Esta semana assisti a este filme, cujo link do trailer está no final da matéria. Do ponto de vista judaico, daria para escrever muito sobre o tema, mas aqui pincelaremos apenas alguns pixels:
Instintos - os Ietsarím da pessoa. |
Os instintos são basicamente dois: Iétser Hatov (impulso Bom) e Iétser Hará (impulso Ruim)
O filme mostra como alguns desdobramentos destes impulsos comandam as reações desta jovem:
A Simchá (Alegria) - está no domínio da mesa de operações do cérebro, totalmente concomitante com o que diz a Torá "Sirvai ao Eterno com Alegria". A alegria é a base da religiosidade.
Logo vem a Atsevút (Tristeza) - que tenta participar dos controles da mesa de operações do cérebro da menina, sendo sempre impedida pela Alegria. Quanto a Tristeza se apodera de algum controle da mente o estrago é enorme. Caso ela se apodere totalmente de alguma parte do cérebro, o estrago pode ser quase irreversível - o que chamamos de depressão.
Surge então o Páchad (Medo) - cujo lado bom é impedir que a pessoa se coloque em situações perigosas, mas que, sem o controle da alegria, pode transformar-se em Charadá (pânico).
O pior de todos os impulsos é o Cáas (raiva) - sempre pronto a explodir, a menos que a Alegria o freie ou ao menos o direcione. O Talmud diz que a raiva é uma das emoções que afasta a pessoa da Vida. Quanta gente já perdeu as estribeiras e fez algo impensável do qual seria difícil se arrepender?
Por último temos o Go'al (nojo) - que no filme é desenhado com o propósito de defender o organismo de alimentos podres ou de gente mal intencionada, A tradição judaica diz que este sentimento pertence ao Rúach (espírito) e que o mau odor está associado a impurezas espirituais.
Atente na foto que a Alegria é o único Iétser que tem luz própria.
No nosso cotidiano estes impulsos podem se misturar e se associar, criando situações internas e gerando influências externas que não raro nos fazem perder o rumo.
Por isso e para isso estudamos a Torá e cumprimos as Mitsvót (Mandamentos): nossa Alegria tem que estar constantemente alimentando o Dáat (razão), um sexto personagem que eu colocaria no filme, responsável pela tomada consciente de decisões e pela polidura dos sentimentos.
Se fosse o autor, inseriria ainda mais um personagem para dar compleição à sua extraordinária idéia:
A Ahavá (amor),operando junto com a Alegria, principalmente quando os demais sentimentos (Raiva, Medo, Tristeza e Nojo) crescem de forma desproporcional dentro da pessoa, tentando, eles mesmos, tomar o papel da Alegria e do Amor. É daí que vem a maioria das psicoses.
O Salmo número 100 é um salmo de Agradecimento a D-us.
Sua tônica principal é "sirvam a D-us com Alegria!".
Mas o que tem a Alegria a ver com o Agradecimento?
O filme já deu metade da resposta. Escreva-nos logo abaixo qual é a sua impressão:
+ comentários + 3 comentários
Muito bem colocado....acrescenta outras variáveis... também ditas primarias. ...e a capacidade de..nominar emoções, sentimentos,...Assim como elocubrações sofisticadas sobre uma explicação absoluta e necessariamente dicotômica de tudo...Gostei muito do escrito,me emocionei...novos personagens muito bons...
Excelente análise, quando eu assisti este filme, percebi que não era apenas um filme para jovens, pois o autor estava tratando alterações emocionais que fazem parte do nosso cotidiano e essa abordagem segundo a Torá foi perfeita e esclarecedora.
Alegria e Agradecimento... Quando estamos Alegres, parece que fica mais fácil Agradecer e... Sempre que praticamos o Agradecimento, vem como que por encanto uma maravilhosa sensação de Alegria.
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