Yom
Kipur: O Grande Dia!
Intuitivamente,
cada um de nós sabe que tem uma alma – aquela parte de nós que contém a nossa
consciência e a vontade de fazer a coisa certa. A Torá relata: “D'us soprou em suas
narinas (as de Adão, o primeiro ser humano) a alma da vida (Genesis 2:7)”.
Ao percebermos que nossa essência é espiritual – e eterna – passaremos a
enxergar as nossas vidas sob um prisma totalmente diferente. É verdade:
precisamos nos preocupar com o nosso corpo e a nossa saúde e fazer todos os
esforços possíveis para mantê-lo e preservá-lo, mas a parte mais importante é a
alma, pois é o nosso verdadeiro eu. Yom Kipur trata da alma.
Durante o transcorrer
do ano, trazemos méritos para a alma ao praticarmos bons atos ou a ‘sujamos’
através de atitudes e comportamentos errôneos. As 613 mitsvót (Mandamentos) da
Torá estão aí para nos ajudar a desenvolver as nossas almas e aperfeiçoá-las.
Desde o início do mês hebreu de Elul até Yom Kipur (40 dias) nós refletimos,
revisamos o ano e as nossas interações com o Todo-Poderoso, bem como com os nossos
amigos e familiares. Trabalhamos para reparar aquilo que precisa de conserto e
o Yom Kipur é a culminação deste processo.
A Torá nos deu
Mandamentos (mitsvót) especiais para Yom Kipur para nos ajudar a enxergar mais
claramente que somos almas (e não apenas corpos) e para nos ajudar a
relacionarmo-nos com a vida num nível mais espiritual, minimizando o controle
do corpo sobre as nossas vidas. E quais são? Existem cinco mitsvót em Yom Kipur
que estarão vigentes desde as 17h41min de terça-feira
até as 18h41min de quarta-feira (horário de S. Paulo).
Somos proibidos de:
1) comer e beber,
2) usar calçados de couro,
3) relacionamento conjugal,
4) passar cosméticos, cremes, desodorantes, etc, no corpo e
5) banhar-se por prazer.
Somos proibidos de:
1) comer e beber,
2) usar calçados de couro,
3) relacionamento conjugal,
4) passar cosméticos, cremes, desodorantes, etc, no corpo e
5) banhar-se por prazer.
Ao diminuir os
prazeres físicos, damos proeminência à alma. A vida é uma constante batalha
entre o Yétser Hatóv (o desejo de fazer as coisas certas, que é
identificado com a alma) e o Yétser HaRá (a vontade de seguir os nossos
desejos, que corresponde ao corpo). Nosso desafio na vida é ‘sincronizar’ o nosso
corpo com o Yétser Hatóv. Uma analogia é feita no Talmud entre um cavalo
(o corpo) e um cavaleiro (a alma). É sempre melhor o cavaleiro estar em cima do
cavalo!
A tradição Judaica ensina que
1.
Estou comendo para viver ou vivendo para comer?
2. Se
estou comendo para viver, então quais são as minhas metas para a vida?
3. O
que gostaríamos que escrevessem em nosso obituário ou em nossa lápide?
Yom
Kipur, o Dia do Perdão, é o aniversário do dia em que Moshe trouxe as
segundas Tábuas da Lei do Monte Sinai (as primeiras foram quebradas quando
Moshe viu o povo idolatrando um bezerro de ouro). Isto significou que o
Todo-Poderoso havia perdoado o Povo de Israel por terem feito idolatria. Dali
em diante, este dia foi decretado como o dia para o perdão dos nossos erros.
Entretanto, isto se refere às transgressões entre o homem e D'us. Transgressões
entre o homem e o seu semelhante requerem que se corrija o erro e se peça
perdão pelo prejuízo acarretado. Se alguém pegou algo de outra pessoa, não é
suficiente arrepender-se e pedir desculpas a D’us; primeiro é necessário
devolver o que foi pego e pedir desculpas à pessoa lesada, e somente então
pedir desculpas a D’us por ter ofendido o seu semelhante.
Durante
as orações falamos o Vidúi, uma
confissão, e Al Hét, uma lista de
transgressões entre o homem e D'us e o homem e seu semelhante. É interessante
notar duas coisas: primeiro, as transgressões estão em ordem alfabética (em
hebraico). Isto torna a lista bastante abrangente, além de permitir a inclusão
de qualquer transgressão que se queira na letra apropriada.
Em segundo, o Vidúi e Al Hét estão no plural. Isto nos ensina que somos um povo
‘entrelaçado’, responsáveis uns pelos outros. Mesmo se não cometemos uma
determinada ofensa, carregamos certa responsabilidade por aqueles que a fizeram
– especialmente se pudéssemos ter evitado a tal transgressão.
Mais
ainda explica o Rambam: “Cada comunidade, cada país e o próprio mundo são
julgados desta maneira”. Portanto, a pessoa não deve pensar que está afetando
apenas a sua ‘própria balança’, mas sim a humanidade inteira como um todo.
