Mitsvót e Halachót
Na parashá Shoftim Moshé apresenta ao povo uma série de mandamentos e
Halachót sobre assuntos diversos, parte deles de forma muito resumida ou até
mesmo num só parágrafo. Estas leis são apresentadas de tal forma que carecem
dos comentários dos sábios de Israel em todas as gerações. Por este motivo elas
certamente não servem como base para Halachá e nem mesmo serve para compreender
o seu significado por completo. Vamos detalhar uma por uma estas leis.
Juízes e tribunais
(16:18-20)
- Designar para cada
uma das tribos “juízes e policiais” – tribunais para estabelecer a justiça e
policiais para fazerem valer os vereditos.
- Alerta para os
juízes: não torcer o juízo; não dar preferência para alguma das partes e isto
também se aplica na hora dos testemunhos. Não aceitar suborno mesmo quando na
opinião do juiz isto não afetará a sentença, porque o suborno distorce a
ponderação.
- Agir no sentido de
construir um sistema legal que atue de forma apropriada.
Idolatria (16:21 –
17:5)
- É proibido plantar a Asherá,
árvore usada para cultos idólatras, assim como é proibido plantar qualquer tipo
de árvore dentro da área do Beit Hamikdash.
- Não é permitido
levantar uma Matsevá (pedra para Altar) fora da área do Mikdash, mesmo que seja
para servir o Altíssimo.
- Não é permitido fazer
oferendas que tenham defeitos.
- Um idólatra deve ser
punido com apedrejamento.
Punição e julgamento
(17:6-13)
- A pena capital é
aplicável somente com duas testemunhas.
- Neste caso, o Beit
Din estabelece que a punição seja aplicada pelas próprias testemunhas.
- É preciso levar todas
as discussões Haláchicas, entre uma lei e outra ou entre um homem e
outro diante de um Beit Din e ouvir a voz dos Daianim. Quem os
desobedece propositadamente deve ser punido com a morte.
Leis referentes a um
rei de Israel (17:14-20)
- É um mandamento da
Torá que o povo aponte um rei para governá-lo.
- O rei não pode ter
muitos cavalos, para que não queira fazer retornar o povo ao Egito; não pode
ter muitas mulheres e não pode amealhar muito ouro e prata.
- Deve ele mesmo
escrever um Sefer Torá que esteja sempre consigo. Deste livro aprenderá a temer
a D-us e a cumprir os Seus mandamentos. Deste modo terá a virtude da modéstia
adequada e reinará por muitos anos.
O serviço dos Cohanim e
sua remuneração (18:1-8)
- A tribo de Levi de um
modo geral e o subgrupo dos Cohanim em particular não herda uma porção de terra
como as demais tribos. Seu sustento provém dos presentes destinados por estes.
- Os presentes dos
Cohanim incluem partes das oferendas queimadas, da produção agrícola e um
presente adicional que não figura nesta parashá.
- O serviço dos Cohanim
é feito em turnos anuais, mas cada Cohen pode oferecer sacrifícios pessoais bem
como participar das três Festas Anuais.
Leis diversas
(18:9-19-21)
- É proibido seguir os
hábitos dos goim que servem o Molech, e que usam de todo o tipo de feitiço e
forças espirituais que não estão em conformidade com a Torá.
- Todo judeu deve
confiar plenamente em Hashem – ter fé e confiar.
- É dever ouvir o
profeta de cada geração sempre que suas palavras não contradigam a Torá e a
Halachá. Em raras oportunidades o profeta pode utilizar de sua credibilidade e
justeza para decretar num determinado momento em contrário às leis conhecidas.
Um falso profeta, que emita um decreto em contra a Halachá e propositadamente,
deve ser morto.
- É preciso construir
cidades refúgio para os homicidas culposos escaparem da vontade de vingança da
família do morto, com sinalizações para apressar e chegada do refugiado a estas
cidades. Três cidades foram erguidas por Moshé ao lado leste do Jordão, outras
três na terra de Israel após a conquista segundo foi ordenado, e outras três
serão erguidas futuramente na vinda de Mashiach, quando Hashem amplie as
fronteiras de Israel. As cidades devem estar espalhadas de modo à sua distancia
dentre si e entre as fronteiras de Israel ser idêntica.
- Quem mata
propositadamente deve ser punido com a morte.
- Quem se apropria do
terreno do próximo em Israel incorre numa proibição extra, além da proibição de
roubo aplicável em qualquer outro lugar.
- Aplicação de punição
ou multa não pode ser feita com menos de duas testemunhas.
- Quem faz um falso
testemunho deve receber a punição reservada sobre quem mentiu.
Saída para a guerra
(20:1-9)
- Não se pode temer o
inimigo, é preciso ter confiança em Hashem, que nos fará vencê-los.
- Antes da saída para a
guerra, o Cohen deve falar aos combatentes de modo a encorajá-los.
- Quatro tipos de
pessoas devem ser liberados do irem para a guerra: quem construiu uma casa e
ainda não a inaugurou – morou nela; quem plantou uma vinha e ainda não a
inaugurou – comeu de seus primeiros frutos; quem noivou e ainda não se casou e quem
estiver com medo e passe este medo aos outros.
- Os combatentes na
primeira fileira devem ser comandantes destemidos que infundam nos demais
coragem e firmeza.
Guerra de conquista
(20:10-20)
- Antes de avançar
sobre uma cidade é preciso oferecer a seus habitantes a possibilidade de
rendição por meios pacíficos.
- Se não houver
rendição, é possível estabelecer um cerco a esta cidade.
- Chegado o momento,
deve-se invadir a cidade e matar seus homens adultos.
- Povos idólatras
adjacentes às fronteiras de Israel que possam influenciar negativamente os
judeus devem ser combatidos.
- Mesmo numa situação
de cerco e guerra é proibido derrubar árvores frutíferas.
Quando um assassinato
não é desvendado (21:1-9)
- Se uma pessoa morre
em local desabitado e o assassino não pode ser desvendado, os juízes devem
medir sua distância até a cidade mais próxima.
- Os anciãos da cidade
tomarão uma bezerra que ainda não serviu para cruza e cortarão sua cabeça à
beira de um rio, todos estes sinais semelhantes ao do falecido, que teve sua
vida ceifada antes que pudesse “dar frutos”.
- Os Cohanim e anciãos
da cidade lavarão suas mãos com símbolo de sua inocência no caso e declararão
em voz alta: “Nossas mãos não derramaram este sangue e nossos olhos não o
viram”. Pedirão a D-us que inocente aqueles que não foram responsáveis por este
ato e que puna o culpado, finalizando com a afirmação, “E farás o que é reto
aos olhos do Eterno”.
Esta parashá
contém 97 versículos.
Postar um comentário
Seus comentários são muito bem vindos.