Não se deseja Shalom (cumprimenta) ao próximo em Tisha B’Av. Pessoas desconhecedoras desta restrição que cumprimentarem devem ser respondidas de forma recatada e séria (Shulchan Aruch,554:20)
Desejar “Shalom” a alguém ou perguntar “
Mah Shlomcha? -
Como vai?" que sempre foi considerada a forma normal de se cumprimentar alguém é proibido em Tisha B’Av. Isto se deve á seriedade do dia e ao fato que somos todos considerados enlutados nesta data de luto nacional para todo o Am Israel. Mantendo esta seriedade nos leva a introspecção e nos ajuda a refletir sobre o significado do dia e não nos distrairmos, lembrando que é um momento de sofrimento e não de Shalom. Esta restrição se aplica o dia inteiro, e não somente até o meio-dia quando já podemos sentar nas cadeiras. Obviamente, se comunicar através de mensagens de texto desnecessárias não condizem ao clima do dia.
Embora há os que expliquem que cumprimentar dizendo Shalom hoje em dia não se compara á
Sheelat Shalom da época do Talmud, mesmo assim a grande maioria sustenta que esta proibição ainda se aplica. Afirma a Mishna Berura ser proibido até mesmo dizer “Bom Dia!”(algo que é permitido ser dito normalmente antes da Tefilah) mesmo que não se mencione a palavra Shalom.
No entanto, afirma o Shulchan Aruch que caso alguém que desconhece esta lei tenha nos cumprimentado, podemos responder com sensibilidade, acenar a cabeça, mantendo a seriedade do dia mas respondendo de tal forma que ela não se ofenda e mantenha algum ódio por isto.
A dúvida que surge é em relação a desejar Mazal Tov. Alguém que ganhou um filho, ou se noivou ou virou pai ou mãe, pode receber tal Brachá? Afirmam os Poskim que já que Mazal Tov é uma Brachá e não
Sheilat Shalom, seria permitido desejá-lo em Tisha B’Av assim como um enlutado poderia fazê-lo. (R. Eliashiv, R. Shlomo Zalman Auerbach). O Rav Nissim Karelitz,shlita no entanto explica que por mais que seja permitido para um enlutado fazê-lo, se possível deveria deixar isto para uma hora mais apropriada.
Mas caso a pessoa esteja num Brit Milah, certamente ela poderia desejar Mazal Tov no momento do Brit. (Ela só não pode dizer “Estou com um presente para você!”).
Quanto a desejar
Refuah Shelemah (melhoras) seria permitido até mesmo em Tisha B’Av por ser também uma Brachá, assim como perguntar para uma pessoa que estava passando mal “Como você está se sentindo” se enquadra neste permissão. A expressão
Lehitraot que significa -nos veremos - não deveria ser usada a menos que se acrescente “Nos veremos no Beit Hamikdash”.
Algo tão simples e tão comum do nosso cotidiano, que fazemos até mesmo automaticamente, foi proibido neste dia.
Isto nos revela o quanto poderoso é um simples ato de cumprimentar o próximo, quanta alegria, proximidade e conforto isto pode trazer. Que possamos aprender através destes momentos de divisão e tristeza, a força, a união e a beleza que causamos com um simples Shalom.Yitzchak Benroubi
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