Em Yom Kipur nós
lemos o Livro do Profeta Yoná (Jonas). Sua mensagem é que
D'us aceita prontamente o arrependimento de qualquer um que deseje fazer
Teshuvá, voltar ao Todo-Poderoso e ao caminho da Torá, da mesma forma que ele o
fez com a população de Ninvê, a cidade mencionada no livro.
A propósito, se
quiser se manter focado no fato de que você é uma alma e não apenas um corpo, treine-se
a dizer: “Meu corpo está com fome” e não “Eu estou com fome”!
Uma
Sugestão Antes de Yom Kipur...
O
Rabino Moshe Meir Weiss escreveu um belo e encantador livro sobre as
Festividades de Rosh Hashaná e Yom Kipur intitulado “On The Yamim Noraim”
(disponível em http://www.judaicapress.com/Rabbi-Moshe-Meir-Weiss-on-the-Yamim-Noraim.html).
Nele ele traz 40 dicas para pleitearmos um ano maravilhoso. Gostaria de compartilhar com vocês duas delas:
Nele ele traz 40 dicas para pleitearmos um ano maravilhoso. Gostaria de compartilhar com vocês duas delas:
“Evitemos
o nervosismo como a um incêndio. O Talmud relata as graves consequências para
quem mantêm este hábito. Tenhamos em mente que a raiva é a maneira pela qual os
tolos lidam com os problemas - como ensinou o rei Salomão (Eclesiastes 7:9): ‘Não seja rápido em
enervar-se, pois a raiva repousa no colo dos tolos’”.
“Ninguém
quer ser amigo de uma pessoa nervosa. Pior ainda, o cônjuge desta pessoa leva
uma existência miserável e não enxerga a luz no final deste deplorável túnel. E
estejamos especialmente vigilantes em não ficarmos bravos na véspera de Shabat (dica do dia 16 de Elul)”.
Por
outro lado (dica do dia 6 de Tishrei): “Aprendamos a
cumprimentar os outros genuinamente. Nós nos tornaremos pessoas queridas, pois todos
gostam de um elogio. É uma maneira acessível e barata de incentivar, encorajar
e fazer aflorar o que há de melhor nas pessoas. Há muitas maneiras de fazer
isto: pessoalmente, ao telefone, numa carta, via email. Utilizemos todas elas.
Exercitemos esta arte, especialmente com nossos pais, cônjuges e filhos”.
“Utilizemos a crítica de
forma moderada, especialmente em casa. Críticas constantes são uma das vias
mais frequentes para um ambiente infeliz. Tenhamos em mente que a crítica surge
naturalmente quando sentimos que algo está errado ou faltando, mas elogios não
são uma resposta automática. Precisamos nos treinar para conseguir expressá-los
sabendo que são maravilhosos lubrificantes para todos os nossos
relacionamentos”.
* * * * *
Ao entrarmos em Yom Kipur na sinagoga e olharmos para a
quantidade de orações, evitemos o caminho cômodo de nos entregar à nossa
frustração de não entendermos o que está sendo falado. Eis
Algumas
Ideias para Tornar o Serviço de Yom Kipur
Mais Significativo:
1 - Tenhamos
satisfação! Já tomamos a importante decisão de comparecer à sinagoga. Não nos
arrependamos, então!
2 - Não
viemos para nos entreter e sim para conquistar algo a um nível espiritual:
aproximarmo-nos do Todo-Poderoso, refletir, colocarmo-nos num caminho melhor na
vida.
3 - Não
culpe a cerimônia religiosa, o Rabino ou o livro de orações. Se desejar,
prepare-se antecipadamente: leia o Mahzór (o livro com as orações
especiais de Rosh HaShaná e Yom Kipur) para entender as palavras e as ideias
contidas nestas orações. Façamos uma ‘listinha’ de atitudes ou
comportamentos de que nos arrependemos, que gostaríamos de corrigir e que
gostaríamos que o Todo-Poderoso perdoasse.
4 - Nossa
mente parece ter duas pistas: uma pessoa pode falar e pensar sobre o que
quer dizer simultaneamente, ela pode também ler e estar pensando sobre algo que
não tem nada haver com a leitura, etc. Podemos também rezar e pensar num milhão
de coisas diferentes. Ao lermos uma prece silenciosa, concentremo-nos naquilo
que estamos lendo. Ao ouvir o Hazan
(a pessoa que está conduzindo as orações), foquemos a nossa mente num
pensamento espiritual: “Querido D’us, por favor, me ajude”,
“Todo-Poderoso, perdoe-me”, “D’us, eu realmente
acredito no Senhor”. Isto evitará que nossa mente comece a pensar sobre
o resultado do jogo de futebol, as contas a pagar, reparos que precisam ser
feitos em casa, etc. A maioria das pessoas não entende a liturgia em Hebraico
que está sendo cantada. Entretanto, mesmo que nossas mentes não entendam, o
coração e a alma se nutrem destas palavras, da melodia e da atmosfera. Relaxe e
ouça a essência do que está sendo cantado.
