Você sabia que as árvores não apenas fazem aniversário, mas também têm seu próprio Ano Novo? Na próxima 5ª feira, dia 13 de fevereiro, é Tu B’Shevát (o décimo quinto dia do mês hebreu de Shevát) e o dia do Ano Novo para as árvores!
Nos tempos do Templo Sagrado de Jerusalém esta data era usada com referência para o cálculo do dízimo que seria retirado das frutas das árvores. O Talmud nos relata que as árvores paravam de absorver água da terra e se nutriam de sua própria seiva nesta data. A data para o cálculo da idade das árvores para efeitos de Orlá (Vaikrá 19:23) - em que as frutas das árvores só podem ser comidas de árvores que tenham pelo menos 4 anos de idade - é em Rosh Hashaná.
Como celebramos Tu B’Shevát? Comendo frutas - especialmente as frutas pelas quais a Torá louva a Terra de Israel: “Uma terra de trigo, cevada e uvas, e árvores de figo e romãs; uma terra de oliveiras e mel (de tâmaras)” (Devarim 8:8). E também: “... e deverão comer e se satisfazer e abençoar o Todo-Poderoso, seu D’us, pela boa terra que Ele lhes deu” (Devarim 8:10). O Povo Judeu se alegra com as frutas, com a Terra e com o Todo-Poderoso que nos deu vida.
Os cabalistas da cidade de Tsefat (Safed), em Israel, compilaram no século 16 um ‘Seder’ de Tu B’Shevát algo parecido com o Seder de Pessach, com meditações e explicações sobre as dimensões espirituais das frutas, junto com suas bênçãos, músicas e seus significados mais profundos. Você pode encontrar tudo isto em https://aish.com/48965616/.
Em nossa casa nós fazemos uma ‘mesa de frutas’ - inclusive e especialmente com aquelas mencionadas acima pelas quais a Terra de Israel é louvada. É um momento de agradecimento por tudo o que o Criador nos dá e que poderíamos pensar que é óbvio que temos direito.
O homem é comparado a uma árvore. No livro Pirkei Avót (Ética de Nossos Antepassados) está escrito o seguinte: “Uma pessoa cuja sabedoria excede seus bons atos é comparada a uma árvore cujos galhos são numerosos, porém com poucas raízes. Um vento forte bate e acaba arrancando a árvore de seu lugar. Entretanto, uma pessoa cujos bons atos excedem sua sabedoria é comparada a uma árvore com poucos galhos, mas cujas raízes são numerosas. Mesmo se todos os ventos do mundo a açoitarem, não conseguirão movê-la de seu lugar (Pirkei Avót, capítulo 3, mishná 22)”.
Como numa árvore, nossas ‘raízes’ são a fonte de nutrição para nossas vidas. A nutrição judaica é a Torá - a sabedoria e os significados para criarmos nossa conexão com o Todo-Poderoso. O Maharal de Praga, Rabino Yehuda Loewe (Tchecoslováquia, 1526-1609), ensinou que da mesma maneira que uma árvore desenvolve galhos, flores e frutas para cumprir o seu propósito, o homem precisa trabalhar para produzir conquistas morais, intelectuais e espirituais para cumprir o seu propósito de vida. Estes são os frutos de nossa existência!
Da mesma maneira que uma árvore necessita de solo, água, ar e luz solar, assim as pessoas precisam estar espiritualmente enraizadas e conectadas a uma fonte de nutrição. Água para as árvores, sabedoria da Torá para nós, como Moisés proclamou: “Possam meus ensinamentos gotejar como o orvalho” (Devarim 32:2). Ar para as árvores e espiritualidade para nós, como declara a Torá: “D’us soprou a vida nas narinas do Homem” (Bereshit 2:7). Luz solar para as árvores e o calor da amizade e da comunidade para os seres humanos. O Rabino Shraga Simmons escreveu um belo artigo intitulado “Man is a Tree” (O Homem é uma Árvore), desenvolvendo mais sobre este tema, cuja íntegra (em inglês) pode ser lida em https://aish.com/48960526/ . Há muito mais disponível em nosso site, no endereço https://aish.com/jewish-holidays/ (em inglês) ou www.aishlatino.com/h/15sh (em espanhol).
Feliz Ano Novo das Árvores a todos!
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