Pretendia escrever um artigo sobre a importância do desenvolvimento social para que toda uma parcela do mundo pudesse ter uma melhor perspectiva de vida, mas a Polônia me trouxe de volta à questão que mais tem residido na minha alma: o enorme perigo da volta do nazismo.
Nestas últimas semanas o Senado
da Polônia aprovou polêmica lei sobre Holocausto. A Legislação prevê até três
anos de prisão para quem acusar poloneses de cumplicidade em crimes nazistas e
usar expressão "campos de extermínio poloneses".
Como se uma lei pudesse apagar
toda a responsabilidade polonesa pelo sofrimento de milhões de judeus.
Desde Varsóvia até Apt, desde
Lodzj até Stashow, todas as cidades e vilarejos já conviviam com um
antissemitismo ferrenho.
Muitos judeus afortunados
conseguiram sair do país antevendo o que aconteceria. Muitos ainda vieram no
apagar das luzes antes da Guerra.
E, então, com a invasão nazista,
milhares e milhares de poloneses puderam exercer seu profundo sentimento contra
os judeus.
Eles denunciavam de forma sistemática
os judeus que estavam escondidos em porões e nas ruas, nas cidades pequenas ou
disfarçados como cidadãos não judeus.
Eles não tinham prurido em
chantagear a população judia. Eles aceitavam cuidar de bebês e crianças judias
para depois ficarem com elas e forçarem que elas aceitassem a fé cristã,
recusando-se a devolvê-las depois da guerra.
Os poloneses dilapidaram seus
judeus. Roubaram joias, obras de arte e dinheiro. Eles invadiram propriedades e
se apropriaram delas. O judeu, faminto, deslocado em busca de seus bens,
voltaram às suas cidades para bater a porta na cara, pois sua casa já não era
sua, suas joias já não os esperavam, suas posses não mais existiam.
E a Polônia vem hoje e cria uma
lei que nega toda esta perseguição?
A população judaica polonesa foi
a que mais morreu durante o nazismo. Sim, era uma das maiores populações de
judeus no mundo, mas, claramente, o envolvimento do polonês alimentou a
matança.
Nesta nova fobia contra o judeu,
até mesmo a ONU anda jogando no time dos antissemitas. Suas resoluções
anunciando que Jerusalém só é sagrada para os muçulmanos é, inequivocamente,
uma declaração antissemita. Aqui, nem se trata de atacar enfática e
injustamente o Estado de Israel, mas é uma resolução que afeta o judeu do mundo
todo.
Sabemos também, que mesmo sem
leis oficiais, centenas de eventos antissemitas estão acontecendo. Já nem
podemos chamar de eventos, são mesmo uma grande onda racista. Nem mesmo são só
antissionistas, são expressões globais de ordem nazista.
Hoje, protegidos pela nossa Terra
Sagrada, temos o compromisso de aumentar nosso tom de voz diante deste
panorama.
Não seremos mais o povo
desenraizado e sujeito a estes ataques.
Nossas instituições,
confederações, agremiações, escolas, clubes, sinagogas, e todos os judeus temos
a missão de defender nosso povo, seja procurando as vias da lei para isso, ou
falando, escrevendo, fazendo demonstrações, apresentando discursos e
denunciando mentiras.
Que a Polônia venha me prender,
mas sua cumplicidade em crimes nazistas é fato notório e os campos de
concentração poloneses foram uns dos mais bem-sucedidos na esteira nazista.
Eu e milhares e milhares de
judeus no mundo somos obrigados a denunciar esta mais nova expressão de racismo
da Polônia.
E hoje, mais fortalecidos,
dizemos, foi nazismo polonês sim!!!
Secretário de Estado do Desenvolvimento Social
Deputado Federal
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