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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

A Alma é o que o corpo come.

O Refinamento da Natureza Humana.


Um dos motivos para a proibição de certos alimentos e a sua exclusão da nossa dieta de acordo com as Leis Dietéticas da cashrut, é o efeito do alimento sobre a natureza ou mesmo sobre a saúde física e mental. O renomado Maimônides, que foi também o maior médico de todos os tempos, declarou: "Eu afirmo que a comida que é proibida pela Torá é insalubre."

O ilustre Ramban, Nachmânides, em seu comentário sobre a Torá, bem como o Shulchan Aruch, declara que uma das razões da cashrut é o fato de que o alimento que comemos se torna parte da nossa carne e sangue e, a partir disso, a nossa natureza inteira, não só a saúde física, é afetada pelo tipo de comida que consumimos. Este é um dos motivos pelo qual somos proibidos de comer certos animais, aves de rapina e outras espécies, a fim de que não adquiramos as características e naturezas desses animais. Os animais que ruminam e tem cascos fendidos são mansos e inofensivos; eles não tem a ferocidade, a crueldade e a sede de sangue que possuem as feras.
Assim, ao comermos somente alimentos casher, sustentamos não só nosso corpo com a comida saudável que o Criador nos prescreveu, mas também nossa mente e as características naturais que podem ser refinadas através do alimento casher.

Há algo de especial que podemos apreender das duas características de ruminar o alimento e dos cascos fendidos, que estão ligadas à pureza e limpeza nos animais.

Embora os seres humanos não pertençam à categoria do reino animal, mas a uma classe própria - Medaber (a criatura falante) - cada ser humano tem algo do "animal" dentro de si. A parte as necessidades fisiológicas que o homem tem em comum com os animais, tais como comer, beber, dormir, etc.(embora essas necessidades sejam cumpridas de um modo distinto, e para propósitos distintamente humanos não apenas pelo comer e beber, etc.), cada um tem algo da "natureza animal" dentro de si, chamado "Nefesh Habahamit" (alma animalesca), que habita no corpo junto com a Nefesh Elokit (a alma Divina), que é parte da própria Divindade.

Desde que ruminar o alimento e ter cascos fendidos representam sinais de pureza no animal irracional, eles são também indícios de pureza na natureza animalesca do homem. o que significa isso?


Antes de mais nada, deve haver essa "procura de sinais da pureza" em tudo o que está ligado à nossa natureza animalesca. Isso em si é um princípio importante. Devemos examinar e pesquisar se mesmo aqueles aspectos da vida que tem ligação com as necessidades "animais" elementares, tais como comida, bebida, trabalho e recreação etc. trazem o selo da pureza e da limpeza. Isso exige duas coisas: "ruminar e cascos fendidos" num sentido específico. Explicando melhor: "Ruminar" significa também recordar e repensar algo; ponderar. Dos animais ruminantes extraímos a idéia do "ruminar" no homem, pensar e repensar de novo e de novo. Com demasiada freqüência nós "engolimos" idéias depressa demais sem digeri-las adequadamente. Algumas delas são boas; outras podem ser mais. Devemos dispor de tempo para "ruminar" a fim de realmente absorver no nosso sistema as idéias boas, e rejeitar as que não o são.

Ruminar o bolo em animais é a função da boca, e no homem,é a função da cabeça. Da cabeça, voltamo-nos para os pés. O "casco fendido" tem dois aspectos: o próprio casco ("parsa") e o fato de ser fendido, rachado em dois artelhos.

O casco em si é a cobertura córnea dos pés de certos animais. Diferente dos outros, que caminham sobre suas patas nuas, o animal de cascos não tem contato direto com o chão, pois os cascos os separam. (Em hebralco "Parsá" significa separação.) Aplicando-se essa imagem ao Nefesh Habaamit do homem, a lição é que o ser humano não deve ficar totalmente imerso em coisas terrenas; uma linha deve ser feita - uma "Parsá"- entre aquilo que é necessário e aquilo que não o é, pois permitindo-se coisas materiais, que em si são inofensivas, o homem facilmente pode cair na auto- indulgência excessiva, o que já é bastante prejudicial.

Como o casco deve ser fendido em dois artelhos, direito e esquerdo no animal considerado Casher, assim pode ser o "animal" dentro do homem: será considerado Casher nos aspectos terrenos e materiais da vida somente se existir um sistema de controle e equilíbrio, como os dois lados de uma balança, de outra forma, a pessoa se tornará escrava dos seus hábitos, seguindo somente um único padrão fixo.

Este então é o paralelo entre o animal irracional Casher e o "animal" Casher dentro do homem. Nos dois casos, os sinais de Cashrut serão encontrados nas duas características: "ruminar o bolo" e o "casco fendido".

Para finalizar, mais um ponto significativo: No gado, pode aparecer uma doença terrível, chamada "doença dos pés e da boca" (febre aftosa). É uma infeção aguda causada por um vírus e pode ser reconhecida pelas bolhas (aftas) que aparecem na boca e em volta dos cascos do animal. Ademais, é uma doença contagiosa, que pode ser facilmente transmitida não só de um animal para outro, como também do animal para o homem.

Não é notável que pé e boca estejam ligados desta maneira? Isto enfatiza ainda mais a lição que devemos haurir na natureza, pois tudo no mundo físico é a contrapartida no mundo espiritual. É pelo pé e pela boca que reconhecemos o animal puro; e se o animal estiver doente, a doença se revelará em sua boca e em seus pés. Igualmente no que se refere à parte "animal" da natureza humana. Se a natureza "animalesca" do homem tiver de ser pura e sadia - um animal "Casher" - ela deve possuir ambos sinais de pureza de "ruminar o bolo" e do "casco fendido".

Então ela se submeterá à orientação da alma Divina, que é sempre pura e santa. Assim, o indivíduo não será dilacerado por duas naturezas opostas em perpétuo conflito, mas gozará das bençãos da harmonia interior e da paz, e cumprirá a tarefa e o propósito na vida os quais o Criador o encarregou.

Shabat Shalom.

Rabino Eddy Khafif
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