5 - Façamos o melhor uso
possível de nosso tempo. Leiamos os comentários ou a tradução das orações.
Procure se sua sinagoga não tem algum material interessante sobre Yom Kipur,
numa língua que você entenda. E se estiver realmente sofrendo, então apenas
peça: “D’us, por favor, aceite meu sofrimento por estar na sinagoga como
reparação por minhas transgressões!”
6 - Assista o nosso belo e inspirador filme de 1 minuto de
duração (em inglês) intitulado 'Sorry': clique em www.aish.com/movies/sorry.asp.
AINDA
DÁ TEMPO: VOCÊ GOSTARIA DE PROPORCIONAR ÀS FAMÍLIAS CARENTES UM INÍCIO DE ANO MELHOR ?
Dezenas de famílias não têm condições de adquirir produtos
básicos para Rosh HaShaná. As duas instituições abaixo estão se esforçando
muito para prover vinho, halá, mel e outros produtos casher a estas
famílias carentes. São instituições muito sérias e eu também as ajudo com
dinheiro. Envie sua contribuição para:
ORGANIZAÇÃO ISRAELITA O.I.S.E.R - BANCO BRADESCO – AG. 114 – C/C 79.589-5
Maiores informações com a Sra. Rivka –
tel: 011-3082-1562 - CNPJ: 45.884.426/0001-93
Um Pensamento Especial para Yom Kipur ...
O
Baal Shem Tov, Rabino Israel ben Eliezer (Ucrânia,
1698-1760) – fundador do Hassidismo – deixou muitos alunos que
deram origem às diferentes Hassidut (dinastias hassídicas) que existem até hoje
em dia: Chabad, Viznitz, Satmer, Gur, Sanz, etc. Uma destas dinastias
originou-se na cidade de Bobowa, no sul da Polônia. Seu fundador foi o Rebe
Shlomo Halberstam Z”TL (1847-1905). Seu filho, o Rebe
Benzion Halberstam, foi assassinado pelos nazistas em 1941. Seu neto, que tinha
o seu mesmo nome, conseguiu livrar muitos judeus das garras nazistas e depois
da guerra estabeleceu-se em
Nova York , restaurando a dinastia de Bobow à sua antiga
grandeza.
O Rebe Shlomo Halberstam – conhecido por seu título de
Bobower Rebe - era famoso por sua doçura, cavalheirismo e amabilidade. Certa
vez ele foi consultar-se com um médico que, ao examiná-lo, perguntou-lhe
quantos anos tinha. Quando o Rebe o informou que já passara dos 90 anos de idade,
o médico ficou assombrado. Ele exclamou que nunca havia visto alguém tão idoso
com uma pele tão lisa e uma espinha dorsal tão reta. Foi aí que o Rebe lhe deu
a seguinte explicação: “Já vivo nos Estados Unidos há cinquenta anos. Durante
todo este tempo posso dizer que nunca tive um inimigo. É por esta razão que o
Todo-Poderoso me preservou com todo este vigor físico!”
O
Bobover Rebe ensinava a todos os seus seguidores a terem repulsa por discussões
e intrigas. Um de seus grandes trabalhos foi promover a tolerância e a procura
pela paz. Que possamos ter o mérito de seguir nos passos deste homem incrível
que demonstrou um tão surpreendente amor e carinho pelos demais durante todos
os anos de sua vida.
Em nome de todos do
Aish HaTorá, gostaria de desejar a você e a toda a sua família um belo e doce
Ano Novo, com todas as bênçãos da Torá: boa saúde, vida longa e alegrias. Que o
seu Yom Kipur seja significativo, importante e inspirador, e que possamos
escutar apenas boas notícias!
S. Paulo: 17:40
h Rio de Janeiro 17:27
Recife 16:56 Porto Alegre 17:57 Salvador 17:10 Curitiba 17:51, B. Horizonte 17:29 Belém 17:52
Brasília 17:46 Jerusalém 18:07
Tel Aviv 18:26 Miami 19:07 Nova York 18:48
Pensamento da Semana:
“Ame
o Próximo Como a Si Mesmo;
Este É um Grande Princípio da Torá!”
Este É um Grande Princípio da Torá!”
(Talmud de
Jerusalém – Nedarim 9:4)
Shabat Shalom, que todos tenham um ano doce, pleno de bênçãos,
saúde, crescimento espiritual e material, e que sejamos todos carimbados no
Livro da Vida! Rabino Kalman Packouz
TRADUÇÃO: GERSON FARBERAS
Sugestão: mostre este fax a seus familiares!
Este fax é dedicado à memória de meu pai
Zeêv ben Ytschak Yaacov Z”L
e meu sogro Haim Shaul ben Sara Z”L
Texto esmerilhado por Tropicasher para leitura mais blogável
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Em Memória de Faiga bat Mordechai & Yechiel Mendel ben David
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