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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Meór Hashabát Semanal - parashá Shemót 5782

À medida que 2021 se aproxima do fim, devemos, mais uma vez, refletir sobre todas as oportunidades e desafios que este ano trouxe. 

Também temos que nos concentrar naquilo que precisamos ser gratos e abordar as coisas nas quais ainda precisamos trabalhar. 

Em muitos aspectos, este ano foi uma grande melhoria em relação ao traumático ano de 2020. 

Ainda assim, 2021 trouxe muitos desafios, bem como uma continuação de algumas das dificuldades e sofrimentos iniciados em 2020.

Esta semana, fiquei impressionado ao perceber que, em geral, o sofrimento é realmente uma experiência muito pessoal. Certamente, algumas dores, como a perda de um ente querido ou dores físicas crônicas, podem ser universalmente entendidas como algo que causa sofrimento.

No entanto, existem vários tipos de sofrimento pessoal que são difíceis de serem compreendidos por todos. 

Em uma postagem bastante surpreendente em um WhatsApp da comunidade de Miami Beach, uma mulher parecia estar à beira de um colapso emocional porque a babá de sua família estava voltando para seu país natal.

Da mesma forma, lembro-me de observar (com grande diversão) minha neta de dois anos de idade ter um ‘chilique’ porque sua mãe teve a audácia de lhe dar um pedaço de pão sem tirar a casca. 

Isso me lembrou da mulher que twittou: 

"Por favor, orem pela recuperação do meu filho. Eu acabei de abraçá-lo na frente de seus amigos no ponto de ônibus”. Claramente, há um elemento no sofrimento pessoal que é o que pensamos dele.

Talvez o paradigma do sofrimento pessoal seja encontrado na Torá, no livro de Yov ou "Jó". 

A Torá nos relata que Yov era um homem totalmente justo que de repente se depara com as mais terríveis tragédias pessoais: a perda total e inesperada de sua imensa riqueza, o falecimento de seus familiares e terríveis doenças físicas.

O livro de Yov contém 42 capítulos, dos quais apenas os dois primeiros realmente tratam de suas dificuldades. A grande maioria do livro relata os diálogos entre Yov e seus amigos que vêm para consolá-lo e aconselhá-lo.

Há muitas coisas que aprendemos no livro de Yov, incluindo alguns dos costumes judaicos do luto, como o rasgo simbólico das roupas quando um parente de primeiro grau falece e o costume de que aqueles que vêm consolar os enlutados ficam em silêncio até que o enlutado fale com eles primeiro.

O livro de Yov é muitas vezes caracterizado erroneamente (ou talvez simplificadamente demais) como a resposta da Torá à antiquíssima pergunta: "Por que coisas ruins acontecem a pessoas boas?"

 (A resposta é: “Não sabemos”). 

Além dessa interpretação não ser particularmente útil, ela perde o ponto principal, que é como a pessoa deve lidar com seus problemas pessoais.

No entanto, o Talmud tem uma visão completamente diferente do motivo pelo qual Yov sofreu da maneira que sofreu, e está diretamente relacionado à porção desta semana da Torá.

"Vejam! A nação de Israel está mais numerosa e mais forte do que nós. Sejamos mais espertos que eles” (Êxodo 1:8-9)

O Faraó, diante de um florescente povo judeu, consolidou seu lugar na história da infâmia ao se tornar o primeiro virulento antissemita. 

O Talmud (Sotá 11a) nos relata que o Faraó tinha 3 conselheiros: Ytró, Yov e Bilaam. 

Quando estava decidindo como abordar seu “problema judaico”, ele buscou a opinião de cada um deles.

Bilaam, o neto de Lavan (de acordo com algumas opiniões, era o próprio Lavan), era um homem mau e adorou a perspectiva de erradicar o povo judeu. 

Foi ele quem aconselhou o Faraó a escravizar os judeus, destruir sua identidade e, posteriormente, afogar os bebês do sexo masculino.

Yov era um homem justo que se opunha a qualquer plano para destruir a nação judaica. 

No entanto, ao invés de mostrar seus verdadeiros sentimentos sobre o assunto, ele se absteve de opinar.

 Talvez soubesse/achasse que suas objeções encontrariam resistência. 

Talvez tenha racionalizado que poderia fazer mais para ajudar a situação do povo judeu em uma data posterior, permanecendo em sua posição como conselheiro. 

De qualquer forma, ele decidiu não se opor ou aceitar a proposta de Bilaam e permaneceu em silêncio.

Ytró, por outro lado, se opôs à caracterização do Faraó dos judeus como um "problema" e rejeitou a ideia de exterminá-los. 

Seus protestos enfureceram o Faraó e ele teve que fugir do Egito para salvar sua vida.

O Talmud prossegue contando que cada um dos 3 conselheiros foi recompensado ou punido de acordo com sua ação. Bilaam, que encorajou a execução de milhares de judeus inocentes, foi posteriormente executado (Núm. 31:8).

Yov, que permaneceu em silêncio diante da opressão judaica, foi afligido com a perda de todas as suas posses e familiares e sofrimento físico (seu corpo ficou coberto de feridas a ponto de não poder sair de casa).

Ytró, que fugiu por causa de sua oposição ao Faraó, sacrificando sua posição de liderança e uma vida de conforto e riqueza no Egito, acabou se tornando o sogro de Moshe e seus descendentes se tornaram líderes proeminentes do Povo de Israel.

Um princípio básico do Judaísmo é que o Todo-Poderoso retribui a cada pessoa medida por medida.

