"Juizes e policiais designarás para ti... em todas as tuas cidades que o Eterno te dá,
e julgarão o povo com reto juízo" - Devarim (Deuteronômio) 16:18*.
Aqui temos algo essencial: a Torá não se importa somente com a Fé e com aqueles mandamentos considerados "religiosos", como cumprir o Shabat, rezar, etc.
É preciso cumprir a Lei e fazer Justiça. Repare que grifamos a palavra Eterno acima.
Sem D-us não há justiça e sem justiça não podemos falar de Fé em D-us. Um anda junto ao outro.
Um juiz deve ser neutro, não pode tratar uma parte melhor que a outra seja no modo de lhe dirigir a palavra, ou fazer um sentar e o outro ficar de pé, preocupar-se com a aparência de cada uma das partes e aceitar qualquer tipo de suborno, ainda que sob forma de elogios. Não pode cumprimentar uma das partes com um sorriso e a outra com sisudez.
O Talmud conta sobre Rabi Ishmael que mandou seu servo buscar um cesto com frutas do seu próprio pomar (de Rabi Ishmael). O servo aproveitou para contar que compareceria a um julgamento no dia seguinte. Rabi Ishmael imediatamente começou a dar-lhe conselhos sobre como sair-se bem na sentença, aja visto que o rabi também era Juiz em Cortes Judaicas.
De repente algo chamou a atenção de Rabi Shmuel, que disse ao seu empregado: "Veja só como já estou me envolvendo com a sua parte no caso, mesmo tendo recebido frutas que foram colhidas do meu próprio pomar. Imagine então como reagiria um Juiz que recebesse de ti algo de presente antes do julgamento".
Ao contabilizar a Justiça e a Defesa da população como um Mandamento Divino a Torá não somente impõe à sociedade uma ordem necessária para o seu funcionamento, como garante que, onde D-us estiver presente, havendo justiça, Ele derramará Suas bençãos infindáveis sobre esta comunidade.
Note que os países onde há mais justiça e menos corrupção são também os mais bem sucedidos.
* Torá, a Lei de Moisés, Editôra Sêfer, página 555.
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