“Hilel
costumava dizer: ‘Quanto mais bens materiais, mais preocupações’ (2:8)"
A Torá nos oferece uma visão valiosa sobre a felicidade pessoal. À
medida que vivemos, acabamos acreditando sinceramente que as posses materiais
irão aumentar significativamente a nossa qualidade de vida.
Por exemplo: imagine que o senhor John vê um carro esportivo vermelho anunciado
numa revista. É natural que ele diga: "Uau! Eu gostaria de ter um
desses". No entanto, a sua renda atual não lhe permite comprar um carro de
luxo. Mas ele diz para si mesmo: "Uma vez que me fará feliz, devo comprar este
carro novo. Esperançosamente terei um aumento de salário e poderei pagar as
parcelas".
O seu desejo de ter um carro novo é compreensível, pois ele sente que isto irá
fazê-lo feliz. No entanto, há outro fator nesta equação que John deveria considerar:
o sucesso nos negócios não está sob o nosso controle, mas depende unicamente
das bênçãos de D'us.
Portanto, John deveria levar em consideração que a compra de um carro novo e
caro não lhe garantirá necessariamente um aumento de salário. Pelo contrário,
ao comprar um carro que não está dentro do seu orçamento, ele estará colocando
preocupações desnecessárias sobre a sua cabeça. A longo prazo, ele seria muito
mais feliz sem um carro novo e vivendo dentro do seu orçamento, do que com um
carro novo e constantemente se preocupando em pagar as prestações.
À luz disto, a nossa Mishná nos alerta: ‘Quanto mais bens materiais,
mais preocupações’ – ou seja: antes de fazermos uma compra, devemos analisar se
ela está dentro de nossas possibilidades. Essa perspectiva nos dá a ferramenta
de equilibrar o impulso com a razão, preservando tanto a nossa felicidade como
a nossa paz de espírito. Troquemos a alegria momentânea de comprar algo que não
podemos pagar pela alegria duradoura de viver dentro de nossos orçamentos!
Baseado no livro Ruach HaChaim, do
Rabino Chaim de Volozin (Lituânia, 1749-1821)
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