A promessa do cumprimento do pacto com os patriarcas (6:2-13).
No final da parashá anterior (Shemót) foi apresentado o argumento duro de Moshé “Por que fizeste as coisas piorarem para este povo...”. O Altíssimo responde a Moshé que em breve mostrará Seu poder. Hashem está prestes a cumprir Seu pacto com os patriarcas. Agora que o apelo dos filhos de Israel subiu aos Céus, sua redenção será apressada.
Moshé corre a contá-lo ao povo judeu, mas eles não lhe dão ouvidos, “por estarem flagelados de espírito devido ao trabalho árduo “.
O Todo-poderoso torna a enviar Moshé ao Faraó para ordená-lo que deixe os judeus partirem do Egito. Moshé contesta com humildade afirmando que se os israelitas não lhe deram ouvidos, como o convencerá o Faraó, este rei perverso e duro.
Como consequência das argumentações de Moshé, como anteriormente, Hashem lhe junta o irmão Aharon nesta missão.
A família dos filhos de Levi (6:14-27)
Moshé e Aharon são os heróis do Livro de Shemót, por isto a Torá dedica uma serie de versículos para nos apresentar sua linhagem familiar. Como nota introdutória, aprendemos brevemente também sobre as tribos de Reuven e Shimon, que antecedem Levi.
Moshé e Aharon são, portanto netos e bisnetos de Levi. Netos pelo fato de sua mãe Iocheved ter sido a filha de Levi que nasceu no dia em que Iaacov e seus filhos chegaram ao Egito. E bisnetos por que seu pai Amram era filho de Kehat, filho de Levi.
Missão associada (5:28-30; 7:1-7)
Assim sendo, Moshé sustenta que não poderia representar ele mesmo ao Altíssimo diante dos filhos de Israel e do Faraó, por ser “incircunciso de lábios” – com dificuldades de fala. Como resposta, D-us divide sua missão com Aharon e os faz saber que o Faraó não deixará os israelitas partirem, por isto D-us endurecerá mais o seu coração, para que seu castigo, para que as pragas que o assolem e a seu povo, sejam ainda mais duras.
Moshé e Aharon recebem sobre si a missão. Moshé tem oitenta anos e o irmão Aharon oitenta e três.
O milagre da serpente (7:8-13)
Moshé e Aharon se apresentam novamente diante do Faraó. Como prova contundente de sua missão, Aharon atira seu cajado diante do Faraó e por ordem Divina ele se transforma numa serpente. Cercado de feiticeiros, o Faraó não se impressiona e ordena seus magos que façam algo semelhante. Sua mágica funciona, mas para assombro geral o cajado de Aharon, que voltara à sua forma original, engole as serpentes dos feiticeiros.
De uma maneira ou outra, o Faraó endurece seu coração e não concorda em libertar os filhos de Israel.
A primeira praga – sangue (7:14-25)
O plano Divino de tirar os israelitas do Egito entra em sua segunda fase, a fase das dez pragas que cairão sobre os egípcios e seu império para destruí-los. Moshé vai, segundo comando Divino, até a margem do Nilo, para onde vai o Faraó todas as manhãs. Moshé o alerta que se não deixar os judeus partirem logo as águas do Nilo e as de todo o Egito se transformarão em sangue. Diante da recusa do Faraó, Aharon estende seu cajado sobre as águas do rio e todas as águas do Egito, em todos os lugares, se tornam sangue. A praga traz consigo a sede, morte dos peixes e mau odor enorme em toda a terra. O teimoso Faraó prova uma vez mais por meio de seus feiticeiros que também pode operar este milagre, e deste modo endurece seu coração e não dá o braço a torcer.
A praga tem duração de uma semana, tempo de duração de cada uma das pragas igual ao segue, e as águas do rio assim como todas as demais voltam ao seu estado normal.
A segunda praga – rãs (7:26-29; 8:1-11)
Durante três semanas após cada praga, Moshé alerta o Faraó para que se apresse a fazer com que o povo de D-us deixe o Egito. Desta vez ele o alerta sobre uma praga de sapos que subirá do Nilo. O Faraó menospreza o alerta e Aharon estende sua mão sobre as águas do Egito. Uma multidão de rãs cobre o Egito – as casas, dormitórios e camas, cozinhas e até mesmo os fornos. Os magos do Faraó conseguem também eles fazer subirem as rãs, mas desta vez o cricar ensurdecedor e presença insuportável das rãs em todos os cantos transtornam totalmente o Faraó.
