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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Purim: Posso vestir meu filho de bailarina e minha filha de Superman?



                                                                  Bs"d

                         
É trazido no Remá o costume de usar máscaras e fantasias em Purim, seja de homens vestindo roupas de mulher ou uma mulher vestindo uma roupa de homem. Afirma o Remá que apesar de haver aqueles que o proíbem, o costume seguido é de se permitir (Shulchan Aruch, 696)

Antes de analisar as palavras do Remá que geraram bastante polêmica entre as autoridades da Halachá, devemos entender qual seria o problema de se usar uma roupa do sexo oposto. Embora não muito conhecida, existe uma proibição explícita da Torah de um homem vestir uma roupa de mulher, ou vice-versa.  Assim sendo, como pode ser que um costume ligado a Purim, uma festa de origem Rabínica, poderia anular uma proibição da Torah? O próprio Remá justifica o costume afirmando que isto não se enquadra na proibição de se “vestir”, já que a pessoa está usando isto como uma forma de se alegrar, e não com a intenção de ser uma vestimenta.

No entanto traz a Mishna Berura uma série de opiniões que sustentam que este costume deveria ser anulado. O Beer haGolah chegou a afirmar que muitos decretos e destruições no nosso Povo foram trazidos em decorrência disto. Em conclusão, os Poskim da atualidade afirmam que deveríamos evitar de entrar nestas polêmicas e procurar fantasias que não se enquadram nestas discussões.

No que se diz respeito as crianças poderíamos ser mais lenientes até a idade do Chinuch, isto é 6 ou 7 anos, pois antes desta idade elas não tem tanto discernimento. Neste caso seria permitido usar tais roupas do sexo oposto. No entanto, afirmava o Rav Eliashiv, isto seria somente permitido 1) na Seudah de Purim, mas não numa data antes disto em festas e ocasiões do gênero e 2) na condição que se mantenham ainda o cuidado com a Tzniut na vestimenta (como por exemplo uma calça ou uma fantasia de SuperHomem para uma menina ).

Recentemente foi questionado se usar uma fantasia de Palhaço, algo que usam nas festas carnavalescas, deveria ser proibido por se enquadrar na proibição da Torah de Bechukotehem lo Telechu – Não imitarás os “chukim” dos Povos.(Chukim, se referem aqui aos costumes “irracionais” das Nações, como certos rituais culturais). Explica o Steipler,ztz”l  que a proibição de se fantasiar como um palhaço não se aplica aqui, pois na verdade, eles imitaram um costume que era originalmente Judaico !
No entanto, afirma o Rav Chaim Kanievsky, shlita, que deveríamos evitar usar máscaras assustadoras e a Tefilah de Purim não deveria ser feita com máscaras ou fantasias por não ser um Kavod para a Tefilah.

O Remá escreve nas leis da Meguilah, que deveríamos ser cuidadosos com nossos costumes pois nenhum dos nossos costumes é algo a ser desprezado. O Elyah Rabah explica que as fantasias são uma lembrança de Mordechai que saiu vestido como um Rei. Outros explicam que quando surgiu um decreto de aniquilação contra os Yehudim, muitos se vestiam como não-Judeus para escapar o decreto. E quando o decreto se inverteu, muitos não-Judeus se fantasiaram para não serem reconhecidos pelos Yehudim. Outros ainda explicam que muitos mandavam seus filhos fantasiados para receber Matanot LaEvionim para poderem assim se manter no anonimato e não serem envergonhados. O Mishne Halachot explica que já que o Nes de Purim foi um Nes Nistar (milagre oculto) e não Nes Galui (milagre revelado), por isto também se usa uma máscara.

Embora “festas a Fantasia” são comuns entre outros Povos, devemos ser felizes por fazer parte desta Nação onde cada detalhe tem uma fonte profunda. Por detrás da máscara da natureza e do “acaso” (no hebraico (מקרה , lembramos que tudo vem somente de Hashem (no hebraico רק מה') . Uma máscara é um sinal de proximidade, de alguém que está se ocultando para não ser identificado. Alguém distante não precisa se esconder, pois a distancia em si nos separa. Que possamos sentir a alegria da proximidade de Hashem em Purim e no ano inteiro!

Shabat Shalom,
Yitzchak Benroubi  

Estas questões  foram trazidas aqui como uma forma de despertar a curiosidade, a beleza e a profundidade do estudo da Halachá. Qualquer dúvida na prática deve ser consultada com uma autoridade Rabínica.
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