Proteção contra tropeços
Dentre as 613 mitzvot, há um preceito de “לא תעשוק”, não reter dinheiro das pessoas a quem devemos. Seja referente a empréstimos, a mercadorias que compramos, a aluguéis ou a salários devidos aos nossos funcionários. Um Ba'al Emunah nunca tem medo de transferir seu dinheiro, especialmente quando este está sendo usado para cumprir a vontade de Hashem. Pagar aquilo que devemos é uma Mitzvah, e devemos cumpri-la com a mesma alegria e entusiasmo que cumprimos com todas as outras Mitzvot.
Conta-se que quando o Chafetz Chaim certa vez pagou o seu trabalhador, dançou de alegria, celebrando o fato de ter acabado de cumprir uma Mitzvat Assê (“Faça”), da Torah. Pode acontecer de nos esquecermos de pagar o dinheiro que devemos e inadvertidamente, violarmos esta Mitzvah. Uma de nossas preces deve ser que tenhamos o zechut (mérito) de sempre cumprir todas as Mitzvot da Torah corretamente. Devemos pedir a Hashem que nos impeça de transgredir os mandamentos involuntariamente. Normalmente, quando uma pessoa é muito cuidadosa em certa área, e então em determinada ocasião, tem um lapso de consciência, que pode conduzi-la a tropeçar e pecar, Hashem lhe concede Siyata D'shmaya (ajuda dos Céus) para salvá-la por ser tão meticulosa e sempre se esforçar.
O Sefer Emunah Shlemah conta a história de um empresário honesto chamado Shimon. O Bar Mitzvah de seu primeiro filho estava se aproximando e ele precisava comprar um Tefilin. Certo dia, enquanto voltava da Tefilah de Shacharit para sua casa, com centenas de pensamentos, como de costume, ele esbarrou no Rav Chaim, o sofer local. Ele declarou que precisava de um par de Tefilin para o Bar Mitzvah de seu filho. O Rav Chaim ficou muito animado na oportunidade e então, se despediram.
Shimon recebeu um telefonema um instante depois sobre um importante acordo de negócios e, por desventura, esqueceu-se completamente da conversa que tinha tido com o sofer encomendando o Tefilin. Alguns dias depois, enquanto estava em seu escritório, ele se lembrou que precisava encomendar o Tefilin para o Bar Mitzvah de seu filho. Ele ligou para um amigo que conhecia um sofer especialista que possuía temor aos Céus e tinha o Tefilin mais bonito do mercado. Fez um pedido e estavam prontos bem a tempo para o Bar Mitzvah. Seu filho os colocou pela primeira vez e exibiu um sorriso de orelha a orelha.
Poucos dias depois, Shimon recebeu uma ligação do Rav Chaim perguntando quando ele retiraria o Tefilin, já que estavam prontos havia mais de duas semanas. Ainda assim, Shimon não se lembrava de ordená-los a Rav Chaim. Ele emendou: “Você deve estar enganado. Já comprei o Tefilin e o Bar Mitzvah de nosso filho já passou."
Rav Chaim não conseguia acreditar. Depois de Shimon ter feito o pedido, ele ainda foi a um sofer melhor? Ele engoliu o ocorrido sem discutir e desligou o telefone. Se Shimon tivesse se dado conta que havia feito aquele pedido, não há dúvidas de que ele teria pagado. Mas ele acreditava honestamente que havia ocorrido uma confusão e outra pessoa havia feito aquele pedido, pois ele não o fez.
Shimon era muito escrupuloso em pagar seus funcionários e suas contas, então, nesta ocasião, Hashem o salvou de pecar e também salvou Rav Chaim de incorrer em perdas. Como isso ocorreu? Poucos meses depois, o menino do Bar Mitzvah esqueceu acidentalmente seu Tefilin em um ônibus público. Apenas seu primeiro nome, Moshe, e a inicial de seu sobrenome, estavam escritos na capa. Tentaram de todas as maneiras rastrear o Tefilin, mas sem sucesso. Depois de finalmente desistirem de procurar, Shimon dirigiu-se a seu sofer local, Rav Chaim, solicitando-lhe uma encomenda de um par de Tefilin, explicando o que aconteceu com o de seu filho. Rav Chaim declarou: "Bem, ainda tenho o tefilin que preparei para o seu filho, separado aqui mesmo." “Perfeito!”, exclamou Shimon, “vou ficar com eles” e pagou o preço integral deles.
Cerca de três anos depois, Shimon estava se preparando para o bar mitzvah de seu segundo filho. No dia em que encomendaria seu Tefilin, ele recebeu um telefonema de um homem perguntando se ele havia perdido o Tefilin três anos atrás. "Sim", respondeu Shimon, "Como você sabe?". O homem replicou: “Encontrei-os há três anos. Naquela época, coloquei avisos e tentei lhe encontrar, mas sem sucesso. Meu Rabino me orientou a guardá-los até que fossem devolvidos ao dono. Armazenei-os em meu armário. Hoje, ao fazer a limpeza de Pessach, embora eu tivesse inspecionado aquela capa de Tefilin anos antes, desta vez decidi verificar mais detalhadamente. Encontrei um pequeno pedaço de papel dobrado com seu nome e número de telefone. Agora eu finalmente pude fazer a Mitzvah de hashavat avedah e devolvê-lo a você. "
Hashem ajudou Shimon a pagar o sofer a quem ele devia o dinheiro e ainda lhe devolveu seu Tefilin no momento perfeito para o Bar Mitzvah de seu segundo filho. Rav Chaim, o sofer, não perdeu por ser Mevater (ceder).
Todos nós precisamos de ajuda para garantir que sigamos a Torah e as Mizvot corretamente. Se fizermos nossos melhores esforços e rezarmos a Hashem por ajuda, esperamos que Ele nos proteja dos tropeços.
O material deste e-mail é propriedade de Living Emunah e não pode ser postado em outros sites.
Postar um comentário
Seus comentários são muito bem vindos.