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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Anjos na Visão do Judaísmo


     por Rabino Daniel Touitou 

Prédica de circular do Machon Amiel sobre a parashá Vaishlach, 5767.

     Anjos celestiais acompanham Yaacov desde a saída da casa de seu pai até a volta, da saída dos limites de Eretz Israel até seu retorno a ela, sempre surgindo nos pontos de conexão, nos lugares limítrofes. Na saída eles estão numa escada e na volta, em Machanaim. Mas desta vez é Yaacov quem convoca os anjos para serem seus emissários e nossos sábios revelam serem estes anjos celestiais e não emissários humanos.

Que mensagem Yaacov quis transmitir ao seu irmão neste contexto?

Ramban (Nachmânides) faz um comentário conhecido com base nas palavras de Rabi, no Talmud, esclarecendo que este encontro traz consigo uma mensagem para todas as gerações sobre o conteúdo das relações entre Israel e Esav – um relacionamento carregado de tensões que acompanha a historia da humanidade até a chegada do redentor.

Anjos não são apenas emissários, mas enviados especiais do rei – Melech – e daí terem o nome extraído do radical ML”CH. Mas quem é este rei senão o Rei dos reis, o Altíssimo e Todo-poderoso. Como pode portando um outro poder, quão grande seja, igualável até mesmo aos anjos que controlam povos e nações, coroar a si mesmo com o mesmo título de quem o enviou – o Rei dos reis?
Este termo é um exemplo de um fenômeno corrente no idioma hebraico: palavras que mudam de conteúdo após ser adicionada uma letra Alef no seu radical. Tomemos por exemplo a palavra Ahavá – amor – tem origem no radical de três letras composto por HV”H – Hava – cujo significado é – dê a mim – a vontade de receber, idéia diametralmente oposta à do amor. Contudo, ao lhe adicionarmos a letra Alef, teremos a palavra Ahavá – oposto do termo anteriormente mencionado, ou seja, a vontade de conceder, outorgar – que é a raiz do amor.
Ou por exemplo, a palavra Echad (um), provém do radical Ch”d – Chad –, cujo significado é algo afiado, cuja propriedade é rachar algo em partes, desmantelar, transformar o grande em partículas. Adicionando-lhe aquela mesma letra Alef, teremos então a palavra Echad, cujo significado é a união, o elemento uno, levando-nos à Unicidade do Todo-poderoso. O exato oposto!
Com a palavra Mal´ach (anjo) dá-se a tendência oposta: o anjo, o enviado solitário, incumbido de fazer ou administrar algo, por sua conta, como se fosse um Melech (rei), como indica o radical desta palavra – aquele que atua por força própria.
Contudo, ao adicionarmos uma letra Alef no meio da palavra, no coração do termo, revela-se a nós que o emissário não atua senão por força e comando do emitente – o Rei, cujo poder é ilimitável, o Todo-poderoso, o Rei dos reis de todos os monarcas – O Altíssimo, bendito seja. O Alef adicionado à palavraMal´ach faz com que se saiba que este enviado atua por incumbência doMelech, do Rei de todos os reis e monarcas.
Por quê justo a letra Alef?
Porque ela nos remete ao Uno, ao Primeiro, ao Criador, donos das benesses mais simples. Note-se que esta letra é formada por três outras: um Vavintermediário e dois Yud, que juntos somam 26, o mesmo valor numero do Tetragrama, O Nome Inefável do Criador.
Que mensagens portam os anjos enviados por Yaacov?
Yaacov envia uma insinuação ao seu irmão – também eu sou um emissário. Não sou um rei, nada tenho de mim senão aquilo que me concedeu o Senhor do Universo, assim como este anjo, que se tiver a letra Alef removida de seu nome – também poderia pensar que atua por conta e poder próprios. A verdade é que nada sou e tudo aquilo que fiz (no episódio da primogenitura e da benção) não foram senão partes do plano Divino – por eu saber inserir oAlef – a força Divina por meio da qual se controlam todos os acontecimentos naturais e tudo o mais que nos rodeia. Não por acaso nossos sábios desvendaram o significado das palavras Im Lavan Garti (com Lavan eu vivi) – e Tariag” mitsvót eu cumpri. Não sou ninguém nem para mim mesmo, pois jamais me olvidei do Eterno. Por quê então você teria algo a reclamar comigo? “Tuas queixas não devem ser dirigidas a mim, senão ao Altíssimo”.
De onde emana o poder de Yaacov para apontar e enviar anjos?
Está escrito no tirgum de Rabi Ionatan ben Uziel com relação aos anjos que subiam e desciam a escada, no inicio da parashá anterior: “Alguns daqueles anjos haviam notado que o homem que deitara aos pés da escada tinha a mesma fisionomia da figura humana gravada na Mercavá (Carruagem Celestial) - que eles também almejavam ver (a face humana era uma das quatro figuras da Mercavá e tem o semblante igual ao de Yaacov Avinu). Por isso os anjos desciam da escada – para contemplar e se deleitar com o esplendor de Yaacov Avinu.
O homem é o deleite de um anjo! Yaacov, que via a si mesmo como um anjo de Hashem, enviado do Rei Único e Uno, foi cunhado de fronte aos anjos e por isso tinha o poder de enviá-los até seu irmão dizendo a eles também, que lhe dissessem todas estas coisas.
Aquele que sabe inserir o Alef no seu caminho será ouvido até por um irmão como Esav. Mesmo os anjos virão assistir e se deleitar com suas atitudes. Só é preciso não esquecer de uma coisa: que o emitente é o Melech Hamal´achim– o Altíssimo bendito seja.
Nota do tradutor: o autor fez um trocadilho entre a palavra Melachim e Mal´achim (“rei” e “anjos”)
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