Principais Assuntos da Parashá REÊ
A benção e recompensa (11:26-32)
Moshé coloca à frente do povo judeu uma equação clara: diante de vocês estão a benção e a maldição. Se observarem os mandamentos de Hashem, obterão bênçãos; do contrário, sofrerão maldições. A solenidade onde serão recitadas as versões das bênçãos e das maldições ocorre mais adiante, quando o povo atravessar o Jordão e se dirigirem ao vale entre o Monte Grizim – o monte das bênçãos e o Monte Eibal – o das maldições.
Espatifar as divindades e o modo de conduzir as oferendas (12:1-29)
Com sua entrada em Israel, ao povo judeu é ordenado destruir todo e qualquer sinal de idolatria característicos dos povos da terra por ele conquistada. Por conseguinte, o serviço Divino não é realizado como o fazem as nações, onde cada qual faz sua oferenda onde quiser. Moshé esclarece que o serviço das oferendas Divinas deve ocorrer no lugar determinado por Hashem. Inicialmente este serviço era feito no Mishkan e tornou-se definitivo no Templo Sagrado em Jerusalém.
Durante a época da conquista da terra de Israel e sua distribuição entre as tribos, e enquanto perdurasse o serviço no Mishkan, poderiam ser realizadas alguns tipos de oferendas nas Bamót – ou altares locais. Contudo, nestes locais eram permitidas apenas oferendas voluntárias (nedavót) ou de promessas (nedarim) pessoais, ficando proibidas as mandatórias da Torá. Estas oferendas ficarão proibidas quando fosse construído o Beit Hamikdash. No Mikdash, lugar onde serão realizadas as oferendas, manter-se-á também o centro espiritual do povo judeu. Os nedarim e nedavót serão também encaminhados para este lugar, onde o povo de Israel subir para regozijar-se diante de Hashem. O abate casher para consumo ordinário de carne, que não seja como oferenda para Hashem, poderá ser realizado em qualquer lugar.
Moshé relata mais algumas leis, como segue:
- É proibido comer carne que contenha sangue.
- Maaserót e Bechorót (dízimos agrícolas ou pecuários) devem ser ingeridos somente em Jerusalém.
- É preciso lembrar do Levi, que não possui terras em Israel, para prover seu sustento a partir destes dízimos.
As proibições de idolatria (12:30-13:19)
A Torá enumera algumas proibições e leis concernentes à idolatria, que não andam de acordo com a vontade Divina:
- Queimar seres humanos, inclusive filhos e filhas, para divindades enganosas.
- Não acreditar em quem se apresenta como profeta para atrair as pessoas a servir idolatrias. Trata-se de um profeta enganoso e deve ser morto.
- Quem incita à idolatria deve ser apedrejado até a morte.
- A ‘cidade rejeitada’ – uma cidade que se tornou idólatra por inteira, depois de todos os seus habitantes terem sido incitados a servirem idolatrias. É preciso extinguir todos os seus moradores, reunir todos os seus pertences em logradouro público e queimá-lo.
A proibição dos hábitos dos gentios e os alimentos proibidos (14:1-21).
O povo de Israel é um povo singular, santificado para Hashem, e seus filhos são filhos do Altíssimo. Por este motivo não podem seguir os hábitos das nações do mundo e seus filhos, que raspam a cabeça do modo bizarro em sinal de luto. Por este mesmo motivo aos judeus foi proibido ingerir determinados tipos de animais, se não forem puros:
- Animais silvestres e domésticos puros são aqueles cujo casco é fendido e tem a unha separada em dois, e que ruminam, tais como: boi, ovelha, cabra, cervo e corço.
- Animais silvestres ou domésticos que não obedeçam a algum destes sinais são proibidos para o consumo, tais como: camelo, lebre, coelho e porco.
- Os sinais de pureza dos seres aquáticos são: barbatanas e escamas.
- A Torá especifica quais aves são impuras.
- Répteis alados e todo o tipo de répteis terrestres são proibidos para o consumo.
- É proibido comer animais que morreram por si ou não foram abatidos de forma casher.
- É proibido cozinhar leite e carne.
Leis de dízimos (14:40-59)
Nesta parashá a Torá focaliza o segundo dízimo (Maassêr Sheni). É um dizimo que incorre somente em anos especiais e que o agricultor deve comer – ou o seu valor em dinheiro – somente em Jerusalém. A Torá lembra também do Levi, que deve sustentar-se do primeiro dízimo (Maassêr Rishon).
Perdão de dividas (15:1-11)
Uma vez a cada sete anos, quando chega o ano Sabático, no qual a terra descansa, é preciso cumprir também a mitsvá da cancelar dívidas em dinheiro. A Torá adverte para que as pessoas não deixem de emprestar dinheiro às vésperas do Ano Sabático com receio que não as poderão cobrar.
Servo hebreu (15:12-18)
Um homem apanhado em flagrante roubando e cujo objeto do roubo não foi encontrado consigo ou que não pode devolvê-lo, é vendido pelo Beit Din como servo hebreu. A Torá ordena a quem o adquiriu libertá-lo após um prazo de seis anos de serviços. A Torá dita também que ele não deve ser libertado sem posses: é preciso provê-lo com mercadorias. Mas se desejar permanecer com o seu patrão, deve ser levado á porta e sua orelha será perfurada, por ter concordado em humilhar-se, submetendo-se a um ser humano ao invés de ser provido apenas por Hashem. Mesmo assim, quando chegar o ano do Jubileu – o cinqüentenário, sem que isto esteja relacionado com o numero de anos do seu serviço, o servo deve ser libertado.
Primogênito do gado ou rebanho (15:19_23)
Quando nasce um primogênito dentro de um gado ou rebanho, é proibido fazer algum serviço com ele ou tosquiá-lo. É um dever oferecê-lo a D-us. Se a cria for defeituosa ou proibida para oferenda, é permitido abatê-la e consumi-la.
As três Festas da Torá – Sheloshá Regalim (16:1-26).
Três vezes ao ano o judeu deve peregrinar a Jerusalém, até o Beit Hamikdash. Estes dias são festivos, alegres e de oferendas.
Pessach: Festejado todos os anos como lembrança pela saída do Egito. Deve coincidir sempre com a primavera e por isto sete vezes a cada dezenove anos é inserido um mês de Adar a mais no ano judaico. Princípios desta festa: oferenda do Korban Pessach no dia 14 de Nissan, queima do Chamêts durante os sete dias da festa, comer Matsót – principalmente no primeiro dia de Pessach.
Shavuot: Desde o primeiro dia de Pessach quando é ceifado o primeiro Omer, são contadas 7 semanas. No qüinquagésimo dia é obedecida a festa de Shavuot por um dia.
Sucot: A festa de Sucot tem duração de sete dias, sendo festejada durante o período das colheitas. Um dos deveres especiais desta festa é alegrar-se de modo sobremaneira.
A parashá contém 126 versículos.
R.Shmuel Lancry
-989312690-
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