O silêncio imperava na Floresta de Shverwood.
Shverwood tinha este nome em honra ao shver (sogro) de Robin Idish, que tinha uma marcenaria.
O bando de Robin Idish espreitava por entre as folhagens do outono, para ver se passava mais uma tropa do ignóbil Sherife de Nothinguelt em busca de mais coitados para confiscar-lhes o seu último dinheiro.
A Inglaterra passava por uma período de absoluta escuridão, pois o Rei Reuven Coração de Galinha partira em uma Maguendavizada rumo a Jerusalém, em busca de divisas para a sua Yeshiva Real.
Tinha esta alcunha por causa de uma iguaria que gostava de apreciar nas noites de Rosh Hashaná. É tradição judaica comer em Rosh Hashaná pratos que tragam algum sinal positivo para o ano vindouro.
O Rei Reuven acreditava que um coração de galinha simbolizava menos ambição e mais bondade. Mas voltemos à Floresta de Shverwood.
Os aldeões estavam apreensivos, principalmente porque o ano era um ano Sabático em Israel, o que acarretava com que todas as dividas fossem automaticamente canceladas, a menos que se escrevesse um documento especial chamado Pruzbúl, que autorizava um Beit Din (Tribunal rabínico) a cobrar dividas.
Mas o Sherife de Nothinguelt era tão sórdido que confiscara todos os Pruzbúl do reino. Com este ato covarde deixaria na pendura todas as dividas que contraíra com os aldeões.
Somente o Rei Reuven Coração de Galinha poderia constituir um Beit Din na sua volta de Jerusalém para poder cobrar estas dividas. Mas o tempo passava e necas do Rei voltar da Cidade Santa.
Agora os aldeões só poderiam contar com uma pessoa: o paladino da justiça... Robiiiiiiiiin Idish!
Robin Idish era um mestre no fund-raising, a arte de angariar dinheiro de quem tem de sobra para propiciar uma serie de Mitsvot a quem lhes falta de sobra.
As maiores delas eram arrumar Parnassá (emprego) e Shiduch (casamento) para quem não os tinha, o que ia de dar um curso de presente a um desempregado a confeccionar um vestido da hora para uma noiva. A Torá deposita na sociedade o privilégio destas obrigações sociais.
Quanto mais gente ajudamos, mais Hashem nos ajuda. E esta ajuda vem no momento exato, quando menos imaginamos.
Entretanto, a única pessoa de quem Robin Idish jamais faturara um mango, era do Sherife de Nothinguelt, que cada vez que aparecia alguém pedindo-lhe um dinheirinho de Tsedaca, ele lhes dizia: "- Nothing Guelt!" (Nada dinheiro!).
O Sherife era Polish, por isto seu Inglês saía assim.
Mas Robin Idish jamais desistiria. Além de fazer justiça, arrecadando do Sherife o dinheiro que ele desviou das obras sociais, Robin ainda tinha esperanças que o Rei Reuven voltasse a tempo para o Prozbul.Por isto bolou um plano:
O Sherife ainda era solteiro, pois não queria que moça alguma se beneficiasse de sua fortuna. Apesar das insistentes insistências dos rabinos e casamenteiras do reino, Mr. Nothinguelt tratava a todos com desdém.
- Não vou cobrar nada para lhe fazer um Shiduch, Sr. Nothinguelt!! Por favor, dê-se uma chance de conhecer uma mina idish de boa família que quero lhe apresentar... quem sabe ela faz de ti um Tsadík, como ensinam nossos sábios "Quem casar com uma Tsadéket, será um Tsadík" - esgoelava-se Dona Yentel Efonica para tentar enfiar um pouco de sechel na cabeça desta desmiolado.
Dona Yentel Efonica fechava casórios por telefone, em geral acertando na mosca, por isto achava que seria bico desencalhar o Sherife de Nothinguelt.
- Não é a questão do dinheiro, é que ronco muito à noite e tenho medo que a mulher fique tão brava que saia correndo com todos os Pruzbul e desta maneira eu perco a única mumunha deste reino para poder ganhar um por fora.
