Novo rei – novos decretos (1:1-22).
A parashá Shemót começa lembrando das doze tribos que desceram ao Egito, das quais surgiu o povo de Israel. A família de Iaacov contava então 70 almas. Os anos de passaram e Iossef faleceu, assim como todos os seus irmãos e toda aquela geração e os filhos de Israel se multiplicaram, preenchendo toda a terra do Egito.
A monarquia também mudou. Um novo rei subiu ao trono egípcio, negando tudo o que Iossef havia feito em prol do reinado. O rei começou a hostilizar o povo judeu, temendo sua enorme população. Ele se dirige ao povo mobilizando-o para uma trama nacional cujo objetivo seria oprimir os filhos de Israel, a fim de impedir que se tornassem uma espécie de “quinta coluna” contra os inimigos do reino.
Os egípcios decretam escravidão aos filhos de Israel e erguem uma rede de coletores de impostos, feitores e policiais, que afligem a população judaica escravizando-os brutalmente. Apesar disto, os israelitas continuam a se multiplicarem de forma milagrosa.
O Faraó manda chamar as parteiras hebréias, Iocheved bat Levi e sua filha Miriam, também chamadas de Shifra e Pua, determinando que matem os nascidos machos das filhas de Israel. As parteiras, mulheres justas e tementes a D-us, não obedecem ao decreto do rei. O Faraó não desiste e manda todos egípcios tomarem os filhos dos judeus e atira-los ao Nilo.
O NASCIMENTO DE MOSHÉ (2:1-10)
Iocheved é uma heroína e dela é o mérito de dar à luz um filho que preenche a sua casa com uma luz especial de Kedushá (santidade). Ela consegue esconder Moshé por três meses, mas se vê na necessidade de continuar a escondê-lo, fazendo-o às margens do Nilo colocando o bebê dentro de uma cestinha. Miriam, filha de Iocheved, espreita de longe a cestinha esperançosa e rezando pelo que lhe bem ocorrer.
A filha do Faraó sai com sua comitiva para banhar-se no Nilo e para sua surpresa descobre a cestinha e nela um bebê está chorando. A princesa tenta acalmar o menino, tenta lhe dar de comer, mas sem êxito. Miriam aproveita o embaraço em que se encontra a princesa e sugere ajuda. O menino é um hebreu, diz, e mamará apenas do leite de uma hebréia. Com o consentimento da filha do Faraó, Miriam corre a chamar a mãe, que consegue amamentar o bebê, acalmando-o. A princesa contrata Iocheved como ama-de-leite de Moshé sem saber tratar-se de sua própria mãe e sem ter a mais remota idéia de estar na verdade salvando, cuidando e ajudando a crescer dentro da casa do Faraó, o homem que futuramente derrotará seu pai, destruindo o reino egípcio. Já crescido, o rapaz é levado ao palácio do rei para a princesa, que lhe dá o nome de Moshé – “pois da água o tirei”.
Moshé na casa do Faraó e no exílio de Midian (2:11-22)
Apesar de crescer na casa do Faraó, Moshé conhece sua origem a que nação pertence e ao que parece, a consciência do sofrimento de seus irmãos e a preocupação com sua segurança e futuro ardem dentro de si. Moshé torna-se importante na corte egípcia e sai para ver como pode ajudar seus irmãos sufocados pelo jugo da escravidão. Ao ver um egípcio açoitar um hebreu, Moshé não hesita: certifica-se não haver ninguém ao redor, mata o egípcio e o enterra na areia.
Para a aflição de Moshé, ele se depara no dia seguinte com um evento entristecedor: desta vez dois irmãos hebreus estão brigando entre si. Aflito, Moshé se dirige a um deles e pergunta: “Malvado, porque afliges o teu próximo?”. O malvado não leva desaforo para casa e faz saber a Moshé que o vira matando o egípcio no dia anterior. O que de fato termina por chegar aos ouvidos do Faraó. O rei distingue que este rapaz extremamente talentoso, que cresceu dentro da sua casa, ainda pode lhe trazer muitos problemas e decide pelo decreto de morte contra Moshé. Ao saber disto, Moshé foge e chega a Midian. Ao lado de um poço d´água ele encontra as filhas de Reuel, sacerdote de Midian, mais conhecido por Itró. Suas filhas foram ao poço aguar o rebanho, mas os outros pastores a expulsaram. Moshé apressou-se a salva-las. Itró se impressiona com a nobreza e coragem deste estranho, convida-o à sua casa e ainda lhe dá a mão de Tsipora, sua filha mais velha, em casamento. Moshé e Tsipora têm um filho, Guershon.
O grito do povo de Israel sobe aos Céus (2:23-25)
A história pessoal de Moshé chega ao ponto onde sua missão na terra lhe será posta aos ombros: redimir o povo judeu do jugo egípcio. Como pano de fundo, a Tora relata a difícil situação e o estado de desânimo dos filhos de Israel no Egito e seu grito de desespero que sobe até o Criador. O Altíssimo ouve Seus filhos, lembra do pacto com os patriarcas e escolhe MOSHÉ como salvador de Israel.
