém com menos profundidade. Dependendo do nível espiritual da pessoa, seus atos alcançam Alturas impensáveis nos mundos espirituais e se refletem, de alguma maneira, em nosso mundo físico. E, portanto, quando uma pessoa devota - ou uma com grande potencial espiritual - peca, o dano pode atingir sérias proporções. A idolatria e o sacrilégio, o assassinato e a imoralidade, a desonestidade e a perversão da justiça podem ter sido a forma de vida da maioria das sociedades da Antigüidade, mas jamais poderiam ser toleradas em um reino e povo constituído 'por filhos de gigantes'. Foi por esta razão que Jerusalém caiu e o Templo Sagrado, foi destruído.
Mas, D'us, que é o Senhor de tudo, sabe exatamente o que fez ao escolher os judeus entre todas as nações. Ele não nos escolheu apenas por sermos filhos dos três patriarcas. Ele nos escolheu porque conhece nossas fraquezas enquanto povo e sabe que, ironicamente, são a própria fonte de nossa força. Se os judeus foram atraídos para a idolatria, foi porque sua sede de espiritualidade e transcendência é tão grande que chega a ser desorientada. Se os judeus fizerem mal um ao outro, é porque eles são muito mais do que um povo que comunga de uma história e uma religião comuns: eles são uma família intimamente entrelaçada e, como o restante da humanidade, lamentavelmente têm a estranha noção de terem liberdade de agir contra um membro de sua família da forma como não ousariam fazer com um estranho. A história de Caim e Abel, que não apenas pertence ao povo judeu, mas a toda a humanidade, comprova que crimes são, com freqüência, cometidos contra nossos próprios irmãos.
Na Torá, D'us se queixa, várias vezes, de que os judeus são um povo teimoso e obstinado - uma nação que não vacila, facilmente. Mas, por estranho que seja, logo após o episódio do bezerro de ouro, quando Moshé ora a D'us, pedindo-Lhe que perdoe o seu povo, ele diz: "Ki Am Kishei Oref Hu…Visalachta… pois é um povo obstinado, e Tu hás de perdoar..."
Sem dúvida, uma estranha linha de argumentação defensiva. Por que razão Moshé rogaria em nome dos judeus apontando a D'us um traço de nosso caráter que, ao que tudo indica, Ele considera deplorável? 
  • Rabi Moshé ben Nachman, Nachmânides, sábio espanhol do século 13, explica: Moshé, com aquelas palavras, dizia a D'us: "Tu conheces Teu povo. São terrivelmente obstinados. Transformá-los, requereria muito tempo e esforço. Deves lembrar-Te de que eles viveram no Egito, sociedade que era o epicentro da idolatria, durante séculos. Tu não podes esperar deles grandes mudanças em tão curto espaço de tempo. Levará muitos anos, ainda, para que possam transformar-se". 

Assim sendo, Moshé, que sabia exatamente o que fazia, conclui: "Mas quando eles se transformarem, a mesma teimosia estará a Teu lado. Eles jamais hão de Te abandonar".
Foi esta a razão para que D'us escolhesse o Povo Judeu. Pois que nada nem ninguém, nem mesmo um Holocausto conseguiu fazer-nos vacilar. Em dois mil anos, nosso povo foi submetido a sofrimentos sem paralelo na história - a destruição de dois Templos, o exílio aos quatro cantos do mundo, perseguições e expulsões em massa, discriminação e ódio, tudo emanando de povos e pessoas a quem nunca maltratamos, massacres e pogroms, uma Inquisição e um Holocausto. 
E, contudo, nosso povo como um todo não deixou de lado sua identidade judaica. 
Há histórias incontáveis sobre judeus, muitos dos quais não declaradamente religiosos, que se atiraram às fogueiras da Inquisição ou foram assassinados durante o Holocausto por se terem recusado a abandonar sua fé ou a realizar sacrilégios, tais como violar um Sefer Torá ou comer em Iom Kipur.
Mas, perguntamos, terá compensado permanecer judeu? Terá valido a pena tentar viver como filhos de gigantes, com todas as inevitáveis obrigações e responsabilidades? As respostas a esta e a outras perguntas semelhantes não são fáceis nem simples. 
