USANDO O MAL PARA FAZER O BEM - PARASHAT KI TETSÊ 5780 (28 de agosto de 2020) “O rabino estava tendo muitas dificuldades com a sua comunidade, em especial com um dos frequentadores, Eduardo, que tinha características muito ruins. Talvez um dos piores defeitos de Eduardo era fazer piadas nas horas mais impróprias, em especial durante as aulas do rabino. Ele queria sempre falar algo engraçado ou irônico, mesmo que estragasse completamente a mensagem que o rabino queria transmitir. Certa vez, em uma palestra que estava lotada, o rabino estava transmitindo uma mensagem justamente sobre o nosso trabalho de Midót (traços de caráter). O rabino ensinou que todas as nossas Midót e forças podem ser utilizadas para o bem, até mesmo as coisas que parecem ser apenas negativas, como a inveja, a mesquinhez e a raiva. Por exemplo, a inveja pode ser canalizada para aumentar a nossa vontade de crescer espiritualmente, nos espelhando nas pessoas espiritualmente maiores. A mesquinhez pode ser utilizada como um “freio”, para não gastarmos nosso dinheiro com vanidades e futilidades. A raiva pode ser canalizada para lutarmos contra as injustiças. E, assim, o rabino foi descrevendo várias Midót ruins, mas que podem ser utilizadas para fazer o bem.
Porém, no meio da palestra, Eduardo levantou a mão, pedindo permissão para fazer uma pergunta. O rabino logo percebeu que a intenção era fazer alguma piada ou deboche, mas não podia ignorar aquela mão levantada, já que havia dado permissão para outras pessoas falarem. Assim que recebeu permissão, Eduardo começou a falar: - Rabino, então você está dizendo que todas as nossas Midót e forças podem ser utilizadas de maneira positiva, né? Isto quer dizer que também existe algum uso positivo da “Kofrut”, a vontade de negar D’us? Eduardo se sentiu realizado. Sua pergunta certamente deixaria o rabino embaraçado e destruiria sua palestra. Porém, o rabino abriu um enorme sorriso e disse: - Eduardo, obrigado pela excelente pergunta. Você sabe como pode fazer para utilizar a “Kofrut” de forma positiva? Toda vez que alguém te pedir ajuda, não diga “Que D’us te ajude”. Neste momento, se comporte como se D’us não existisse. Levante-se e faça a sua parte.” Há momentos em que mesmo as nossas piores Midót podem, e devem, ser utilizadas para fazer o bem. |
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