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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

O que o Judaísmo diz sobre repreender as outras pessoas?

Eis uma pergunta que as pessoas fazem muito frequentemente: existe um mandamento da Torá de repreender outra pessoa?
            Maimônides, um dos grandes codificadores da lei judaica, escreveu (Hilchot Deot 6:7): "É uma mitsvá incumbente a toda pessoa que ao ver que o seu colega errou ou está seguindo num caminho impróprio, admoestá-lo para que retorne a um comportamento adequado e para informá-lo que ele próprio está causando danos a si mesmo por causa de seus maus atos, como declara a Torá: 'Você certamente deve admoestar o seu colega'" (Levítico 19:17).
     Todavia, existem dois aspectos essenciais ao se realizar esta mitsvá: (1) a nossa intenção e (2) como iremos fazê-la. A intenção deve provir do amor pela outra pessoa e do desejo de ajudá-la – e nunca para descarregar a nossa raiva sobre como as ações desta pessoa estão nos incomodando ou que estejamos externando a nossa "superioridade moral". A repreensão deve ser feita com amor e da forma menos dolorosa possível. Somente quando o destinatário da repreensão sente que aquele que o está repreendendo o ama, é que prontamente irá aceitar a admoestação.
     Muitas vezes vemos ou ficamos muito incomodados pelo comportamento incorreto de alguém quando, na verdade, nós também nos comportamos desta maneira. A maioria de nós já ouviu o velho ditado: "Quando você aponta o seu dedo para alguém, lembre-se: três dedos estão apontando de volta para você!"
     Eis algumas ideias extraídas do livro Love Your Neighbor sobre o tópico de admoestação:
     1) Somos ordenados a corrigir alguém que se comporta inadequadamente quer em questões relacionadas ao seu relacionamento com D'us como em seu relacionamento com seus companheiros (Hinuch 239).
     2) A pessoa deve corrigir as suas próprias falhas antes de corrigir os outros (Talmud Baba Batra 60b). Isso não nos isenta de repreender os demais; ao contrário: isto nos obriga a corrigirmos a nós mesmos primeiro.
     3) A pessoa não deve apenas admoestar sobre o erro, mas também ensinar o comportamento adequado (ShláToldot Adam, p. 2).
     4) A repreensão deve ser feita em particular – para não envergonhar a outra pessoa (Maimônides, Hilchot Deot 6:7).
     5) Sejamos extremamente cuidadosos para não envergonhar a outra pessoa. (Maimônides, Hilchot Deot 6:8)
     6) Falemos agradável e suavemente. Transmitamos que temos apenas o seu beneficio em mente.
     7) Se alguém transgride publicamente, ele deve ser repreendido imediatamente de forma a não provocar um hilul HaShem (profanação do nome de Deus) (Mishna Brura 608:10). Por exemplo, se alguém está em meio a falar lashon hará (fofoca/calúnia) na frente de um grupo de pessoas, é correto interromper a transgressão imediatamente, apesar de outras pessoas estarem presentes. Evidentemente, isso deve ser feito da forma mais educada e diplomática possível (Rabino Yossef Shalom Eliashiv Z"TL).
     Talvez interrompê-la em um tom de voz suave e levar a pessoa de lado para conversar. Usar uma pergunta ao invés de uma declaração muitas vezes funciona melhor: "Desculpe-me, mas o que você está dizendo não é fofoca/calúnia?" Se a pessoa tem tendência a seguir os mandamentos da Torá: "A Torá não proíbe isso?" Se a pessoa não é cumpridora da Torá: "Desculpe, você gostaria que outros falassem sobre você desta maneira?"
     8) Sejamos muito cuidadosos em não ficarmos bravos (Marganita Tava, n° 10). Uma repreensão feita de forma zangada não será escutada. Mesmo ao admoestar crianças ou membros da família, façamo-lo em um tom de voz agradável (Pele Yoetz, seções Gaavá e Zilzul). O Rabino Haim de Volozhin ensinou que se uma pessoa é incapaz de admoestar em um tom de voz agradável, ela está isenta da obrigação de repreender (Keter Rosh #143, Minchat Shmuel).
     9) Se alguém nos enganou ou prejudicou, não devemos silenciosamente odiá-lo(a); tentemos corrigi-lo(a). De uma maneira gentil pergunte: "Por que você fez tal e tal coisa contra mim?" Se a pessoa lhe pedir que a perdoe, você não deve agir de forma cruel, mas sim aceitar as suas desculpas (Maimônides, Hilchot Deot 7:4,5). Ficar em silêncio quando fomos injustiçados gera ódio. No entanto, se censurarmos a pessoa que nos lesou - seguindo as regras acima - não guardaremos ressentimento. Mais ainda: podemos acabar descobrindo que nós é que estávamos enganados ou a outra pessoa pode pedir desculpas.

Em resumo: a repreensão só deve ser feita com amor e visando o benefício da outra pessoa e o seu crescimento. Às vezes, devemos esperar um dia ou dois antes de repreender alguém. Lembre-se: a repreensão é muitas vezes um prato melhor quando servido frio!



Fonte: Meor Hashabat
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