O Talmud (Pessachim 66b) nos ensina
que um convidado deve demonstrar cortesia, comendo quaisquer alimentos que seu
anfitrião lhe servir. Entretanto, existe uma situação na qual o Talmud nos diz
para não obedecermos ao anfitrião: se ele disser ao convidado para que se
retire, que vá embora, o convidado não lhe deve dar ouvidos!
Por que a Torá
nos diz, por um lado, para concordar polidamente com os pedidos do anfitrião e,
por outro, recusar sua exigência de sair de casa?
O grande
cabalista, Rabino Moshe Cordovero, nos iluminou sobre o significado desta
curiosa declaração do Talmud. Ele explicou que esta passagem é uma parábola, na
qual o anfitrião representa D'us e o convidado representa os seres humanos. Há
vezes em que a pessoa sinceramente se dedica a arrepender-se e retornar ao bom
caminho, porém todas as suas tentativas parecem dar em nada. É como se os Céus
estivessem rechaçando os seus esforços. Num caso assim, a pessoa poderia
entender os eventos como sendo uma mensagem Divina dizendo: “Saia de Minha
casa. Eu não aceito que você volte a Mim”.
Em resposta a
esta situação, em que a pessoa pode entrar em desespero, a Torá nos diz: “Não
dê ouvidos ao Anfitrião!”, significando: não interprete as suas dificuldades em
arrepender-se e voltar ao bom caminho como sendo um sinal de que o
Todo-Poderoso o rejeitou. Pelo contrário, fique tranquilo, pois Ele é
misericordioso e sempre demonstra compaixão e amor por todas as pessoas que
querem se aproximar Dele.
Se algum desafio
nos está muito difícil, não desistamos, pois D'us NUNCA desiste de nós. Isto é
especialmente válido em Yom Kipur, como nos ensinou o Rei David: “Procure o
Todo-Poderoso quando Ele está presente, reze a Ele quando está mais próximo”.
Shaná
Tová
e
que Sejamos Todos
Carimbados
no Livro da Vida!
Baseado nos ensinamentos do Rabino Moshe
Cordovero (Israel, 1522-1570)
Para receber o e-Mussar: emussar@terra.com.br
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