Uma destas encontra-se no Talmud, em uma passagem que discute as conseqüências do pecado do bezerro de ouro. A passagem detalha os argumentos utilizados por Moshé para demover D'us de Seu decreto de aniquilação. Seu argumento final foi: "Mestre do Universo, caso Tu venhas a destruir Israel, as nações do mundo dirão: 'Seu poder se enfraqueceu... e Ele já não consegue salvar-nos. 
Quando se tratava de um único rei, no caso, o Faraó, Ele ainda pôde enfrentar e sair em nossa defesa. No entanto, Ele não tem como enfrentar trinta e um soberanos, isto é, todos aqueles que reinam sobre a Terra de Canaã". 
O que Moshé disse a D'us naquele malfadado dia, quando o futuro do Povo Judeu pendia por um fio, foi: "Tu escolheste para Ti o Povo Judeu. Tu e Teu Nome ligaste a eles. Se deixarem de existir os judeus, as nações do mundo dirão que o D'us de Israel não teve poder suficiente para preservar seu próprio povo, e deixarão de acreditar que Tu És Uno e o Único Senhor do Universo. 
A derrota do Povo Judeu é a Tua derrota". E como reage D'us a tal argumentação? D'us volta atrás em Seu decreto de aniquilar o Seu povo, dizendo a Seu profeta: "Moshé, com tuas palavras, tu Me mantiveste vivo entre todos os povos".
Nós, o Povo Judeu, somos as testemunhas Divinas. Isto significa, como D'us admitiu a Moshé logo após o incidente com o bezerro de ouro, que a existência do Povo Judeu é o que O mantém, por assim dizer, vivo entre os povos do mundo. A razão para isto é que fomos nós, a começar por nosso patriarca Avraham, quem ensinou o monoteísmo à Humanidade. 
A pedra fundamental da civilização humana - a responsabilidade perante um Poder Superior e um elevado código de ética e moralidade - está calcada na Revelação Divina no Sinai. Há pessoas que podem se perguntar por que teria D'us nos escolhido. 
Mas, para aqueles que crêem na Bíblia, não há dúvidas de que foi a nós que Ele escolheu. Na Torá, D'us diz a Seu povo "E serás para Mim um reino de sacerdotes e uma Nação Santificada" (Êxodo, 19:5). Somos uma nação que leva a mensagem de D'us ao mundo. 
O Livro de Ezequiel claramente explica que todo o Povo Judeu, um a um, sem faltar ninguém, somos representantes e emissários de D'us neste mundo. Pois que os judeus levam em si o Nome de D'us e Seu Nome está intimamente ligado a nós. 
E, assim sendo, quando um de nós vacila espiritualmente - ou seja, se nos assimilamos ou demonstramos um enfraquecimento em nossa fé ou agimos de uma maneira desrespeitosa perante o restante da humanidade - estamos maculando o Nome de D'us e Sua Presença neste mundo. 
Quando os gigantes do espírito têm um comportamento inadequado, eles são inevitavelmente seguidos pelo restante da humanidade e o resultado é corrupção e decadência. 
Assim, apesar do ônus inerente à noblesse oblige, apesar dos inúmeros desafios e tentações e inimigos, temos que continuar judeus e tentar desempenhar da melhor forma possível a nobre missão que D'us confiou a cada um de nós.
           As Três Semanas de Luto são um momento de introspecção e de busca interior, nas quais precisamos lidar com nossas falhas, quer como indivíduos, quer como povo, para que possamos levar uma vida que honre os Filhos de Israel e o D'us de Israel. 
Não se trata de tarefa fácil. A história de vida do Povo Judeu - e, de fato, de cada um de nós, judeus - não deve ser um diário pessoal, repleto de trivialidades e fantasias e buscas inconseqüentes - mas, pelo contrário, "O Livro das Guerras do Senhor" (Números, 21:14). Uma vida assim, de grandes desafios e enormes responsabilidades, é aquela em que, diariamente, são travadas batalhas verdadeiras. Mas, também, em que as verdadeiras vitórias da vida são vencidas.
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