O Talmud (Taanit 9a) nos relata que certa vez Rabi Yohanan encontrou o filho do Rabino Resh
Lakish. Rabi Yohanan disse ao jovem: “Diga-me o versículo da Torá que você
estudou hoje”. O rapaz respondeu: “A décima parte de sua colheita você
certamente deve dar (Deuteronômio 14:22)”.
O jovem então perguntou a
Rabi Yohanan: “Qual o significado de ‘A décima parte você certamente deve
dar’?” Rabi Yohanan respondeu: “Dê um dízimo de seus rendimentos para a tsedaká
(caridade) e ficará rico”. O rapaz, muito sabiamente, perguntou: “Como o senhor
sabe disto?” Rabi Yohanan falou: “Faça um teste. Tire a décima parte de seus
lucros e dê aos carentes, e veja se você não enriquece!”
O filho do Rabino Resh
Lakish era um rapaz perspicaz. Com todo o respeito, ele perguntou uma excelente
questão: “É permitido testar o Todo-Poderoso? Não está escrito na Torá: ‘Não
testem o Criador (Deuteronômio 6:16)’?”
Rabi Yohanan sorriu ao
jovem e respondeu. “O Rabino Hoshaia ensinou que separar dízimos para a tsedaká
é uma exceção à proibição de testarmos o Todo-Poderoso. Ele trouxe prova de um
versículo citado no livro do Profeta Malahi (3:10): ‘Tragam todos os dízimos
para o armazém, para que haja alimentos em Minha casa (para aqueles que serviam
no Templo Sagrado de Jerusalém). Vocês podem me testar com isto, disse o
Todo-Poderoso, Mestre das Legiões, e verão se Eu não abrirei as janelas do céu
e jorrarei bênçãos sem limite sobre vocês”.
O Sefer Hachinuch
– um livro escrito há cerca de 800 anos, que detalha os porquês, comos e as
razões dos mandamentos da Torá – ensina: “É proibido uma pessoa testar o
Todo-Poderoso ao cumprir uma mitsvá (mandamento) com a intenção de ver se será
ou não recompensado(a), pois o local de receber as recompensas Divinas é no
Mundo Vindouro. A pessoa não deve supor que receberá recompensas neste mundo.
Todavia, por causa do versículo citado no livro do Profeta Malahi (trazido
acima), há uma exceção a esta regra: em relação ao mandamento de doar o dízimo,
a pessoa pode aguardar e verá recompensas financeiras ainda neste mundo”.
Harry Fischel (Rússia e
EUA, 1865-1948) era um
homem rico e filantropo que trabalhava no ramo de empreendimentos imobiliários
em Nova York. Ao iniciar seu negócio, ele virtualmente não tinha um centavo no
bolso. Ao lhe perguntarem sobre o segredo de seu sucesso, ele alegremente
compartilhava o conselho que recebera do grande sábio, o Hafêts
Haim [Rabino
Israel Meir Kagan (Polônia, 1839-1933)], antes de vir para os Estados Unidos: “Se deseja ter êxito em seus
negócios, você precisa colocar D'us como seu sócio em cada empreendimento. Antes de
entrar em qualquer investimento ou projeto, tente fazer uma avaliação precisa
de quanto lucro imagina obter na empreitada. Calcule, então, quanto será o
dízimo (a décima parte) deste lucro planejado e escreva um cheque com este
valor para ser posteriormente depositado numa conta de tsedaká
(caridade)”.
“Volte-se, então, ao
Todo-Poderoso numa prece fervorosa e diga: ‘Mestre do Universo, é meu
privilégio convidá-Lo a ser meu sócio neste empreendimento. Se eu não obtiver
lucros, não terei nada para repartir com o Senhor, meu sócio. Porém, se tiver
sucesso e conseguir o lucro que planejo, então os 10% que separei para a tsedaká
são Seus’. Quando alguém, desde o início, tem D'us como seu sócio, o sucesso
está garantido!”
Fonte: Meor Hashabat.
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