ESCUTANDO OS NOSSOS SÁBIOS - PARASHÁ PINCHÁS 5776 (29 de julho de 2016)
“Certa vez soldados do exército russo vieram até a casa do Rav Yitzchak Zev Soloveitchik zt”l (Bielorússia, 1886 - Israel, 1959), mais conhecido como Brisker Rav, intimando-o a acompanhá-los. Um soldado judeu havia sido condenado à morte por dormir durante seu período de sentinela, e que este soldado havia pedido para falar com um rabino antes de morrer. Porém, para espanto dos seus alunos e dos soldados russos, o Brisker Rav se recusou a ir falar com o prisioneiro condenado à morte. Após algum tempo, uma segunda delegação de soldados chegou à casa do Brisker Rav, exigindo que ele se apresentasse imediatamente na prisão, sob o risco de receber um duro castigo caso se recusasse. Mas o Brisker Rav não se dobrou diante das ameaças e reafirmou que não iria. Os alunos ficaram visivelmente confusos, pois além de colocar a própria vida em risco, por que o rabino não se importava com os sofrimentos daquele pobre judeu condenado à morte? Por que não queria ir confortá-lo na prisão e ajudá-lo naqueles últimos momentos difíceis? Foi então que uma terceira delegação de soldados bateu na porta. Porém, desta vez eles não vinham para intimar o Brisker Rav a comparecer à prisão, e sim para avisá-lo que sua presença não era mais necessária. A família daquele jovem soldado havia apelado à Suprema Corte de Justiça e a sentença de morte havia sido revogada. Quando os alunos questionaram de onde o Brisker Rav havia conseguido reunir forças para aquela atitude heroica, ele explicou: - Eu simplesmente cumpri a Halachá (Lei Judaica). De acordo com o Rambam (Maimônides), se um judeu inocente é injustamente condenado à morte por um tribunal não judaico, é proibido a um judeu entregá-lo às autoridades para que ele seja executado, mesmo que para isso seja necessário colocar a própria vida em risco. Se eu tivesse ido à prisão, o rapaz teria sido executado tão logo eu saísse. Ao seguir a Halachá, a vida daquele jovem judeu acabou sendo salva”. Muitos ensinamentos e decretos rabínicos parecem não fazer sentido. Mas eles são os verdadeiros conhecedores da Torá, e em suas atitudes eles levam em consideração muitos detalhes que nós desconhecemos.
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