Dona Yentel não encontrava uma maneira de consolar o Sherife de Nothinguelt, mas aí já estava uma boa pista para sua pão durice desmedida... talvez um amor frustrado o tenha tornado assim. Agora era mais do que nunca uma mitsvá encontrar-lhe um Shiduch apropriado, pois assim todos os arqueiros da floresta de Shverwood poderiam finalmente dedicar-se ao estudo da Torá como faziam antes.
Enquanto isto, em Jerusalém, o rei Reuven Coração de Galinha encontrava dificuldades para levantar uma granosa para sua Ieshivá real:
- Abram em nome do Rei da Inglaterra!- Não abrimos!!
- Abram! Vamos, abram!!!- Não abrimos e pronto!!!- Se vocês não abrirem, abro eu!- Não estamos nem aí... pode abrir!- Vou abrir, hein?
- Se você abrir, vai ter que fechar depois!!!
- Não me importo com isso... é um... é dois... é trêêêêêêêêêês.... Tchpát! Consegui!!!
Aos olhos atônitos dos habitantes da Velha Cidade, o Shamash do Rei Reuven conseguira abrir a tampa de um vidro enorme de pepino em conserva no alho e salsinha, que a anos desafiava mesmo os mais experimentados no assunto.
O rei Reuven não admitia comer coração de galinha sem um pepininho azedo acompanhando, por isto era urgente que o Shamash fizesse esta proeza em nome de seu Rei.
- Sua Majestade precisa levantar mil sacolas de ouro para Sua Ieshivá Real - proclamou o Shamash.
- O que ele vai fazer com tanto dinheiro? - perguntaram os Gabaim do famoso F.A R.O F. A (Fundo de Ajuda a Reis e Outros Famigerados Anônimos)
- A situação financeira da txurma em nosso reino anda molambenta por isto o rei deseja empregar o oitavo e mais elevado princípio de Maimônides: gerar empregos ou associar-se aos pobres, assim não se envergonharão pedindo esmolas.
- Que tipo de empregos o Rei quer gerar?
- Vamos montar uma franchise de verificação de Mezuzá e Tefilin. Vai se chamar VERI-FAST e proporcionará ao usuário serviços de verificação em rede, solidificando o cumprimento destas importantes mitsvót na nossa sociedade enquanto gera empregos.
- Seu Shamash... que palavrório bonito, sô, mas... o que é serviço em rede?
- É um sistema que importamos do Novo Mundo: uma cama de pano acoplada a dois galhos de árvore e que permite um desempenho sem igual das funções dormitivas por seu formato anatômico diferenciado.
- Puxa, estes aparelhos devem ser caros, não é?
- E como são! Bem, vamos cortar este papo porque o Rei precisa voltar a Londres. Fomos informados que o bando de Robin Idish deseja tomar a cidade.
- Mas... Robin Idish não é o mocinho da estória?
- Sim, mas como o Tropicasher agora é apresentado em site e pode ser visto por alguém da mídia a qualquer momento, já apresentamos a versão deles.
- Mas no final a verdade transparecerá e Robin Idish será apontado como o paladino da Justiça, não é verdade?
- Sim, mas só no final da estória.
Glossário de termos judaicos e paralelos:
Idish = Idioma judeo-europeu que mescla hebraico, dialetos regionais e alemão medieval. Sinônimo de Judeu ou Judaico
Ieshivá = Seminário rabinico e local onde se estuda Torá de maneira dirigida ou em grupo
Shamash = Assistente de rabino e/ou da Sinagoga
Gabai = Funcionário da Sinagoga ou da Comunidade responsável pela arrecadação e administração de Fundos
Guelt = Dinheiro em Idish
Beit Din = Tribunal rabínico composto de 3 juízes
Parnassá = Sustento
Shiduch = encontro entre moça e moço solteiro com finalidade matrimonial
Maguen David = Escudo de David, ou estrêla de seis pontas
Mezuzá = Pergaminho sagrado que os judeus colocamos no umbral das portas. A caixinha não chama Mezuzá, mas nartik.
Tefilin = Se você é judeu, tem mais de 13 anos e não sabe o que é, pergunte ao rabino na sua Sinagoga mais próxima.
