Agadeta(*) do Talmud
Hana, a profetisa, estava casada há muitos anos e não tinha filhos.
Ela foi ao Templo Sagrado (que em sua época se localizava na cidade de Shiló) e orou uma prece profunda e chorosa ao Todo-Poderoso. Eli, o Sumo Sacerdote, viu-a murmurando com muita emoção.
Por engano, ele presumiu que ela estava embriagada e lhe falou: “Por quanto tempo você ficará embriagada?”
Hana respondeu: “Não, senhor, eu sou uma mulher de espírito atormentado. Não bebi vinho ou qualquer outra bebida alcoólica. Apenas vim expressar o sentimento de minha alma perante o Criador”.
Eli era o homem mais importante de sua geração. Apesar disso, Hana informou-o que sua suposição de que ela estava embriagada era incorreta. Hana nos ensinou, com isto, uma grande lição: se alguém nos acusa falsamente, devemos corrigir este mal-entendido.
Toda situação requer discrição, sabedoria e tato.
Algumas vezes é melhor ‘deixar passar’. Entretanto, se tivermos certeza que estamos certos e podemos claramente estabelecer nosso ponto, é importante defendermos nossa dignidade.
A característica importantíssima da humildade não requer que aceitemos falsas acusações.
Ao apontarmos – com educação e cortesia – o equívoco, estaremos salvando a outra pessoa de nos enxergar sob uma luz desfavorável.
Ainda mais, ao corrigir o erro receberemos o respeito que merecemos, intensificaremos a paz, a amizade e o respeito mútuo.
[Baseado no Talmud, Tratado Berachót 30b]
(*) Agadetas são histórias ou parábolas trazidas pelos Sábios do Talmud
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