“Rabi Meir disse: ‘Todo aquele que estuda Torá com intenção pura
merecerá muitas coisas. Não só isso, mas o mundo inteiro valeu a pena ter sido
criado por sua causa. O estudo da Torá o reveste de humildade e reverência aos
Céus’ (6:1)”.
O Talmud (Eruvin 13b) nos ensina
que os dois principais legisladores das leis da Torá foram Beit Hilel e Beit
Shamai. Nossos Sábios determinaram que, nos casos em que houvesse discussão
entre Beit Hilel e Beit Shamai sobre alguma lei, que os rabinos
seguissem a decisão de Beit Hilel. A razão pela qual os Sábios do Talmud
favoreceram o parecer de Beit Hilel foi porque Hilel e seus discípulos
seguiram o caminho da humildade, enquanto Shamai e seus discípulos seguiram o
caminho da exatidão e rigor.
No entanto, surge uma pergunta: por que a
determinação da lei deveria ser baseada no atributo de humildade? Sabemos que a
verdade é adquirida por meio da acuidade intelectual e erudição. Portanto, no
que diz respeito à lei, não deveríamos seguir a visão de Beit Shamai,
que eram conhecidos por sua erudição e mente afiada?
A Torá revela que há uma relação direta
entre o raciocínio e a humildade. A magnífica virtude da humildade desperta
méritos para que a pessoa perceba e entenda a verdade. Portanto, a humildade de
Hilel e seus discípulos facilitou e reforçou a sua compreensão e
capacidade de captar a verdade além do que conseguiram os discípulos mais
intelectualmente dotados de Beit Shamai.
Que possamos seguir o caminho da humildade
de Hilel. Assim teremos o mérito de ter características agradáveis, bem como
conhecer as grandes verdades da sagrada Torá.
Baseado nos comentários do Hida, Rabino
Haim Yossef David Azulai (Israel e Itália, 1724-1806)
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