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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Meor HaShabat - Parashá Kitetzê!

 

Gostaria esta semana de falar sobre o conceito de ‘enganar-se ativamente’, também conhecido como "viver em negação". Dizer que alguém está “vivendo em negação” refere-se à noção de que a pessoa está evitando ou negando a realidade. Faz parte da condição humana reformular a realidade e isso é feito por diversas razões: uma perda pessoal, relacionamentos prejudiciais ou dolorosos ou doenças. Também refere-se ao ambiente ao redor – seja político, ideológico ou físico.

           Um exemplo bem atual é a campanha aqui nos EUA contra a vacina do Corona. Certamente, existem algumas razões muito válidas para não se vacinar, mas a negação total da ciência da vacinação (e ignorar o conselho de 99% do estabelecimento médico) não é uma delas. Isso é muito difícil para algumas pessoas aceitarem porque, em sua realidade extravagante, elas sabem “melhor” do que os especialistas e quase todas as outras pessoas. Elas geralmente negam essa realidade atribuindo o conselho da comunidade médica a algumas teorias de conspiração e/ou citando alguns charlatães que desaconselham as vacinações. Este é um exemplo clássico de “viver em negação” ou talvez melhor ainda - “morrer em negação”.

           Mas por que “viver em negação”? A negação é geralmente usada para rejeitar realidades pelas quais não queremos aceitar a responsabilidade e agir - parar de fumar, perder peso ou encerrar um relacionamento tóxico. Em essência, a negação é como as pessoas lidam com coisas que não querem lidar.

           Também usamos a negação como um escudo para nos proteger emocionalmente e lidar com nossos sentimentos ou - mais importante - com o que não queremos sentir. Podemos querer negar a realidade de nossa situação porque aceitar uma realidade que é desconfortável, dolorosa ou incongruente com a realidade na qual queremos viver também significa que devemos alterar nossa percepção de nós mesmos.

           No entanto, quando contradizemos a realidade ou tentamos nos ajustar a uma circunstância rejeitando seu efeito, também estamos ignorando a responsabilidade de realizar certas ações que a situação exige, e que podem ser muito perigosas. Assumir responsabilidade real não é uma das coisas fáceis que uma pessoa tem que empreender. É difícil encontrar pessoas que realmente assumem a responsabilidade por si mesmas e por suas ações. Pessoas que aceitam voluntariamente a responsabilidade pelos outros são ainda mais difíceis de se encontrar - mas estes são os nossos verdadeiros líderes.

           Na porção desta semana da Torá, encontramos uma lição fantástica sobre a negação pessoal contida na obrigação de devolver um objeto perdido ao seu dono:

 

Você não deve ver o boi ou o carneiro de seu irmão se extraviar e se esconder deles, mas certamente deve devolvê-los ao seu dono [...] assim fará com qualquer artigo perdido que encontrar; não se esconda. Se vir o jumento ou o boi de seu irmão arriando, não se esconda, mas certamente ajude-o a erguê-lo (Devarim 22:1, 3, 4).

 

           Esses versículos discutem as leis relacionadas à mitsvá de devolvermos objetos perdidos e ajudar com animais que estão arriando sob um fardo pesado. Claramente, a Torá está nos ensinando quanto cuidado e preocupação devemos ter não apenas com as pessoas, mas também com sua propriedade.

           No entanto, a Torá comunica essas leis de uma maneira incomum: ela afirma que não devemos nos ‘esconder’ desta obrigação. Rashi explica isso se refere a "fechar os olhos, como se não víssemos o problema". Em outras palavras, negar a realidade.

           Isso tem ramificações profundas. Além da obrigação de ajudar alguém necessitado, existe também a proibição de ignorar seu objeto perdido ou o fato de que seu animal está arriando sob um fardo pesado.

           É interessante que a Torá não se concentra na situação, mas no ato de "se esconder" e fingir não ver a situação. Certamente, a Torá poderia ter simplesmente dito: "Você não deve ignorar as necessidades de seu amigo". Por que a Torá nos ensina essa proibição de uma maneira tão poética – “não se esconda”?

           O Talmud (Yevamot 79a) cita o Rei David dizendo que o povo judeu tem 3 traços de caráter distintos: são 1) misericordiosos, 2) recatados e 3) praticam atos de bondade.

           O Talmud continua: "Rava (este é o nome de um dos Sábios do Talmud) disse que qualquer pessoa que tenha estas 3 marcas de identificação pode ser positivamente identificada como descendente de Abraão". Ou seja: esses traços de caráter fazem parte do DNA espiritual do povo judeu. (Assim como existe um DNA físico que é transmitido nos genes de pai para filho, também existe um aspecto do DNA espiritual que é herdado).

           Há uma lição enorme aqui: temos um tal instinto de compaixão e bondade que a única maneira de ignorar a situação de outra pessoa é fingindo não vê-la. Temos que mentir para nós mesmos sobre ver a situação (“viver em negação”), a fim de lidar com a culpa de não tomar uma atitude para resolver a situação. A negação se torna um mecanismo de defesa e a Torá está nos dizendo que isso simplesmente não é aceitável.