A sarça ardente (3:1-22)
Moshé pastoreia o rebanho do sogro Itró, saindo em jornadas para buscar um pasto adequado a cada cabrito do rebanho. Certo dia, Moshé chega até os pés do Monte Horev – o Monte Sinai – onde se depara com uma visão deslumbrante. Moshé vê um pequeno arbusto chamado sarça pegando fogo, embora sem consumir-se. Quando ele se aproxima para ver melhor este espetáculo maravilhoso, D-us o chama de dentro da sarça – “Moshé, Moshé”, ao que ele responde, “Aqui estou”.
O Altíssimo lhe ordena “remove os sapatos de seus pés”, é preciso que descalce as sandálias, pois este é um local sagrado. D-us diz a Moshé que está vendo o sofrimento dos filhos de Israel e quer cumprir a Sua promessa aos patriarcas de que os tiraria do Egito. A missão de redimir o povo judeu do jugo egípcio será confiada a ele, Moshé.
Moshé argumenta com modéstia não ser merecedor desta função. D-us diz que estará com ele e que no final os filhos de Israel também chegarão ao lugar onde Moshé está no momento para receber a Torá. O Altíssimo ordena então a Moshé que reúna os anciãos de Israel para o acompanharem à presença do Faraó. Contudo, D-us prediz, o Faraó não concordará com a partida dos judeus, mas Ele o afligirá a tal ponto que ele próprio será forçado a pedir aos israelitas que deixem o Egito.
Sinais de prova (4:1-17)
Moshé expressa sua suspeita de que o povo não o ouvirá. Hashem o provê com sinais que o auxiliarão a provar sua missão frente aos israelitas: o cajado que se transforma em cobra e volta a se tornar cajado; a mão que contrai lepra ao tocar o peito e volta a curar-se milagrosamente. Um terceiro sinal é dado a Moshé – tomar das águas do Nilo e despeja-la na superfície, transformando-as em sangue.
Moshé continua a se recusar humildemente a aceitar a missão. D-us contesta todos os seus argumentos e finalmente o avisa que encarregará seu irmão mais velho Aharon de acompanhá-lo. Um fator adicional na missão de Moshé é o cajado que lhe servirá para operar prodígios e milagres.
Moshé parte para sua missão (4:18:31)
Moshé retorna à casa de seu sogro, despede-se dele explicando que vai de encontro a seu irmão no Egito e leva consigo a esposa e filhos. D-us se revela a ele novamente e lhe confia as palavras que deverá dizer ao Faraó: “Deixa partir meu filho primogênito (Israel) para a liberdade, do contrario serei Eu a matar o teu primogênito”.
Durante a parada na estalagem no meio do caminho, Moshé corre perigo de vida: o fato de não haver circuncidado seu filho caçula Eliezer, traz-lhe um acusador. Tsipora se apressa a cumprir a Mitsvá da Milá (circuncisão) e deste modo salva a vida do esposo.
Aharon, a quem D-us informa sobre a missão de Moshé e de sua própria parte na redenção de Israel, sai ao encontro do irmão. O emocionante reencontro dos dois irmãos também se dá neste mesmo local histórico, o Monte Sinai.
Os dois irmãos chegam ao Egito e reúnem todos os anciãos. Aharon conta-lhes sobre as palavras de D-us e Moshé realiza diante deles os sinais dados pelo Criador.
A notícia corre a chega a todos os filhos de Israel. Eles acreditam nas palavras de D-us e Lhe agradecem pelo grande momento que se aproxima – a redenção do Egito.
O primeiro encontro com o Faraó e as amargas conseqüências (5:1-23)
Moshé e Aharon prostram-se diante do Faraó e lhe ordenam que deixe os judeus partirem do Egito para que possam servir a D-us no deserto. O Faraó recusa faze-lo alegando não reconhecer Hashem. A fim de provar sua determinação e evitar qualquer levante contra ele, o Faraó oprime ainda mais os judeus. Ele proíbe os feitores de prover matéria prima aos escravos. De agora em diante, segundo o decreto do rei, os escravos hebreus terão que recolherem eles mesmos a palha para confeccionar os tijolos. O Faraó determina também que a quantidade tijolos não seja diminuída.
Assim, os feitores começam a afligir os judeus e a açoitar os policiais israelitas responsáveis pelo trabalho de seus irmãos, para que os façam trabalhar mais rapidamente. Quando os policiais israelitas reclamam diante do Faraó, ele aponta um dedo acusador a Moshé e a Aharon, por tentarem diminuir a eficácia do serviço dos filhos de Israel. Alguns israelitas se dirigem consternados a Moshé e Aharon, responsabilizando-os pela nova situação que se criou.
“Moshé se volta para Hashem e se queixa de coração constrito: “Por quê fizestes as coisas piorarem para este povo, e por quê enviastes a mim”?!
A promessa de D-us (6:1)
Hashem promete a Moshé que agora mostrará Seus prodígios. O Faraó será golpeado duramente e implorará aos filhos de Israel para que deixem o Egito!
(Esta parashá contém 124 versículos)
R.Shmuel Lancry
-989312690-
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