Shabat Shalom e Chodesh Tov!
NOACH (NOÉ) CONSTRÓI UMA ARCA (6:9-22)
O Altíssimo viu que “toda a Terra estava corrompida” e por isso ordena a Noach, décima geração da humanidade e único justo em sua geração, que construa uma arca por meio da qual se salvará ele, seu núcleo familiar mais próximo e representantes de todo o reino animal, de um dilúvio que inundará o mundo.
A arca, assim ordena D-us, deve ser feita por compartimentos de madeira de cipreste, untada por dentro e por fora com betume. A arca media 300 amót (uma amá ou côvado = meio metro), 50 amót de largura e 30 amót de altura. A estrutura da arca afina para cima até chegar a uma abóbada com uma amá quadrada de perímetro. A arca era dotada de uma janela com abertura lateral e tinha três andares. O primeiro pavimento era destinado a acomodar pessoas, o pavimento intermediário servia aos animais e no pavimento inferior ajuntavam-se os dejetos.
Hashem ordenou a Noach que suprisse a arca com viveres para uma longa permanência em clausura.
Entrando na arca (7:1-16)
A construção da tomou 120 anos, a fim de permitir que aquela geração pecadora retornasse em Teshuvá. Contudo, os filhos daquela geração não prestaram atenção nas admoestações de Noach e ainda zombaram da construção daquela grande arca.
Sete dias antes do dilúvio Noach é interpelado por D-us, que lhe ordena preparar-se para adentrar a arca. Com 600 anos de idade, acompanhado da sua esposa, filhos e noras, Noach se posta diante da arca que construiu e recebe todos os animais que acorrem a ela milagrosamente. Sete machos e sete fêmeas dentre cada animal e ave puros e um casal de cada animal impuro. No dia 17 de Marcheshvan começa o dilúvio.
O Dilúvio (7:17-8:14)
O dilúvio teve uma duração de quarenta dias, elevando cada vez mais a arca por sobre as águas que se acumulavam e cresciam de volume. Durante os 150 dias seguintes as águas continuaram a subir, até chegarem à altura de 15 amót acima do cume mais alto da terra. Durante este período morreram todos os homens e animais que habitavam o planeta.
Após este período de 150 dias as águas começam a baixar, até a arca a estacionar sobre o Monte Ararat. Passados mais 40 dias Noach abre a escotilha da arca e envia um corvo para examinar a possibilidade de saírem da arca. O corvo volta de imediato e após sete dias Noach envia uma pomba. Ela também retorna. Passados mais sete dias, a pomba é enviada novamente e demora um pouco a retornar, voltando para a arca somente ao entardecer, com um ramo de oliva no bico. Noach compreende agora que as águas baixaram por completo. A pomba é enviada novamente após sete dias e não retorna à arca.
Noach remove o teto da arca e comprova com os próprios olhos que toda a vida na terra havia sido destruída.
Uma nova ordem mundial (8:16-9:17)
Hashem ordena a Noach que deixe a arca e dela retire todos os animais que ali estiveram, para que possam espalhar-se pelo planeta, dar cria, multiplicar-se e recriar a vida no mundo.
Após sair da arca, Noach erige um altar para fazer oferendas a D-us com as espécies de animais puros que haviam entrado com ele na arca para este fim.
Estas oferendas agradam a D-us e Ele se compromete a não mais destruir o mundo mesmo que as pessoas pequem novamente. O Altíssimo abençoa Noach e seus filhos, prometendo que não haverá um novo dilúvio. Um arco-íris surge como sinal deste pacto. D-us proíbe comer a carne dos animais sem haver abate.
Noach se embebeda (9:19-29)
Noach ocupa-se de plantar vinhas; descobre o sabor refinado do vinho e se embebeda com ele. Cham, seu filho malvado, descobre o pai rolando nu em sua tenda e porta-se indevidamente com ele. Os dois outros filhos, Shem e Iafet, enojam-se com a atitude de Cham, tomam uma capa e, andando de costas, adentram a tenda para cobrir seu pai. Ao se despertar do sono causado pela bebida Noach maldiz o filho Cham e abençoa a Shem e a Iafet.
Noach deixa o mundo aos 950 anos de idade.
O novo mundo (10:1-32)
A Torá relata brevemente, embora com detalhes, as gerações seguintes e seu desenrolar dos povos a partir de Noach e seus filhos.
A geração da divisão (11:1-9)
Algo como mil anos após o dilúvio os homens se multiplicaram sobre a terra, mas falavam apenas um idioma e viviam na mesma região. Tiveram a idéia de se rebelar contra D-us erguendo uma torre tão alta que com ela poderiam, assim entendiam, alcançar os Céus. O Todo-poderoso decide abortar esta tendência à união rebelde contra o Criador do Universo. O Altíssimo confunde os idiomas, para que não entenda um a linguagem de seu companheiro, desfazendo a trama contra Si por meio da cizânia e da guerra, disseminar e dispersando os povos pelas distintas regiões da terra.
Por este motivo aquela geração foi chamada “geração da divisão” e o lugar onde os idiomas de confundiram recebeu o nome de Babilônia (de Babel – confusão).
Avraham Avinu (11:10-32)
Após relatar as artimanhas da geração da divisão e seu concomitante castigo, a Torá volta a detalhar a genealogia humana centrando-se em Shem, filho de Noach. A Torá detalha as dez gerações passadas até o nascimento de Avraham Avinu, que naqueles dias ainda se chamava Avram.
Avram, filho de Terach, se casa com Sarai, que conheceremos mais tarde por Sarah Imenu. A Torá não estende o relato sobre a vida de Avram naquele período, apesar de aprendermos das palavras dos nossos Sábios que aqueles dias foram dias de especulação intelectual e busca espiritual, que culminaram na crença num único D-us, na luta contra a idolatria e na divulgação do Nome de D-us pelo mundo.
A Torá conta no final desta parashá que Terach saiu junto a sua família – e com eles Avraham e Sarai – de Ur Casdim em direção à terra de Canaã, chegando apenas até Charan, onde faleceu Terach.
Esta parashá contém 153 versículos.
R.Shmuel Lancry
-989312690-
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