           Por esta razão, a Torá expressa a proibição como "você não deve se esconder." A Torá quer que sejamos fiéis a nós mesmos e não construamos um falso senso de realidade – mesmo que seja algo mais fácil e conveniente. Uma mensagem relevante em todos os aspectos de nossas vidas, sejam profissionais ou pessoais.

           Nestas semanas iniciamos nosso período anual de autorreflexão, fazendo uma auditoria pessoal de nosso comportamento no ano anterior. Este período de auto-reflexão é parte dos preparativos para Rosh Hashaná e Yom Kipur e o processo de teshuvá - retornar aos caminhos do Todo-Poderoso. Seguramente compreender as realidades que optamos por negar é o início deste processo.



           O primeiro passo para efetuar uma mudança positiva dentro de nós mesmos é identificar comportamentos que precisam ser melhorados. A Torá está nos ensinando que devemos parar de nos iludir ("não se esconda") a fim de justificar o que queremos fazer (ignorando o infortúnio de outra pessoa).

           A razão pela qual isso é tão importante é porque todos os relacionamentos saudáveis ​​são construídos com base na honestidade. O antídoto para a toxicidade em nossos relacionamentos com os outros e com nós mesmos começa com sermos honestos conosco. Somente ao conseguirmos isso, poderemos realmente ter um relacionamento honesto com todos (e com o Todo-Poderoso).

           Existem várias maneiras de iniciar esse processo, mas talvez a etapa mais importante seja reconhecer que talvez não estejamos vendo a situação como ela realmente é. Precisamos nos abrir para as pessoas em quem confiamos e que nos gostam o suficiente para serem honestas conosco. Afinal, há uma responsabilidade significativa em fazer críticas construtivas. Um verdadeiro amigo - alguém que nos ama pelo que somos e não tem nenhum interesse pessoal - pode ser muito útil.

           Depois de ter alcançado uma nova perspectiva, devemos formular um plano de ação para resolver os problemas que agora compreendemos. Geralmente, isso inclui a resolução de parar com todo e qualquer comportamento prejudicial e o compromisso de se comportar de maneira diferente no futuro. Não por coincidência, todos esses são componentes do processo conhecido como teshuvá Desta forma, não estamos apenas retornando aos caminhos do Todo-Poderoso, mas também ao nosso verdadeiro eu. Não é realmente o melhor investimento do ano?

 

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Porção Semanal da Torá:   Ki Tetsê          Devarim (Deuteronômio)   21:10 - 25:19

 

            Os tópicos abrangidos por essa porção semanal incluem: Mulheres Cativas, A Herança do Primogênito, Um Filho Rebelde, Enterro, Devolver Objetos Perdidos, Animal Caído, Cercas, o Ninho de um Pássaro, Enxertos na Agricultura, Combinações Proibidas, Uma Esposa Difamada, Pena por Adultério, a Noiva, Órgãos Mutilados, o Bastardo, Amonitas e Moabitas, Edomitas e Egípcios, Base Militar, Divórcio e Novo Casamento. E também: Sequestro, Lepra, Seguro para Empréstimos, Pagar os Salários em Dia, Testemunho de Parentes Próximos, Viúvas e Órfãos, Feixes de Cereais Esquecidos, Frutas Não Colhidas, o Cunhado sem Filhos, Pesos e Medidas, e a Obrigação de Lembrarmos o que Amalek nos fez.

Horário de Acender Velas de SHABAT: (20 de agosto)

 

S. Paulo: 17:32 h   Rio de Janeiro 17:20   Recife 16:58   Porto Alegre 17:44  Salvador 17:10   Curitiba 17:41

B. Horizonte 17:24  Belém 17:59  Brasília 17:44  Jerusalém 18:38  Tel Aviv 18:57  Miami 19:32  N. Iorque 19:28

 

 

Rosh Hashaná é o Dia do Julgamento. Por que D'us nos julga?

 

                A vida é um negócio sério. Toda ação tem sua consequência. Se D'us não nos julgasse, não haveria justiça no mundo. Já pelo nosso ponto de vista, ao sentirmos que estamos sendo julgados, trataremos a vida com mais seriedade. Poderemos, então, corrigir nossos erros ao tratar com as pessoas, conosco e com o Todo-Poderoso.

            Julgar implica se importar. Se você não se importa, não julga. Encaramos o julgamento Divino como a maior expressão de Seu amor e preocupação em relação à maneira como vivemos nossas vidas. (baseado no livro Rosh Hashana - Yom Kippur Survival Kit)

Pensamento da Semana:

Nós não enxergamos as coisas como elas são.

Enxergamos as coisas como nós somos!”

 

 

Shabat Shalom a todos !      Rabino Ytschak Zweig

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