Nossa Parashá nos conta sobre os direitos e os deveres do Rei terminando com o versículo de que esses direitos e deveres são para que ele tenha um longo reinado. Imediatamente depois disso a Parashá conta sobre direitos e deveres do Cohen e do Levi .O denominador comum entre eles é que eles têm o patrocínio do povo.
Sobre o rei está escrito que ele não pode ter mais cavalos do que o necessário, ou seja, realeza não é exibicionismo.
O Rambam diz que hoje todos aqueles que se dedicam ao estudo e ensino da Torá e à divulgação do judaísmo estão fazendo o trabalho daquela tribo de Levi que ensinava a Torá para o povo e portanto podem receber o patrocínio do povo, como o Levi que não recebeu uma parte na terra de Israel mas a parte dele era o trabalho Divino patrocinado pelo povo. E aí entra esse denominador comum. Da mesma maneira que o rei não podia ter mais cavalos do que o necessário, dessa mesma forma as pessoas que se ocupam com o estudo e ensino da Torá e a divulgação do judaísmo tem todo o direito de receber o patrocínio da comunidade , mas junto à isso todo o dever de usar esse patrocínio da maneira correta .
(Rebe de Lubavitch)
Nossa Parashá diz “Seja ‘Tamim’ (Inocente, puro,simples,íntegro) com Hashem seu D’us.”
O Shulchan Aruch coloca esse versículo na prática determinando que não é permitido para nós judeus consultarmos astrólogos, e quanto mais feiticeiros e videntes.
A Guemará nos conta (שבת קנ’’ו /ב) que quando nasceu o grande Sábio de Israel Rabi Nachman bar Itzhak, os astrólogos disseram para a mãe dele :- seu filho vai ser um ladrão!
Ela nunca deixou ele andar com a cabeça descoberta e dizia para ele :- cubra a sua cabeça para que você tenha “Irat Shamaim” (temor à D’us) , e peça sempre à D’us para o seu “yetzer hará” (má inclinação) não te dominar. Ele não sabia porque ela insistia tanto nisso. Um dia ele estava sentado embaixo de uma tamareira (que não era dele) e a “glimá” (a kipá da época) que cobria a cabeça dele caiu. O “yetzer hará” despertou e ele arrancou um cacho de tâmaras com os próprios dentes!
Afinal das contas ele continuou seguindo os conselhos da sua mãe e se tornou um dos maiores Tzadikim da Guemará e Rosh Yeshivá de Pumbedita (em aramaico Boca do Rio) cidade importante da Babilônia (perto da atual cidade de Fallujah, província de Anbar) .
Surge a pergunta: Se é proibido consultar os astrólogos, porque a mãe de Rabi Nachman bar Itzhak levou em conta o que eles disseram e fez com que ele se esforçasse tanto para que isso não acontecesse?
O próprio Shulchan Aruch na continuação nos conta que nessas coisas que já sabemos que o “Mazal” não é bom temos que levar isso em conta e nos proteger, e não confiar em um milagre, mas o que é proibido fazer é o ato de nós próprios verificarmos. Ou seja, se os astrólogos da Babilônia verificaram isso para ela (mesmo que ela, por motivos religiosos, não pediu para eles verificarem) quando a coisa já está verificada temos que fazer o que precisamos para nos proteger e não esperar por um milagre.
Conclusão: não tenha vergonha de andar na rua com a kipá (pode ser um boné também)
Os livros de Kabalá trazem assuntos como leitura de mãos. O fato de isso estar na Kabalá mostra que isso não entra nessa proibição, mas diz o Rebe que isso é somente quando alguém tem esse recebimento de Kabalá prática de mestre para aluno desde a época da Kabalá, e hoje não existem mais pessoas que tem esse recebimento direto, e sendo que nesse caso não adianta estudar diretamente dos livros a leitura de mãos atualmente é inválida.
Diz a nossa Parashá : - "Juízes e guardas coloque para você em todos os seus portões. Porque a palavra portões aparece no plural ? Será que cada um de nós recebeu da Torá um Mandamento te ter um juiz e um guarda em cada entrada da nossa casa ? O grande Rabino Haim Vital que foi o principal aluno do Ari ZaL conta que essa linguagem se refere aos portões do nosso corpo .
1- o portão da visão que são nossos olhos 2-o portão da audição que são nossos ouvidos 3-o portão da fala que é a nossa boca 4-o portão do olfato que é o nosso nariz 5-o portão do tato (contato físico) que são nossas mãos e pés .
Precisamos colocar juízes e guardas em cada um desses portões. Ou seja:
1- não olhar para coisas que a Torá (nosso referencial do que é luz e o que é escuridão) recomenda não olharmos (principalmente hoje na era do internet) 2- não dar ouvidos a coisas inadequadas (principalmente leshon hará e principalmente nesta era da informação) 3- não falar coisas feias e nem "leva e traz"(de novo leshon hará e principalmente na nossa era do Facebook) 4- não cheirar o perfume da pessoa proibida à você ,(bons e velhos tempos quando não havia poluição e nem rinite alérgica) 5-não tocar a pessoa proibida (fácil), não ir à um lugar inadequado que pode nos despertar desejos proibidos (principalmente na era do entretenimento)
Quando protegemos nossos "portões" das coisas ruins recebemos um enorme presente de Hashem, como diz o profeta Yashaiahu : -"Abram os portões e entre o povo sagrado ... Quando fechamos os nossos "portões" para as coisas ruins os portões celestiais se abrem para nós e ganhamos no paraíso futuro 310 mundos paradisíacos no qual cada mundo tem um portão que se abre para nós.
Continua o rav Haim Vital que daqui para o paraíso celestial existem muitos tipos de "anjos" que tentam nos impedir de chegar lá, também os sete céus tem muitos e muitos portões com muitos guardas celestiais em cada portão e portão . Depois dos 120 quando a nossa Neshamá deixa esse mundo (e infelizmente hoje em dia os 120 estão ficando modo de falar) esses anjos nos verificam. Se tivermos o mérito eles abrem os portões e nos deixam entrar, se não eles nos empurram para fora e trancam os portões na nossa frente não nos deixando entrar. Por isso devemos ter a sabedoria de demarcar nossos limites e proteger nossos "portões" . Quando nos conscientizamos disso durante a nossa vida nesse mundo teremos o mérito de todos os portões celestiais serem abertos para nós no mundo vindouro .
(ספר הליקויים כתבי הארי ז''ל) כתיבה וחתימה טובה לשנה טובה ומתוקה
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Shabat Shalom
Rabino Gloiber
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