O Faraó chama Moshé e Aharon e lhe implora que rezem para que D-us acabe com a praga. Pela primeira vez está disposto a dizer que deixará os judeus partirem do Egito. Contudo, diante do cessar da praga após a prece de Moshé, o Faraó endurece seu coração e se recusa a cumprir sua promessa.
Terceira praga – piolhos (8:12-15)
Sob o comando de D-us, Aharon desfere um golpe sobre a terra do Egito e do pó começam a surgir piolhos que assolam toda a terra do Egito. Os piolhos grudam nos homens e nos animais e se tornam um transtorno insuportável. Desta vez os feiticeiros do Egito não conseguem imitar o prodígio. Parece que os piolhos eram tão pequenos que os segredos da magia não conseguiam cria-los. Os magos confessam ao ouvido do Faraó que “este é o dedo de D-us”. Mas o coração do Faraó torna-se somente cada vez mais duro e ele se recusa a ouvir ao Altíssimo.
Quarta praga – feras (8:16-28)
Moshé vai novamente de encontro ao faraó às margens do rio e pede - alerta “deixa partir o Meu povo para Me servir”. Desta vez ele o alerta sobre a praga das feras – o aparecimento de animais vorazes e nocivos, cobras e escorpiões. Hashem pede para enfatizar aos ouvidos do faraó que todas as pragas discriminam entre os egípcios e os israelitas, que nada sofrem com elas. Isto reforça obviamente o caráter milagroso das pragas.
O faraó se recusa e o Egito é abalado por feras vorazes e nocivas.
O faraó sente-se acuado e propõe um acordo a Moshé e Aharon: sirvam Hashem aqui, na terra do Egito. Moshé e Aharon obviamente não aceitam esta oferta e insistem em que o serviço de Hashem deva ser feito fora do Egito. O faraó concorda desde que cessem a temível praga.
Como de antemão, quando a praga cessa o faraó volta a se fincar em sua recusa.
A quinta praga – peste (9:1-7)
Após mais um alerta, D-us assola todos os animais do Egito com a praga da pestilência que os extermina. E novamente, vejam que prodígio: os animais dos israelitas nada sofrem. O faraó talvez tenha se impressionado com isto, mas não entrega os pontos.
A sexta praga – sarna (9:8-12)
Moshé e Aharon tomam – segundo ordem Divina – punhos cheios de fuligem de fornalha e os jogam para os céus. A terra do Egito se enche de sarna – que desabrocha em úlceras feias e que sangram, causando coceiras em todo o corpo. Tamanha era a aflição dos próprios magos egípcios que nem eles conseguiam estar diante de Moshé e Aharon.
Contudo, o faraó continua se negando a deixar partir aos judeus.
A sétima praga – granizo (9:13-35)
Moshé sai para um encontro matinal com o faraó às margens do rio. Além do alerta corriqueiro ele explica ao faraó que Hashem já o podia ter eliminado há tempos. O único motivo de ele continuar vivo é sua serventia para provar o poder e a força do Altíssimo.
Moshé sugere ao faraó que reúna todo o seu gado num local seguro. O granizo que está por cair sobre o Egito – assim alerta Moshé – será lançado por D-us e jamais desceu um granizo como este sobre a terra. De fato, houve dentre os egípcios aqueles que deram ouvidos a Moshé.
Moshé ergue as mãos aos Céus e o granizo começa a descer – uma chuva de grandes blocos de granizo, que de forma milagrosa continham um fogo flamejante que se derretiam junto ao granizo ao se chocarem com a terra. O granizo provoca um enorme estrago sobre a terra do Egito, sobre as plantações, sobre a vida animal e sobre os homens.
O faraó manda chamar imediatamente a Moshé e a Aharon e declara diante deles: “desta vez eu reconheço que pequei – Hashem é Justo e nós somos os pecadores”. O faraó pede então a eles que rezem para que D-us faça cessar aquela terrível praga. Moshé promete que rezará e o faraó novamente vê que as orações funcionam e que Hashem é o D-us que cuja Mão controla o curso da natureza assim como os milagres.
Obviamente, após o silencio que segue à tempestade, o coração do faraó endurece e ele não deixa a partir, de momento, aos israelitas do Egito.
(esta parashá contém 121 versículos)