Jerusalém, Nossa Cidade Santa
Que minha mão definhe, ó
Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
Que me grude a língua ao céu da
boca, se eu não me lembrar de ti e não considerar Jerusalém a minha maior
alegria.
Estas frases acima, escritas nos
Salmos, descrevem nossa devoção em relação a Ierushalaim.
A cidade mais essencial do povo
judeu sofreu e sofreu. Muitos tentaram e alguns conseguiram expulsar nosso povo
de Ierushalaim. Os babilônios nos conquistaram e nos levaram à sua terra, mas,
desde as margens dos rios da Babilônia, os judeus soluçavam e lembravam-se da
cidade sagrada. Então, quiseram minar nosso povo de outra forma, obrigando a
helenização de Ierushalaim, proibindo o estudo da Torá e os rituais judaicos. E
os macabeus lutaram e retomaram Jerusalém. Até que os romanos, no início do
primeiro milênio, expulsaram novamente este povo de sua terra, de sua
Ierushalaim.
Nestes quase 2 mil anos de
separação de um povo e sua terra, nunca Ierushalaim foi esquecida. Sempre foi
parte primordial do sonho dos judeus. Em suas datas religiosas mais
significativas, como em Iom Kipur, Ierushalaim foi citada e recitada, dando voz
à aspiração de para lá voltar. O movimento sionista tem em seu nome esculpida a
palavra Tsion, um dos nomes da cidade sagrada.
Foram séculos e séculos de
destruição e exílio, de um povo a espera de seu lar espiritual. E finalmente,
em 07 de junho de 1967, Ierushalaim nos foi resgatada em sua unificação.
Escutamos boquiabertos, o som dos passos dos nossos jovens, nossos bravos
soldados, entre tiros e instruções militares, caminhando emocionados, aos
prantos. Prantos de tristeza pelos amigos caídos, mas prantos também de imensa
emoção por se aproximarem do Kotel, o monumento maior do Judaísmo, a lembrança
da era do Templo.
Desde então, Jerusalém vive no
centro das discussões de paz, sendo por nós definida como a capital religiosa e
secular da Terra de Israel.
Nestas últimas semanas, o
presidente dos Estados Unidos declarou que a capital de Israel é a cidade de
Jerusalém e que ele tomaria medidas para transferir sua embaixada para a cidade
sagrada.
Desde a época de Bill Clinton em
1995, passando por George Bush e Obama, todos presidentes dos Estados Unidos,
ouvimos a mesma observação. Quanto a Trump, nenhuma medida prática foi tomada
ainda, mas muitos e muitos países condenaram seu discurso. Afirmaram que esta
decisão prejudica o processo de paz.
Porém contra fatos não há
argumentos.
A verdade é que há mais de 3.300
anos, Jerusalém já era a capital judaica. Ela nunca foi a capital de qualquer
entidade árabe ou muçulmana. Mesmo sob o governo jordaniano, Jerusalém nunca
foi uma capital árabe e nenhum líder árabe veio visitá-la.
Jerusalém é mencionada na Bíblia
dos judeus aproximadamente 700 vezes.
Os judeus rezam voltados para
Jerusalém; os muçulmanos rezam na direção de Meca. Se os muçulmanos estiverem
entre as duas cidades, rezam voltados para Meca, com as costas voltadas para
Jerusalém.
Foi o judeu Rei Davi quem fundou
Ierushalaim e durante mais de 3.000 anos, sempre existiram judeus na cidade.
Infelizmente, hoje em dia, os
meios de comunicação e o mundo árabe criaram uma tremenda aberração e afirmam
que a cidade santa é, prioritariamente, sagrada só para os muçulmanos.
É vergonhoso saber que certas
organizações, como a Unesco e mesmo a ONU, são regidas por uma politicagem, e
preferem agradar um conjunto de países árabes, em detrimento da verdade.
Nós, que tivemos nosso retorno ao
nosso lar, Israel, em 1948, aprovada exatamente pela ONU, temos que constatar
que esta organização já não se define pela igualdade e pela História.
Aliás, sempre que surge esta
discussão, parece que o mundo árabe esquece que a sua cidade sagrada é Meca.
Enquanto os judeus do mundo todo rezam em direção a Ierushalaim, os muçulmanos
voltam-se para Meca.
Em nossa liturgia, ansiamos
literalmente poder voltar à nossa Capital Eterna. Às vezes, recitamos “O ano
que vem em Jerusalém,” exatamente no final de nosso feriado mais sagrado, Iom
Kipur.
Assim, não há como dividir a
Cidade de Davi.
Sabemos que o mundo, ingenuamente
levado pelos meios de comunicação e pela percepção deturpada dos palestinos,
acaba desprezando os fatos e a História para colocar-se do lado de um povo que
se declara oprimido.
Talvez fosse o caso de pensar em
outra estratégia para Ierushalaim se pudéssemos resolver o conflito
israelense-palestino e selarmos a paz.
Mas como fazer a paz se o sonho
destes mesmos palestinos é eliminar Israel para sempre?
Como fazer a paz se o governo
palestino homenageia os terroristas que ferem nosso povo em atentados
terroristas?
Como fazer a paz se as crianças
palestinas, desde cedo, são ensinadas a odiar nosso povo e são treinadas, em
tenra idade, com fuzis, e sonham em destruir Israel?
Como fazer a paz quando
movimentos terroristas como o Hamas e o Hesbolá estão nas nossas fronteiras
despejando o ódio e esperando qualquer fraqueza nossa para nos atacar?
Já nos seria muito difícil ter
que abrir mão de um pedacinho de nossa cidade mesmo que fosse para alcançar a
paz, mas neste momento, não conseguimos ver, num futuro próximo, a disposição
para a paz.
Jerusalém é, assim, inteiramente
nossa!!
E que possa ser assim até a
eternidade.
Secretário de Estado de Desenvolvimento Social
Deputado Federal
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