Aish HaTorá – Trazendo Alegria à Vida! 21 – julho – 18
BOM DIA! Qual o dia mais triste da vida de uma pessoa? Provavelmente é o dia do falecimento de um parente mais próximo (pai, mãe, irmão, irmã, filho, filha ou cônjuge). E se a pessoa não sente nenhuma tristeza pelo falecimento de seu parente próximo? Então certamente deveria se sentir triste por sua falta de apreço e por sua incapacidade de sentir a emoção apropriada.
Dia 21 de julho, sábado à noite, iniciando-se com o nascer das estrelas, até o anoitecer de domingo, é quando Tishá BeÁv, o 9o. dia do mês Judaico de Av, é observado. (Em S. Paulo, o jejum se inicia às 17:39 hs de sábado e se encerra às 18:10 hs de domingo).
Tishá BeÁv é o dia mais triste do calendário Judaico. O que a pessoa deve fazer se não tem nenhum sentimento em especial por Tishá BeÁv? Se for Judia e se se identifica com o Judaísmo, então lhe cabe descobrir o porquê de nós, como um Povo, estarmos de luto neste dia. O que perdemos nesta data? O que ela significa para nós? O que devemos fazer para recuperar o que perdemos? No mínimo deveríamos sentir muito pelo fato de não sentirmos nenhum pesar nesta data.
Em 1967, paraquedistas israelenses capturaram a Cidade Velha de Jerusalém e abriram caminho até o Muro das Lamentações (Kotel HaMaaravi). Muitos dos soldados religiosos estavam tomados de emoção e encostaram-se no Muro, orando e chorando. Um pouco afastado do Muro estava um soldado não religioso que também estava chorando. Seus colegas perguntaram: “Por que você está chorando? O que o Muro representa para você?” O soldado respondeu: “Estou chorando por não saber por que deveria estar chorando!”
O dia de Tishá BeÁv é observado para lamentarmos a perda dos dois Templos Sagrados de Jerusalém. Qual foi a grande perda resultante da destruição dos Templos? Foi a perda do sentimento da presença Divina entre nós. O Templo era um local de orações, espiritualidade, santidade e milagres a céu aberto. Era a parte mais importante do Povo Judeu, o ponto focal da identidade Judaica. Três vezes ao ano (Pessach, Shavuót e Sucót) todo Judeu ascendia ao Templo. Sua presença permeava todos os aspectos da vida Judaica: o planejamento do ano, o lado para onde a pessoa se voltava para rezar, onde recorria por justiça ou para estudar Torá, onde trazia certos dízimos, etc.
Neste mesmo dia, através da História, muitas tragédias aconteceram com o Povo Judeu, incluindo:
1. O incidente com os espiões difamando a Terra de Israel, com o consequente decreto para vagarem pelo deserto por 40 anos.
2. A destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém, por Nevuchadnétzar, Rei da Babilônia.
3. A destruição do Segundo Templo, em Jerusalém, pelos romanos, no ano 70 E.C.
4. A queda da cidade de Betar e o fim da revolta de Bar Kochvá contra os romanos, 62 anos depois, no ano 132 E. C.
5. Os Judeus da Inglaterra são expulsos em 1290.
6. Iniciam-se as Primeiras Cruzadas. Dezenas de milhares de Judeus são mortos e muitas comunidades por toda a Europa, completamente destruídas.
7. Os Judeus da Espanha são expulsos em 1492, dando início à Inquisição Espanhola.
8. A Primeira Guerra Mundial irrompeu em Tishá BeÁv de 1914, quando a Rússia declarou guerra contra a Alemanha. O ressentimento alemão após ter sido derrotado criou o palco para o Holocausto.
9. Começa a deportação dos Judeus do Gueto de Varsóvia.
Tishá BeÁv é um dia de jejum (com a mesma duração que Yom Kipur: do anoitecer de um dia até o anoitecer do dia seguinte) que culmina e encerra as Três Semanas de luto do Povo Judeu. Neste dia somos proibidos de comer e beber, banhar-nos, usar cremes, loções ou óleos, calçar sapatos de couro ou manter relações conjugais. A ideia é minimizar o prazer e fazer o corpo sentir o desconforto que a alma deveria sentir em relação a tragédias como estas. Como em todos os dias de jejum, o objetivo deste dia é a introspecção, fazendo um balanço espiritual e corrigindo nossos caminhos – o que em Hebraico é chamado Teshuvá, o retorno para o caminho do bem e da honra. Os Tefilin são colocados somente na parte da tarde, após as 13:00 hs.
Teshuvá é um processo de quatro etapas:
1) Precisamos nos conscientizar das coisas erradas que fizemos e nos arrepender de tê-las feito. 2) Precisamos parar de fazer estas transgressões e corrigir quaisquer danos que possamos ter causado. 3) Devemos aceitar sobre nós não repetir o erro novamente. 4) Precisamos, verbalmente, pedir ao Todo-Poderoso que nos desculpe.
Na noite de Tishá BeÁv lemos na sinagoga a Meguilá Eihá (pronuncia-se Eirrá), o livro das Lamentações, escrito pelo profeta Yrmiáhu (Jeremias). Também recitamos as Kinót, poemas especiais recontando as tragédias que aconteceram com o Povo Judeu durante toda a História (Disponível em www.artscroll.com/Products/KPAP.html). Com o ambiente à meia luz, sentamo-nos em almofadas ou pequenas banquetas em sinal de luto.
