Iehudá enfrenta Iossef (43:18-30)
No final da parashá anterior (Miketz), Iossef havia “esticado a corda até o fim” com relação a seus irmãos, até um ponto de onde parecia não haver volta. Iehudá, que se oferecera como garantia pessoal para o irmão mais novo Biniamin, sabia que todos este assunto teria que ser esclarecido junto a Iossef, ainda que tivessem de pagar o preço de uma investida dura ou até violenta. Iehudá se dirige a Iossef de forma educada ainda que muito firme, de modo a não deixar duvidas sobre sua determinação. Iehudá explica que Biniamin descera ao Egito para cumprir com uma exigência de Iossef e apesar da não conformidade de seu pai Iaacov, que já havia perdido um filho. Ele, Iehudá, havia se oferecido a Iaacov como garantia pessoal que voltaria com Biniamin e que ele agora não poderia retornar a Israel sem o irmão caçula. Iehudá conclui seu discurso oferecendo a si mesmo com escravo no lugar de Biniamin.
Iossef se revela aos irmãos (45:1-24).
Os sentimentos de Iossef afloram e ele já não pode se conter diante dos irmãos irados-assustados-perplexos. Após 22 anos de desligamento com a família, aos 39 anos, Iossef volta a se unir aos irmãos. Ele pede a todos os presentes que abandonem o recinto e só revela sua identidade quando está completamente a sós com os irmãos. Iossef tenta amenizar o primeiro susto a desconfiança imediata dos irmãos de que ele intentaria se vingar deles. Por meio de distintos sinais ele prova ser o irmão Iossef que ali está. Iossef conversa de modo afável com os irmãos e lhes conta todo o desenrolar dos acontecimentos desde o momento da sua venda até a Providência Divina que fez com que as coisas chegassem aonde chegaram. Exatamente por isso eles não teriam com que se preocupar.
Iossef apressa seus irmãos para que subam logo a Israel e contem a grande boa noticia a seu pai Iaacov. Como ainda eram esperados cinco anos de fome, Iossef pediu que seu pai e toda a sua casa se juntassem a ele no Egito, e ele cuidaria que não lhes nada faltasse.
Após suas palavras, Iossef abraçou e beijou Biniamin, seu irmão por parte da mãe Rachel, assim como a todos os seus irmãos, filhos de Israel. Os irmãos conseguem se acalmar um pouco e voltam ao diálogo.
A boa nova cria asas e começa a se espalhar pelos palácios, até chegar aos ouvidos do rei. O Faraó se alegra com o fato de seu Vice-rei não ser mais um menino apanhado nos mercados, mas alguém que encontrara todo o seu clã. O Faraó também apóia a idéia de Iaacov e sua família extensiva descerem ao Egito e promete dedicar-lhes um pedaço de terra produtivo para com isso preencher todas as suas necessidades.
Os irmãos sobem a Israel carregados de presentes e cestas de alimentos, a fim de contar a seu pai a grande boa nova. Iaacov ouve a noticia de que “Iossef ainda vive” e se recusa a crer. Os irmãos convencem o pai mostrando-lhe os sinais que Iossef lhes havia confiado, como prova. O velho Israel, que havia carregado um luto por todos estes anos por seu filho e custou a receber consolos, renasce para a vida – “E o espírito de Iaacov seu pai, renasceu”.
Iaacov decide descer ao Egito, para que possa ver novamente seu querido filho Iossef.
A descida ao Egito (46:1-34)
Iaacov se apressa a viajar, percorrendo sua jornada com alegria e de forma resoluta. Por outro lado, a desconfiança de que a descida de Israel ao Egito com toda a sua família, não seja a melhor coisa a se fazer. Faz uma parada em Beer Sheva e eleva uma oferenda a Hashem. O Altíssimo Se revela a ele e o fortalece diante de sua decisão de descer ao Egito. Hashem promete a Iaacov que estará com ele no Egito e o informa que sua família crescerá no Egito e eles se tornarão uma grande nação. No final, D-us os levará de volta à terra dos seus antepassados.
A família de Israel, excluindo as esposas que se juntaram a eles, contava 70 almas.
Enquanto Iaacov se prepara para assentar a terra do Egito, Iaacov envia Iehudá mais adiante para que erga no Egito uma infra-estrutura de estudos de Tora, que sirva como centro para éditos haláchicos e educação das crianças.
Iossef é informado que sua família está a caminho. Ele não os espera inerte, mas sela pessoalmente os cavalos de sua carruagem e sai de encontro a seu velho pai.
As emoções deste encontro são especialmente intensas.
Iossef orienta seu pai e aos irmãos para que digam ao Faraó que são pastores. Assim poderão receber um quinhão especial de terra, a região de Goshem, muito apropriada para o pastoreio.
O encontro com o Faraó (47:1-12)
Iossef leva alguns dos seus irmãos à presença do Faraó. Seguindo a orientação de Iossef, eles contam que se ocupam se pastorear rebanhos. Concomitantemente, o Faraó lhes dedica toda a terra de Goshen para que lhes sirva de assentamento.
Agora é a vez de Iossef apresentar seu pai diante do rei. O Faraó se interessa pela idade avançada de Iaacov. Este lhe diz estar com a idade de 130 anos, mas que estes lhes foram cheios de dor e dificuldade. Iaacov abençoa o Faraó e se despede.
Iossef faz cumprir a ordem real e assenta a todos os seus familiares na terra de Goshen, cuidando de todas as suas necessidades.
Iossef domina todo o Egito (47:13-27)
Com a descida dos filhos de Israel ao Egito e como conseqüência da Berachá de Iaacov, a fome cessa no Egito, apesar de terem se passado apenas dois anos de fome, como havia sido previsto. Mas a Tora volta, após a descrição da Historia de Iossef e de sua família, a relatar tudo o que havia acontecido no Egito durante os anos da fome.
Como sabemos, todos os cidadãos do Egito chegavam aos armazéns de Iossef para adquirir alimentos. Depois de um certo tempo o dinheiro destes cidadãos havia escasseado, então Iossef cobra pelos alimentos aceitando gado, rebanhos e demais animais domésticos. Ao termino do primeiro ano de fome não havia recurso financeiro algum nas mãos dos egípcios, afora suas terras e força de trabalho. Iossef confisca todas as terras das mãos dos egípcios em troca de alimentos e espalha a população pelo país, para que não fique lembrança alguma de sua propriedade sobre a terra e, deste modo, se apague o sentimento de estrangeirismo de sobre sua família.
Ao final do segundo ano, quando a terra começa a florescer com as bênçãos de Iaacov, Iossef dá uma semente a cada cidadão do reino e chega com eles a um acordo, segundo o qual um quinto da produção de trigo deve ser paga como imposto aos tesouros do rei. Assim, Iossef fez o tesouro do rei enriquecer de modo incomparável e ainda obteve reconhecimento e aclamação popular por haver recuperado as finanças de cada um.
Esta parashá contém 106 versículos
Postar um comentário
Seus comentários são muito bem vindos.