O Talmud (Yoma 35a) nos relata que "Parveh"
era um feiticeiro que usou de magia negra para fazer um túnel sob o Templo
Sagrado de Jerusalém. Ele planejava entrar no Templo Sagrado e perturbar e
interromper o serviço divino. Felizmente, enquanto se arrastava pelo túnel, ele
foi detido antes que tivesse chances de por em prática seu plano maligno.
No local onde
este túnel se abria para dentro do Templo Sagrado, os Sábios ordenaram que um
recinto fosse construído e chamaram-no "A Câmara de Parveh".
Além disso, construíram uma piscina para banho ritual – na qual o Cohen Gadol
(o Sumo Sacerdote) imergia em Yom Kipur – no telhado deste recinto.
Esse relato
enigmático é muito difícil de entender! Por que os Rabinos nomearam esta câmara
com o nome do feiticeiro que estava empenhado em sabotar o serviço divino?
Ainda mais, é inconcebível colocar o banho ritual do mais sagrado homem, no dia
mais sagrado do ano, no lugar mais sagrado do mundo - no telhado de um lugar
chamado "A Câmara de Parveh"!
Na verdade, o
Talmud revela aqui um dos grandes segredos da Torá. Poderíamos supor que uma
pessoa sagrada, em um lugar santo, num dia tão sagrado, não ficaria vulnerável às
manobras tortuosas do yétser hará (os nossos maus instintos).
No entanto -
surpreendente - no auge da santidade, o yétser hará ataca com força
total. Como uma vela que tremula com uma eclosão final de luz antes de se
extinguir, também o yétser hará luta por sua vida em face à sua rival -
a santidade!
Assim, os
Rabinos imortalizaram Parveh a fim de elevarmos nossa consciência desta
constante - e perigosa - ameaça. Que essa lição nos ilumine para tomarmos as
devidas precauções a fim de repelirmos os ataques do impulso negativo, para que
possamos galgar às alturas espirituais!
Baseado em uma palestra proferida pelo Rabino Avraham Chaim
Feuer (Israel)
Para parar o e-Mussar: emussar@terra.com.br
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