O estudo da Torá é o coração, a alma e o sangue do Povo Judeu. É o segredo de nossa sobrevivência. Estudar leva ao entendimento e o entendimento leva à ação. Uma pessoa não consegue amar aquilo que não entende. Estudar Torá nos dá uma grande satisfação ao nos proporcionar a oportunidade de entendermos nossas vidas. Em Tishá BeÁv somos proibidos de estudar Torá, com exceção daquelas partes que tratam sobre as calamidades que o Povo Judeu tem sofrido. Precisamos parar, refletir, mudar a nós mesmos e, somente assim, estaremos aptos a fazer deste um mundo melhor.
Durante toda a nossa História passamos por Holocaustos, Pogroms, Cruzadas e outros massacres. Isto por si só já nos faria despertar a seguinte pergunta: “Por que nossos ancestrais tão persistentemente insistiram em se manter Judeus quando, com poucas palavras, poderiam ter se convertido – exceto durante o Holocausto – e salvado suas vidas e a de seus familiares? O que eles sabiam que não sabemos? O que precisamos então saber?” Para aprender mais, clique em www.aish.com/holidays (em inglês) ou www.aishlatino.com/h/9av/ (em espanhol).
I M P E R D Í V E L !!!
Feeling the Pain of Another
Junte-se a mais de 50.000 pessoas no Evento Mundial de Tishá BeÁv, inspirando-se e unindo-se ao Povo de Israel. Venha e assista a esta apresentação em vídeo de grandes palestrantes internacionais que também será exibido em centenas de outras comunidades pelo mundo afora. Emocionante e impressionante!
Sábado à noite, 21 de julho, às 20:30 hs, no Buffet Menorá, com tradução simultânea para o português. Cada um deve trazer seu banquinho ou almofada, para sentar-se.
Porção Semanal da Torá: Devarim Devarim (Deuteronômio) 01:01 - 03:22
Nessa semana começamos o quinto Livro da Torá, Devarim (chamado Deuteronômio, em grego). O livro é o discurso de Moshe antes de sua morte. Moshe rememora a história de 40 anos de andanças pelo deserto e repreende o Povo Judeu para que aprenda de seus erros. É sempre bom quando alguém faz uma reprimenda antes de morrer, pois as pessoas estão mais inclinadas a prestar atenção.
Moshe relembra o que aconteceu no Monte Sinai, a escolha de juízes e administradores, a história dos espiões, a proibição de atacar os povos de Edóm e Moav, a vitória sobre os reis Sihón e Óg e como as terras de Guilad foram dadas às tribos de Reuven, Gad e para metade da tribo de Menashe.
Dvar Torá:
O rabino Haim Palachi Z”TL (Yzmir, Turquia (1788-1869)), autor do famoso livro Kaf HaHaim, foi um dos grandes sábios de nossa História, autor de mais de 70 livros.
Rav Haim escreveu sobre a importância de perdoarmos aqueles que nos causaram humilhação, chamando esta qualidade de ‘a cura para tudo’. Se uma pessoa é paciente e tolerante com os demais e não fica nervosa por o ofenderem, esta reação é uma das formas mais eficazes de se conseguir graças nos Céus. Rav Haim acrescentou que a pessoa deve se esforçar por não sentir ressentimento contra aqueles que a ofenderam. Guardar rancor constitui pura arrogância.
Recusar-se a perdoar é a origem de todas as ‘Machlokot’ – controvérsias, rixas e brigas. Quando as pessoas são insistentes e inflexíveis, relutantes em ceder e abrir mão, a paz se torna algo impossível de se obter.
Rav Haim advertiu que ninguém pode desfrutar das bênçãos de D'us quando está atormentado(a) por Machlokot e salientou que ele viu com os seus próprios olhos que todo homem, mulher, família, cidade e país que foi acossado por controvérsias e brigas, sofreram um dano devastador, tanto físico como financeiro. Portanto, é imperativo que todos evitem a raiva ao máximo, uma vez que ela é a raiz das brigas, intrigas e controvérsias. De fato, o Zohar, o livro básico da Cabala, escreve que a raiva causa um terrível dano à alma da pessoa.
Precisamos nos treinar na virtude do perdão e da humildade, de forma a evitarmos a raiva e trazermos bênçãos de paz, sucesso material e espiritual sobre nós, nossas famílias e nossas comunidades, Amén.
Horário de Acender Velas de SHABAT: (20 de julho)
S. Paulo: 17:20 h Rio de Janeiro 17:08 Recife 16:57 Porto Alegre 17:26 Salvador 17:05 Curitiba 17:27
B. Horizonte 17:15 Belém 18:02 Brasília 17:37 Jerusalém 19:04 Tel Aviv 19:23 Miami 19:53 Nova York 20:03
Pensamento da Semana:
A noite mais escura produz as estrelas mais brilhantes!
Shabat Shalom! Rabino Kalman Packouz
Contate-me via Internet: meor018@gmail.com
Sugestão: mostre este fax a seus familiares!
Este fax é dedicado à memória de meu pai Zeêv ben Ytschak Yaacov Z”L e meu sogro Haim Shaul ben Sara Z”L
ESTE FAX É DEDICADO À PRONTA RECUPERAÇÃO DE:
Avraham ben Guila – Baruch ben Ruth Lea - Biniamin ben Farida - David ben Sara – David ben Rachel – Efraim Fishel bem Ester - Eliau Haim ben Shefica
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