Shabat Mevarechim Parashat Bereshit
A CRIAÇÃO DO MUNDO (1:1-31)
A Torá relata os elementos principais da Criação, a saber: Céu, Terra, Corpos celestes, Plantas, Animais etc, que juntos constituem o mundo que conhecemos e no qual vivemos. O processo da Criação foi comentado e explicado por diversos comentaristas e adquire profundidade e significado especial sob o prisma da Cabalá e do Chassidismo. Relataremos aqui somente o que está escrito sobre a Criação, segundo a ordem dos dias da semana:
Primeiro Dia – Criação da Luz e dos elementos essenciais para a Criação tais como a água, o ar e a terra, que são mesclados um ao outro. A separação entre luz e trevas possibilita e primeira definição de “dia” – o primeiro Dia da Criação.
Segundo Dia – A definição dos conceitos de Céu e Terra, quando são separados um do outro pela água que os intermediava.
Terceiro Dia – Aterramento de parte da planície terrestre, definindo mares e crosta terrestre. O comando Divino faz brotar espécies vegetais da terra, arbustos e árvores.
Quarto Dia – Criação dos Corpos celestes: Sol, Lua e Estrelas – definindo seus turnos e funções.
Quinto Dia – Peixes e demais criaturas aquáticas, aves e todos os seres voadores.
Sexto Dia – Todo o reino animal terrestre, e a Criação do Homem.
O Dia do Shabat (2:1-3)
O Todo-poderoso conclui o trabalho de Criação do Universo em Seis Dias, escolhendo o sétimo dia, último no ciclo semanal, como dia de paralisação e descanso. Hashem abençoou o sétimo dia e o santificou.
O Homem e sua missão (2:4-17)
O mundo não pode alcançar a perfeição e seus objetivos sem o serviço do Homem. A Torá sublinha este fato mencionando que os arbustos dos campos não podem crescer sem chuva e que a chuva não cairá sem que o homem trabalhe a terra.
De fato, a Torá narra a criação do Homem de modo diverso ao das demais criaturas. A matéria prima humana é material, mas D-us lhe sopra uma alma viva, diferenciando-o das demais criaturas.
O Altíssimo coloca o homem no paraíso. Trata-se de um Jardim onde crescem dois tipos de árvores especiais – a Árvore da Vida, cujos frutos dão vida eterna a quem os come, e a Árvore do Conhecimento, cuja ingestão dos frutos expõe a pessoa aos conceitos do bem e do mal neste mundo. D-us impera ao homem que cuide deste Jardim e que não coma os frutos destas duas árvores especiais.
Uma companheira frente a si (2:18-25)
Hashem não quis deixar o homem sozinho no mundo, por isso criou para ele uma mulher, a partir de uma de suas costelas. Daqui provém a característica fundamental do homem de apegar-se à esposa e com ela formar um núcleo familiar.
D-us mostra todos os animais ao homem – a quem deu a missão de dominar os reinos animal e vegetal – para que dê a cada qual um nome apropriado. Na continuação, após a descrição da Árvore do Conhecimento, a Torá conta (3:20), que Adam (Adão), o primeiro homem, deu também à sua mulher um nome – Cava (Eva) – pois ela é a mãe de todo ser vivo (Chai).
O pecado da Árvore do Conhecimento (3:1-24)
A cobra original era mais astuta e diferia muito da cobra que conhecemos hoje. Ela se dirigiu à mulher e a seduziu para que comesse o fruto proibido da Árvore do Conhecimento. A mulher comeu do fruto e seduziu também seu esposo a comê-lo. A ingestão do fruto do conhecimento criou em ambos o sentido do constrangimento por estarem nus e eles coseram cinturões para si com folhas de figueira. O Todo-poderoso ira-se com a cobra que fez os outros pecarem e também com os pecadores. Contra a cobra é dada a sentença de ser o mais reles dos seres vivos, além de rastejar com a garganta pela terra, vivendo em constante estado de conflito com o homem. A mulher é sentenciada às dificuldades da gravidez e dores do parto, e ser subjugada ao homem. A este é decretado retornar no fim de seus dias à terra de onde foi extraído. D-us expulsa Adam e Chavá do Gan Éden, bloqueando o caminho de volta.
Cain e Hevel (1:26)
Adam e Chavá trouxeram ao mundo dois filhos – Cain e Hevel (Caim e Abel).
Cain, um lavrador, decide fazer uma oferenda de sua lavoura a D-us. Mas a qualidade de sua oferenda é pobre. Por outro lado, Hevel, um pastor, faz uma oferenda com o melhor do seu rebanho. D-us aceita a oferenda de Hevel e recusa a de Cain. Ao notar a frustração de Cain, D-us lhe explica o fundamento do livre arbítrio no mundo, a necessidade de sobrepujar o Iétser hará, que empurra o homem na direção do pecado.
Cain, ferido e mordido pela inveja, aproveita estarem sozinhos no campo e mata seu irmão Hevel. O Altíssimo se ira com Cain e o expulsa de suas terras.
Lemech, sexta geração de descendentes de Cain é um caçador cego, auxiliado pelo seu filho Tubal-Cain e mata acidentalmente seu avô Cain durante uma caçada, tomando-o por um animal silvestre. Deste modo Cain recebe o seu castigo.
Dez gerações de Adam a Noach (5:1-32)
A próxima figura significativa no desenvolvimento do mundo é Noach (Noé), o justo da geração do dilúvio. A Torá relata de modo detalhado, mas sem se prolongar, os descendentes de Adam e Chavá até o nascimento de Noach e de seus três filhos, Shem, Cham e Iafet.
Durante percurso desta narrativa aprendemos que as pessoas daquelas gerações viveram muito tempo. O recorde pertence a Metushélach (Matusalém), que viveu 969 anos!
Eliminar o Universo (6:1-8)
Os homens daquele tempo irritaram o Eterno, Criador do Universo, com suas atitudes. D-us decide eliminar todo gênero humano e os animais de todas as espécies, exceto Noach, que agradou ao Altíssimo e uma parcela do reino animal com o qual o mundo se reconstituiria.
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