Shverwood tinha este nome em honra ao shver (sogro) de Robin Idish, que tinha uma marcenaria.
O bando de Robin Idish espreitava por entre as folhagens do outono, para ver se passava mais uma tropa do ignóbil Sherife de Nothinguelt em busca de mais coitados para confiscar-lhes o seu último dinheiro.
A Inglaterra passava por uma período de absoluta escuridão, pois o Rei Reuven Coração de Galinha partira em uma Maguendavizada rumo a Jerusalém, em busca de divisas para a sua Yeshiva Real.
Tinha esta alcunha por causa de uma iguaria que gostava de apreciar nas noites de Rosh Hashaná. É tradição judaica comer em Rosh Hashaná pratos que tragam algum sinal positivo para o ano vindouro.
O Rei Reuven acreditava que um coração de galinha simbolizava menos ambição e mais bondade. Mas voltemos à Floresta de Shverwood.
Os aldeões estavam apreensivos, principalmente porque o ano era um ano Sabático em Israel, o que acarretava com que todas as dividas fossem automaticamente canceladas, a menos que se escrevesse um documento especial chamado Pruzbúl, que autorizava um Beit Din (Tribunal rabínico) a cobrar dividas.
Mas o Sherife de Nothinguelt era tão sórdido que confiscara todos os Pruzbúl do reino. Com este ato covarde deixaria na pendura todas as dividas que contraíra com os aldeões.
Somente o Rei Reuven Coração de Galinha poderia constituir um Beit Din na sua volta de Jerusalém para poder cobrar estas dividas. Mas o tempo passava e necas do Rei voltar da Cidade Santa.
Agora os aldeões só poderiam contar com uma pessoa: o paladino da justiça... Robiiiiiiiiin Idish!
Robin Idish era um mestre no fund-raising, a arte de angariar dinheiro de quem tem de sobra para propiciar uma serie de Mitsvot a quem lhes falta de sobra.
As maiores delas eram arrumar Parnassá (emprego) e Shiduch (casamento) para quem não os tinha, o que ia de dar um curso de presente a um desempregado a confeccionar um vestido da hora para uma noiva. A Torá deposita na sociedade o privilégio destas obrigações sociais.
Quanto mais gente ajudamos, mais Hashem nos ajuda. E esta ajuda vem no momento exato, quando menos imaginamos.
Entretanto, a única pessoa de quem Robin Idish jamais faturara um mango, era do Sherife de Nothinguelt, que cada vez que aparecia alguém pedindo-lhe um dinheirinho de Tsedaca, ele lhes dizia: "- Nothing Guelt!" (Nada dinheiro!).
O Sherife era Polish, por isto seu Inglês saía assim.
Mas Robin Idish jamais desistiria. Além de fazer justiça, arrecadando do Sherife o dinheiro que ele desviou das obras sociais, Robin ainda tinha esperanças que o Rei Reuven voltasse a tempo para o Prozbul.Por isto bolou um plano:
O Sherife ainda era solteiro, pois não queria que moça alguma se beneficiasse de sua fortuna. Apesar das insistentes insistências dos rabinos e casamenteiras do reino, Mr. Nothinguelt tratava a todos com desdém.
- Não vou cobrar nada para lhe fazer um Shiduch, Sr. Nothinguelt!! Por favor, dê-se uma chance de conhecer uma mina idish de boa família que quero lhe apresentar... quem sabe ela faz de ti um Tsadík, como ensinam nossos sábios "Quem casar com uma Tsadéket, será um Tsadík" - esgoelava-se Dona Yentel Efonica para tentar enfiar um pouco de sechel na cabeça desta desmiolado.
Dona Yentel Efonica fechava casórios por telefone, em geral acertando na mosca, por isto achava que seria bico desencalhar o Sherife de Nothinguelt.
- Não é a questão do dinheiro, é que ronco muito à noite e tenho medo que a mulher fique tão brava que saia correndo com todos os Pruzbul e desta maneira eu perco a única mumunha deste reino para poder ganhar um por fora.
