Como um diamante cintilante, o coração de nosso Patriarca Avraham
brilhava com sublime bondade por seus semelhantes. Quando três viajantes do
deserto se aproximaram de seu acampamento, Avraham correu pelas areias ardentes
para convidá-los para um banquete suntuoso.
Durante o curso de suas palavras de boas-vindas, ele disse a seus
hóspedes: “Por favor, permitam que um pouco de água seja trazido para lavarem
seus pés (naquela época as pessoas andavam de sandálias e os pés facilmente se
sujavam de pó ou areia)”.
À luz da grande vontade de Avraham por praticar atos de bondade,
surge uma pergunta: por que ele disse: “Que um pouco de água seja trazido”? A
conotação da expressão “um pouco de água” parece inconsistente com sua lendária
generosidade.
No entanto, esta escolha das palavras traduz uma grande
sensibilidade. Ao oferecer água a um convidado para lavar seus pés, seria
descortês pedir “uma grande quantidade de água”, pois estaria implicando que
seus pés estavam muito sujos. Já a expressão “um pouco de água” sugere que os
pés do hóspede estavam basicamente limpos e apenas um pouco de água seria
necessário para remover a poeira.
Avraham escolheu suas palavras com cuidado para evitar até mesmo o
menor constrangimento. Mais ainda, suas palavras alegraram os corações dos
viajantes, pois implicavam que seus convidados eram limpos e bem-educados.
Que possamos filtrar nosso discurso de todas as palavras
pejorativas e habilmente moldar nossas conversas de modo a ressoarem com
simpatia, sensibilidade e encorajamento.
Baseado no livro Lev Shalom, do Rabino Shalom Shvadron (Israel,1912-1997)
Para receber o e-Mussar: emussar@terra.com.br
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