Hora de festa! Purim
é nesta semana: desde o anoitecer deste sábado, 11 de março, e todo o dia de domingo!
Purim é a festividade que nos faz lembrar que D'us ‘dirige’ o mundo por
trás dos bastidores. Em nenhum lugar da Meguilá
Ester o nome de D'us é mencionado, apesar de haver uma tradição de que, a
cada vez que as palavras ‘o rei’ são mencionadas, referem-se também ao
Todo-Poderoso.
A
Meguilá Ester é um livro repleto de
suspense e intrigas, onde está relatada a historia de Purim, e com um final
bastante feliz: o Povo Judeu é salvo
da destruição!
O
jejum de Ester este ano é na próxima quinta-feira, dia 9, comemorando os três dias que a rainha Ester e o Povo
Judeu jejuaram antes que ela se aproximasse do rei Ahashverosh com seu pedido
pela salvação do Povo Judeu.
Um excelente
livro elucidando Purim é ‘The
One Hour Purim Primer, de
autoria do Rabino Shimon Apisdorf, de Los Angeles. Uma das mensagens que mais
me chamaram a atenção foi a seguinte: “Se você e seus familiares costumam ir
apenas duas vezes por ano à sinagoga, escolha então Purim e Simhá Torá (quando
todos dançam e celebram o encerramento e o início da leitura da Torá). Nossas
crianças devem ver e sentir a alegria de sermos Judeus, e nada melhor que estas
duas datas festivas!” Outro excelente livro é Inside Purim - Fascinating and Intriguing Insights on
Purim and the Megillah.
Purim vem da palavra persa ‘pur’, que quer dizer ‘sorteio’,
como consta na Meguilá: “Hamán fez sorteios para escolher o ‘melhor’ dia para exterminar os Judeus”.
Este dia caiu em 13 de Adar. Os sinistros eventos daquele dia acabaram se
invertendo, tornando-se um dos mais alegres dias do calendário Judaico. Nós
celebramos Purim no dia 14 de Adar, pois “eles
(os Judeus) descansaram no décimo quarto dia, tornando-o um dia de festa e
alegrias (Meguilá Ester, capítulo 9:17)”.
Em alguns poucos lugares, como
Jerusalém, Hevrón, a cidade velha de Tsefat e Tibérias, Purim é celebrado no
dia seguinte, 15 de Adar. Nossos Sábios declararam que todas as cidades de
Israel que tinham muralhas à época de Yehoshua bin Nun (Josué), devem
celebrá-lo no dia seguinte. O motivo foi comemorar o dia a mais que o rei persa
Ahashverosh garantiu a Ester, para permitir aos Judeus de Shushán (a capital da
Pérsia, que, por coincidência, era uma cidade com muralha) acabar com seus
inimigos. A festividade que ocorre nestes locais chama-se Shushán Purim.
Há duas
formas com que se tenta destruir o Povo Judeu: física ou espiritualmente. Nossos inimigos usaram as duas. Hánuca
é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos
assimilar culturalmente (os Gregos e suas culturas derivadas). Purim é a
celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos destruir
fisicamente (dos amalequitas até os persas, sem parar).
Por que usamos fantasias e máscaras
em Purim? Em lugar algum da Meguilá Ester
o nome de D’us é mencionado. Se
alguém assim o desejar, poderá enxergar a história de Purim como uma sequencia
de coincidências, totalmente desprovida de Influência Divina. Da mesma forma
que nos escondemos atrás de máscaras e fantasias, mas nossa essência está lá,
assim D’us tinha “escondido Sua face”, atrás das ‘forças’ da história, mas lá estava Ele
dirigindo os acontecimentos.
Por que
fazemos barulho toda vez que o nome de Hamán é mencionado durante a leitura da
Meguilá? Hamán pertencia ao povo de Amalêk, um povo que personifica o mal e que
a Torá não os deseja. Ao ‘desfigurarmos’ o nome de Hamán durante a leitura,
estamos, simbolicamente, aniquilando Amalêk e todo o mal que ele representa.
A festividade é celebrada ouvindo-se a leitura da
Meguilá sábado à noite e domingo de manhã, que traz o relato de todos os fatos
ocorridos em Purim.
Durante o dia (domingo) cumprimos outras três mitsvót: 1)
Matanót L’Evioním -- dar
dinheiro ou presentes a pelo menos duas pessoas pobres; 2) dar pelo menos dois alimentos prontos a no mínimo uma pessoa
(chamado Mishlôah Manót, “o envio de porções”, que também pode ser feita através de um intermediário) e 3) comer uma Seudá, uma refeição
festiva, onde devemos beber vinho.
De
certa maneira, Purim é ‘maior’ que Yom Kipur. Em Yom Kipur nós jejuamos e
é fácil para nossa alma ter domínio sobre o corpo. Purim, por outro lado, é o
melhor exemplo da integração do físico e do espiritual e da conscientização do
amor que D’us tem por nós. A única
coisa que se interpõe entre o Todo-Poderoso e você – é você. O vinho e o
espírito do dia nos ajudam a ultrapassar esta barreira.
As mitsvót
de Mishlôah Manót e de dar presentes aos pobres foram ordenadas para
gerar um amor fraterno entre as pessoas. Quando há unidade e amor entre
nós, mesmo os transgressores se tornam pessoas corretas e nossos inimigos não
conseguem nos causar nenhum dano!
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