E agora, belo?
Rosh Hashaná ficou para trás, você já esqueceu o jejum de Iom Kipur, comeu na Sucá, chacoalhou o Lulav e a Torá vem agora com mais um dia de Festa para lapidar o ano.
É Shemini Atséret. O oitavo dia de Sucot que na verdade não é o oitavo dia de Sucót, senão uma festa separada que ficou colada na Sucá. A gente come na Sucá sem fazer brachá (da Sucá, a da comida ainda vigora). Em Israel cantam e dançam com a Torá neste mesmo dia.
No Brasil, assim como na Noruega, Dinamarca, Holanda, Mônaco e Canadá *, Shemini Atséret tem dois dias e isto faz do segundo dia da festa um momento especial: Simchát Torá!!! Alegrar-se com o fato da Torá ser ela mesma e ter sido dada por D-us para todos os tipos de pessoas, representadas em Sucot pelas 4 espécies (Etrog, Lulav, Hadas e Aravá).
* na verdade em qualquer lugar fora de Israel, é que fica ser listado com este monte de gente fina.
Simchát Torá é uma forma deveras simples de Judaísmo. Tudo o que você tem que fazer é ir no Shil mais próximo, entrar na roda e cantar o que eles estiverem cantando, dançar o que eles estiverem dançando e se não quiser, cante o que quiser e dance o que quiser, contanto que seja aceitável no clima da festa. Não é necessária experiência anterior. Nesta festa, o maior Sábio da Torá tem exatamente a mesma Mitsvá que um judeu que nem sabe pronunciar um Alef: dançar!!!
Eis algumas sugestões de dança para Simchát Torá:
1. Forró chassídico: estenda os braços para o alto e para os lados, enquanto dá aquele passinhos de Lampião. Não o faça se estiver segurando a Torá.
2. Tango japonês: se não conseguir se mexer no meio do povão, dê passinhos curtos de um lado a outro, apoiando uma mão no ombro do cara da frente e com a outra segure a bandeirinha.
3. Samba russo: alguns gostam de mandar um Lechaim prá goela neste dia, embora o judaísmo nem sempre aprove medidas etílicas como forma de crescimento espiritual. Não obstante, esta é a dança mais fácil de todas: é só mexer as pernas para qualquer lado sem qualquer sincronização com as mãos, contanto que você não conte a ninguém que isto é samba. Ou mesmo que está dançando. Ninguém vai acreditar. Mas continue, sem medo de ser feliz. O importante não é o que os outros pensam, mas como vocês os contagia com sua alegria.
O fator mais importante de Simchát Torá, que coroa todas as festas do início do ano judaico, é sabermos que o amor pelo judaísmo do jeito que ele é, mesmo que não conheçamos todos os seus detalhes e alegrar-se pelo simples fato de sermos judeus e termos oportunidades de fazê-lo, constituem em si, uma forma muito elevada de serviço Divino e um enorme estímulo para seguir adiante.
Ve Yaacov alach ledarcó! (e Jacob seguiu seu caminho)
Chag Sameach!!!
Leilui Nishmat Tsipora bat Eliahu, minha avó materna.
|
MInha avó no centro da foto. À esquerda minha mãe. |
Este artigo foi escrito em memória à minha avó materna, dona Cecília Sheir Levy, que faleceu no dia de Simchát Torá, e que, entre tantos ensinamentos, passou para seus filhos e netos a forma mais pura e simples de adorar a Hashem: a alegria de viver cada dia como se este fosse o dia mais feliz de nossas vidas.
|
Postar um comentário
Seus comentários são muito bem vindos.