PIRKEI AVOT - A ÉTICA DO TALMUD
“Hilel dizia: ‘O acanhado - que tem
vergonha de pedir um esclarecimento - não conseguirá aprender’ (2:6).”
O atributo da humildade é apropriado em todas as situações exceto no
aprendizado. A natureza da aprendizagem requer uma relação recíproca entre
professor e aluno. Quando o aluno não entende um conceito apresentado pelo
professor, deve pedir uma explicação. Se não procurar o esclarecimento, não
será capaz de acompanhar a aula.
Apesar de tão óbvio, precisamos saber que a natureza humana muitas vezes
atrapalha o processo de aprendizado. Por exemplo, imaginemos que estamos
assistindo uma aula sobre a Porção Semanal da Torá. O rabino explica sobre um maakê (a construção de um muro de proteção em torno de um telhado). No entanto, não
estamos familiarizados com o termo hebraico, e, portanto, não conseguimos
seguir o fluxo da aula.
Sentimos-nos um pouco desconfortáveis em perguntar o significado da palavra -
especialmente porque todo mundo parece estar entendendo sobre o que o rabino
está falando.
Esta reação é totalmente compreensível e é algo que provavelmente
todos nós já experimentamos. No entanto, isto nos impede de aprender.
O remédio para este dilema é considerarmos o professor como um “filantropo da
sabedoria”. Um filantropo não desperdiça seus recursos, mas sim os reparte para
causas nobres. Da mesma forma, um professor sábio irá compartilhar seus
conhecimentos com os alunos que apresentam um desejo sincero de aprender.
Se educadamente fizermos nossas perguntas, não importa quão ‘tolas’ imaginemos
que sejam, nosso professor nos dará a resposta adequada. Ao enxergarmos nossos
professores como ‘filantropos da sabedoria’, teremos a coragem de perguntar
todas as nossas questões. Como resultado de nossos esforços em procurar o
entendimento, iremos aprender e continuamente ficar mais sábios(as)!
Baseado no comentário do Rabeinu Yoná
(Espanha, *-1263) sobre o Pirkei Avót
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