MENSAGEM #278
Parabéns! Você é um beneficiário
Não importa a quantidade de dinheiro ou de talento com a qual uma pessoa tenha sido abençoada; ela deve perceber e internalizar que tudo o que ela tem é um presente de Hashem. Naturalmente, aquele que recebe uma caridade geralmente se sente inferior àquele que doou.
O receptor age com humildade e sente apreciação ante a generosidade do doador, e com razão.
O Chovot HaLevavot também acrescenta o quão surpreendente é quando as pessoas que recebem doações se comportam de maneira humilde diante daquelas que doaram, embora não se sentem humildes também perante Hashem. É como se afirmassem que acreditam que foi por causa de tal pessoa que passaram a ter dinheiro, e não por causa de Hashem.
Após alguém ter recebido qualquer coisa de alguém, a pessoa deve sentir que Hashem acabou de lhe dar o que ela recebeu; ela deve estar repleta de gratidão por Ele, pensando: "Hashem me dá tanto, o que eu poderia fazer por Ele?"
Além disso, é comum que o doador tende a sentir-se arrogante ou agir com autoridade perante o receptor, por ser o dono do dinheiro. Mas supostamente, o doador também deveria sentir-se como um receptor. Ele não possui nada. É Hashem que está permitindo que ele usufrua o que Lhe pertence realmente.
Baruch Hashem, temos inúmeras pessoas maravilhosas que não apenas verbalizam que "Tudo o que eu tenho realmente é de Hashem", mas elas realmente vivenciam essa ideia. O Sefer Chasdeh Yisrael fala de um homem rico, Baruch Mordechai Tishrani, de Varsóvia, que viveu alguns anos atrás. Sua casa estava aberta para todos, e os pobres costumavam ir e ficar lá por semanas a fio. Baruch Mordechai era tão humilde, que quem frequentava sua casa nem sabia que ele era o dono. Ele se considerava como um convidado em sua própria casa. "O que faz desta casa minha, ele pensou; só porque Hashem me permitiu usá-la?".
A tal ponto que certa vez, um pobre homem que morava ali havia quase um mês virou-se para Baruch Mordechai, pensando que também era um convidado, e lhe perguntou: "Percebi que você está aqui há muito tempo, você deve saber sobre as regras da casa. Você acha que o dono se importa que estou aqui há tanto tempo? Será que eu posso ficar mais alguns dias ou deveria ir embora hoje?". Baruch Mordechai respondeu em sua inocência: "Eu acho que eles não se importariam se você ficasse mais. Eu estive aqui por mais tempo do que você, comendo, dormindo, usando todas as instalações e ninguém nunca me disse nada”. Isso é difícil de imaginar, mas o homem rico realmente sentia que não tinha muito mais direitos sob seu dinheiro do que qualquer outra pessoa. Hashem permitiu que ele tivesse o mérito de usar o dinheiro para ajudar os outros, mas não pertencia realmente a ele.
O que ofertamos aos outros - já era deles. |
Havia uma grande personalidade, Rav Moshe Bloi, que vivia em Israel no início do século 20. Ele ajudava milhares de pessoas de muitas maneiras diferentes. Ele dava Tzedaká, conselhos, recomendações. Durante a Primeira Guerra Mundial, havia extrema pobreza e fome. Então ele perambulava com alguns de seus amigos de porta em porta, perguntando às pessoas se tinham alguma comida para separar aos pobres. Eles abriram uma cozinha que fornecia sopa doando milhares de porções, salvando a vida das pessoas. E ele sempre dizia: "Toda a força e capacidade que tenho são apenas pelo mérito da comunidade. Eu não tenho nada que seja meu para dar aos outros. Eu só dou a eles o que já é deles".
Precisamos nos lembrar dessa mensagem repetidamente. Isso nos ajudará a auxiliar os outros. Isso nos ajudará a ter mais humildade e, o mais importante, nos facilitará a seguir a Torá por não pensar כוחי ועוצם ידי עשה לי את החייל הזה - que foi o nosso poder e força que nos trouxe o que temos. Se constantemente agradecermos Hashem por aquilo que temos, isso nos ajudará a realmente nos sentirmos como beneficiados.
Postar um comentário
Seus comentários são muito bem vindos.