Dona Yentel não encontrava uma maneira de consolar o Sherife de Nothinguelt, mas aí já estava uma boa pista para sua pão durice desmedida... talvez um amor frustrado o tenha tornado assim. Agora era mais do que nunca uma mitsvá encontrar-lhe um Shiduch apropriado, pois assim todos os arqueiros da floresta de Shverwood poderiam finalmente dedicar-se ao estudo da Torá como faziam antes.
Enquanto isto, em Jerusalém, o rei Reuven Coração de Galinha encontrava dificuldades para levantar uma granosa para sua Ieshivá real:
- Abram em nome do Rei da Inglaterra!- Não abrimos!!
- Abram! Vamos, abram!!!- Não abrimos e pronto!!!- Se vocês não abrirem, abro eu!- Não estamos nem aí... pode abrir!- Vou abrir, hein?
- Se você abrir, vai ter que fechar depois!!!
- Não me importo com isso... é um... é dois... é trêêêêêêêêêês.... Tchpát! Consegui!!!
Aos olhos atônitos dos habitantes da Velha Cidade, o Shamash do Rei Reuven conseguira abrir a tampa de um vidro enorme de pepino em conserva no alho e salsinha, que a anos desafiava mesmo os mais experimentados no assunto.
O rei Reuven não admitia comer coração de galinha sem um pepininho azedo acompanhando, por isto era urgente que o Shamash fizesse esta proeza em nome de seu Rei.
- Sua Majestade precisa levantar mil sacolas de ouro para Sua Ieshivá Real - proclamou o Shamash.
- O que ele vai fazer com tanto dinheiro? - perguntaram os Gabaim do famoso F.A R.O F. A (Fundo de Ajuda a Reis e Outros Famigerados Anônimos)
- A situação financeira da txurma em nosso reino anda molambenta por isto o rei deseja empregar o oitavo e mais elevado princípio de Maimônides: gerar empregos ou associar-se aos pobres, assim não se envergonharão pedindo esmolas.
- Que tipo de empregos o Rei quer gerar?
- Vamos montar uma franchise de verificação de Mezuzá e Tefilin. Vai se chamar VERI-FAST e proporcionará ao usuário serviços de verificação em rede, solidificando o cumprimento destas importantes mitsvót na nossa sociedade enquanto gera empregos.
- Seu Shamash... que palavrório bonito, sô, mas... o que é serviço em rede?
- É um sistema que importamos do Novo Mundo: uma cama de pano acoplada a dois galhos de árvore e que permite um desempenho sem igual das funções dormitivas por seu formato anatômico diferenciado.
- Puxa, estes aparelhos devem ser caros, não é?
- E como são! Bem, vamos cortar este papo porque o Rei precisa voltar a Londres. Fomos informados que o bando de Robin Idish deseja tomar a cidade.
- Mas... Robin Idish não é o mocinho da estória?
- Sim, mas como o Tropicasher agora é apresentado em site e pode ser visto por alguém da mídia a qualquer momento, já apresentamos a versão deles.
- Mas no final a verdade transparecerá e Robin Idish será apontado como o paladino da Justiça, não é verdade?
- Sim, mas só no final da estória.
Glossário de termos judaicos e paralelos:
Idish = Idioma judeo-europeu que mescla hebraico, dialetos regionais e alemão medieval. Sinônimo de Judeu ou Judaico
Ieshivá = Seminário rabinico e local onde se estuda Torá de maneira dirigida ou em grupo
Shamash = Assistente de rabino e/ou da Sinagoga
Gabai = Funcionário da Sinagoga ou da Comunidade responsável pela arrecadação e administração de Fundos
Guelt = Dinheiro em Idish
Beit Din = Tribunal rabínico composto de 3 juízes
Parnassá = Sustento
Shiduch = encontro entre moça e moço solteiro com finalidade matrimonial
Maguen David = Escudo de David, ou estrêla de seis pontas
Mezuzá = Pergaminho sagrado que os judeus colocamos no umbral das portas. A caixinha não chama Mezuzá, mas nartik.
Tefilin = Se você é judeu, tem mais de 13 anos e não sabe o que é, pergunte ao rabino na sua Sinagoga mais próxima.
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