21/07/16
Estamos para
entrar num período do calendário Judaico conhecido como ‘As Três Semanas’ – o
período entre o dia 17 do mês hebraico de Tamuz (próximo Shabat, 24 de julho) e
o dia 9 do mês de Av (que se inicia sábado à noite, 13 de agosto).
É um período
tão desfavorável em toda nossa história, que o Shulchan Aruch, o Código
das Leis Judaicas, nos aconselha a adiar processos judiciais e proíbe até a
realização de casamentos. Também não cortamos o cabelo, não compramos ou
vestimos roupas novas, não ouvimos música e nem fazemos viagens por recreação.
É um período de introspecção, com pensamentos voltados a corrigir nossos erros
ou maus comportamentos na vida. Durante este período, ambos os Templos, em
Jerusalém, foram destruídos.
Mas por que lamentamos a perda destes
Templos depois de tantos anos? O que eles significaram e significam para nós,
habitantes do século 21?
O Templo Sagrado de Jerusalém era o
centro focal do Povo Judeu. Três vezes ao ano – em Pessach, Shavuót e Sucót –
os Judeus que moravam em Israel e nas vizinhanças vinham orar e celebrar no
Templo. Ele nos oferecia uma tremenda oportunidade de nos aproximarmos do
Criador, de nos elevarmos espiritualmente. Ele representava o propósito do Povo
Judeu na Terra de Israel: ser um
Povo sagrado, unido com o Todo-Poderoso em nossa terra, um estado Judaico. Isto
é o que ansiamos por recuperar e é por isto que lamentamos e relembramos a
perda do que uma vez tivemos.
Ismael e Esaú |
Cinco
calamidades ocorreram no dia 17 de Tamuz:
1)
Moshe quebrou as primeiras pedras (não eram ‘Tabuas da Lei’, mas ‘Pedras da Lei’) contendo os 10 Mandamentos, quando desceu do Monte Sinai e viu o
povo idolatrando o Bezerro de Ouro; 2) A Oferenda Diária (Corban Tamid) parou de ser realizada no Primeiro Templo; 3) Romperam-se
as muralhas de Jerusalém, durante o cerco à cidade, na época do 2º.
Templo; 4) Apóstomo, o Perverso, um oficial romano, queimou um Sefer Torá (Rolos da Torá); 5)
Um ídolo foi colocado no Santuário do Segundo Templo.
17 de Tamuz é um dia de jejum, e este ano cai no próximo domingo, 24 de julho.
O jejum começa cerca de 1 hora antes do nascer do sol e se estende até cerca de 1 hora após o por do sol (às 5:35 h da manhã e se encerra às 18:10 h – horários da cidade de S. Paulo). O propósito do jejum é despertarmos nossos corações para o arrependimento, ao relembrarmos os erros de nossos antepassados, que acarretaram tantas tragédias, e nossa repetição dos mesmos erros.
O jejum é a preparação para o arrependimento – para quebrar a dominação do corpo sobre o nosso lado espiritual. A pessoa deve se engajar num autoexame e tomar a resolução de corrigir seus erros em suas relações com D'us, com as pessoas que convive e consigo mesma.
Fonte: Meor Hashabat Fax
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