O Senso das doações e Sua função (38:21-23)
A parashá Pekudê conclui o Sefer Shemót, assim como a descrição das atividades relativas á construção do Mishkan. Moshé Rabeinu e seu sobrinho Itamar, o Cohen, junto aos chefes das atividades de construção do Mishkan, Betsalel e Ahaliav contabilizam as doações do povo judeu, calculam os totais e as destinam a diferentes atividades.
As doações de metais (38:24-31)
A Torá contabiliza a quantidade de ouro recolhida com as doações do povo judeu, mas não detalha seus diversos usos. O ouro fora destinado principalmente à Menorá, ao revestimento da Arca, ao Altar interno e à Mesa.
A Torá divide as doações da prata de acordo com suas finalidades: as bases do Mishkan, da Paróchet, os ganchos das colunas, o revestimento das maçanetas e dos engates.
As doações de cobre também são detalhadas pela Torá: elas foram utilizadas para as bases da abertura da Tenda da Reunião (Ohel Moed), como revestimento de fundo para o Altar Externo e seus utensílios, para as bases das colunas do pátio e do portal do pátio, assim como as pás do Mishkan, e as pás do pátio que serviram para amarrar as cortinas.
As vestes de Santidade de Aharon (39:1-31)
As doações de materiais de lã e fios variados serviram de material para confeccionar os tecidos e panos usados para cobrir o Mishkan, quando ele era transportado desmontado. Os mesmos fios eram usados para confeccionar as vestes sacerdotais do Cohen Gadol e demais Cohanim. Aqui a Torá descreve a fabricação das vestes sacerdotais do modo como menciona a Parashá anterior (não necessariamente nesta ordem)
O Efod: tipo de avental que o Cohen veste por trás, na frente do peito até os tornozelos. Da parte superior do Efod descem duas faixas: uma contorna o corpo do Cohen e é fechada na frente, e duas ombreiras, fechadas atrás do pescoço. Sobre elas eram colocadas 2 pedras talhadas com os nomes das 12 tribos de Israel, 6 sobre cada pedra.
O Choshen: sobre um tecido trançado com cinco diferentes fios eram incrustadas doze pedras preciosas; em cada uma era esculpido o nome de uma tribo. Além disso eram esculpidas letras que formavam as palavras “Avraham, Itschak, Yaacov, Shivtê Ieshurun”. O Cohen levava o Choshen sobre o peito, por cima do Efod. O Choshen ligava-se ao Efod por meio de duas correntes de ouro. Por sob o Choshen eram colocadas duas moedas entrelaçadas com fios de Techelet e fixadas a argolas presas às ombreiras, para que ele não balouçasse com o caminhar do Cohen. Sobre o Efod costuraram um pergaminho com
o Nome do Eterno. O Choshen servia como uma espécie de “oráculo”, ou seja, o Cohen Gadol poderia formular perguntas sobre assuntos primordiais e referentes ao bem estar de todo o povo – as letras do Choshen cintilavam indicando a resposta vinda dos Céus.
O Meil: por cima do Efod o Cohen vestia um manto feito com fios de lã de cor Techélet. A este manto eram costurados 72 sinos que tilintavam quando o Cohen se movimentava.
O Tsits: sobre a testa do Cohen era colocada uma tiara de ouro com os dizeres “Kodesh LeHashem” – dedicado ao Eterno – onde Seu Nome era escrito com as Letras Sagradas do Tetragrama. Um fio de Techélet dava a volta por trás da cabeça por ambos os lados enquanto outro fio subia pelo alto da cabeça e unia-se ao anterior por trás da nuca.
A Cotonet: era feita de linho, trançada em quadrinhos e fechada por todos os lados, de modo que poderia ser vestida apenas pelo pescoço. O Cohen vestia a Cotonet sobre o corpo, a fechava com Abent e sobre ela vestia o Meil e o Efod.
A Mitsnefet/Migbaat: O Cohen Gadol vestia um chapéu de linho, feito de uma faixa de oito metros de que o Cohen enrolava sobre a cabeça até adquirir a forma de um turbante. Os Cohanim ordinários vestiam um turbante semelhante, com o formato de um chapéu.
São concluídas as atividades de construção do Mishkan (39:32-43)
Os filhos de Israel, e à sua frente os artesãos “sábios de coração” concluíram a confecção de todos os elementos do Mishkan. Para atestar a conclusão deste processo, levaram suas partes e utensílios até Moshé Rabeinu. Moshé demonstrou enorme satisfação com a qualidade do trabalho realizado e como ele se adequava exatamente ao que D-us havia ordenado. Moshé abençoa todos os que trabalharam no Mishkan: “Que a Presença Divina paire sempre sobre vossas ações” e com um versículo que mais tarde faria parte dos Salmos (90): “Que sobre nós pouse Tua graça, faze prosperar as obras de nossas mãos”.
A ordem Divina para erguer o Mishkan (40:1-16)
Hashem ordena que Moisés erga o Mishkan no primeiro dia do primeiro mês – Nissan. A Torá começa a relatar a comando Divino do posicionamento de cada um dos elementos do Mishkan no seu lugar apropriado; a unção dos utensílios; a vestimenta dos Cohanim com suas roupas especiais e sua unção com o óleo especial para isto.
Moshé ergue o Mishkan (40:17-33)
É chegado o grande dia, primeiro de Nissan, quase um ano após a saída dos judeus do Egito (15 de Nissan). Moisés ergue o Mishkan e posiciona cada um dos seus elementos no seu lugar adequado.
A Shechiná – Presença Divina - paira sobre o Mishkan (40:34-38)
Com o erigir do Mishkan completa-se o mandamento “E pousareis sobre vós” e como diz o versículo: “E cobriu a nuvem a tenda da reunião, e a glória do Eterno encheu o Tabernáculo”. A presença desta nuvem sobre o Mishkan sinalizava para os judeus e continuação de sua parada em determinado lugar. Quando a nuvem começava a subir por sobre o Mishkan, o povo de Israel sabia que deveriam desmontá-lo, assim como todo o acampamento e prosseguir sua jornada.
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