Em memória dos nossos Kedoshim.

Portanto, podemos entender claramente a recompensa e a punição de Ytró e Bilaam, respectivamente.

No entanto, por que a punição de Yov foi tão severa? Afinal, ele não apoiou o decreto de perseguição contra o povo judeu. Seu único erro foi permanecer em silêncio. Por que teve que sofrer uma vida tão dura, onde a tragédia era continuamente seguida por calamidade e aflição?

O Talmud nos ensina que o silêncio de Yov foi uma transgressão muito maior porque sua reação ao Faraó foi a causa involuntária do sofrimento da nação judaica no Egito. Como assim?

Em todas as gerações existem loucos que não têm escrúpulos em matar civilizações inteiras para alcançar seus objetivos distorcidos. 

O que os mantém sob controle? A sociedade dominante dizendo que isso não está certo, que os fins não justificam os meios. Pessoas civis e morais dizendo que não irão tolerar tal comportamento é o que faz com que esses psicopatas se refugiem nas sombras.

Da mesma forma, Adolf Hitler - yemach shemó (que seu nome seja apagado) - chegou ao poder absoluto quando seus muitos anos de propaganda mordaz foram totalmente abraçados pela sociedade alemã. 

Em relação aos judeus, ele começou por caracterizá-los como maus, depois sub-humanos e depois vermes que precisavam ser exterminados. 

Assim, algo que teria sido inimaginável apenas 1 ou 2 décadas antes, tornou-se algo imperativo.

O Holocausto não ocorreu no vácuo - os cidadãos alemães da época estavam bem cientes do que estava acontecendo. 

Na verdade, o verdadeiro motivo de isso ter acontecido foi porque o povo alemão o aceitou como uma solução tolerável para o "problema judeu" de um louco. 

Eli Wiesel, famoso escritor, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1986 e sobrevivente do Holocausto disse certa vez: "Não perguntem: ‘Onde estava D’us durante o Holocausto?’, mas sim ‘Onde estava o homem?’”

Foi o que aconteceu também no Egito. 

O Faraó percebeu que se o justo Yov não se posicionou contra a escravidão e destruição da nação judaica, então era um plano aceitável. 

A responsabilidade pela criação do mal não recai simplesmente sobre o louco que a concebe; a sociedade que o aceita como uma abordagem viável é infinitamente mais responsável.

O silêncio de Yov foi o precursor de toda sociedade que permanece silenciosa e receptiva diante do mal indizível. 

Eles se tornam a causa involuntária da verdadeira malevolência. 

Foi por isso que Yov foi punido tão severamente. Em última análise, o Todo-Poderoso tem um plano e não importa se temos ou não conhecimento de Suas razões ou se podemos racionalizar o sofrimento.

A lição de todo sofrimento é que devemos agir. 

Em relação aos outros, devemos estar presentes para consolar e aconselhar. 

Por nós mesmos, devemos tentar entender a lição que o Criador está nos ensinando. 

Podemos nunca chegar a um entendimento completo, mas nossa obrigação é tentar. 

Assim como na meditação ou andando de bicicleta ergométrica: não é o destino que é importante - é o processo que é bom para nós!

Porção Semanal da Torá: Shemót (Êxodus) 01:01 - 06:01

Esta porção semanal conta uma história frequentemente repetida durante a História: os Judeus se tornaram proeminentes e numerosos. 

Então subiu ao poder, no Egito, um novo rei “que não conhecia Yossef (José)” (quer dizer, que resolveu não reconhecer Yossef ou qualquer dívida de gratidão). 

Ele decretou a escravização do Povo Judeu “para evitar que aumentem muito e, em caso de guerra, se aliem aos nossos inimigos e lutem contra nós, nos expulsando da terra”. 

(O antissemitismo pode florescer com qualquer desculpa: não precisa ser lógica ou real. 

Cheque mais sobre o assunto em nosso seminário on-line (em inglês) 

“Why the Jews?” no endereço http://www.aish.com/sem/wtj/. É espetacular!).

Moshe nasce e é imediatamente escondido, por causa do decreto ordenando a matança de todos os meninos Judeus recém-nascidos. 

Moshe é salvo pela filha do Faraó, cresce nas dependências reais e sai para ver o sofrimento do seu povo. 

Ele vai para Midián e torna-se pastor de ovelhas e, então, é ordenado por D’us, 

Que lhe fala através de um Arbusto em Chamas, a “tirar o Meu povo do Egito”. 

Moshe retorna ao Egito, encontra-se com o Faraó, que se recusa a permitir que os Israelitas saiam.

 Então D’us declara: “Agora vocês começarão a ver o que Eu farei com o Faraó!”


Horário de Acender Velas SHABAT (24 de dezembro):

S. Paulo: 18:33 h Rio de Janeiro 18:19 Recife 17:16 Porto Alegre 19:08 Salvador 17:40 Curitiba 18:49

B. Horizonte 18:14 Belém 18:00 Brasília 18:22 Jerusalém 16:03 Tel Aviv 16:20 Miami 17:18 NY 16:15

Pensamento da Semana:

“A pior doença - a mais destrutiva, dolorosa e contagiosa de todas - é a ignorância

Sua solução? Ensinemos sabedoria!”

Rabino Noah Weinberg Z”L (1930-2009)

Shabat Shalom! Rabino Ytschak Zweig

Contate-me via email: meor018@gmail.com

Sugestão: mostre esta edição a seus familiares! 

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