O dia seguinte a Rosh Hashaná marca o Jejum de Guedaliá. O jejum começa ao alvorecer e termina ao cair da noite. Qual é o significado desse jejum, e por que ocorre durante os dias intermediários entre Rosh Hashaná e Yom Kipur?
A história de Guedaliá
Após a destruição do Primeiro Templo há 2.500 anos, a maioria do povo judeu foi exilada para a Babilônia. O conquistador, Nabucodonosor, terminou por facilitar algumas de suas restrições mais severas e permitiu que alguns judeus permanecessem na Terra de Israel. Ele chegou a designar um judeu justo, chamado Guedaliá, para administrar o território. Aos poucos, mais judeus que tinham escapado dos horrores da guerra para os países vizinhos começaram a voltar aos seus lares em Israel.
Guedaliá era realista sobre as limitações da soberania judaica. Ele compreendia que para sua auto-preservação, os judeus em Israel precisavam cooperar plenamente com a nação que tinha conquistado o seu país.
Porém esta política de subserviência era intolerável para alguns judeus. Um homem chamado Yishmael ben Netaniah, espicaçado pela inveja e influência estrangeira, promoveu um levante para ignorar o Rei da Babilônia. Em 3 de Tishrei, Yishmael traiçoeiramente assassinou Guedaliá, bem como muitos outros judeus e babilônicos.
Resposta em Yom Kipur
Após o assassinato de Guedaliá, os judeus temiam uma reação do Rei da Babilônia. Pensaram em fugir ao Egito para se salvarem. Porém como o Egito era uma sociedade moralmente corrupta, os judeus estavam num dilema – era a ameaça física contra o perigo espiritual. Portanto, eles se voltaram ao Profeta Yirmiyáhu, que estava recolhido em luto, para pedir conselhos.
Durante uma semana inteira, Yirmiyáhu implorou a D'us por uma resposta. Finalmente, em Yom Kipur, ele teve um retorno. Yirmiyáhu chamou os judeus e disse a eles para permanecerem em Israel, e tudo daria certo. D'us estava planejando fazer com que os babilônicos agissem misericordiosamente para com os judeus, e dentro em breve, todos os judeus exilados teriam permissão de voltar ao seu próprio solo. Mas, Yirmiyáhu lhes disse, se os judeus decidissem ir para o Egito, a espada da qual eles estavam correndo os mataria lá.
Infelizmente, as palavras do Profeta não causaram efeito, e o povo se recusou a acreditar. Todos os judeus em Israel fizeram as malas e desceram ao Egito. Chegaram a seqüestrar Yirmiyáhu e levá-lo com eles! Agora a destruição estava completa; a Terra de Israel ficou completamente estéril.
É fácil prever o que aconteceu em seguida. Alguns anos depois, a Babilônia conquistou o Egito e dezenas de milhares de exilados judeus foram completamente dizimados. O único sobrevivente desse massacre foi Yirmiyáhu; sua profecia tinha se provado tristemente verdadeira.
O evento inicial – o assassinato de Guedaliá – tem sido comparado à destruição do Templo Sagrado, porque custou vidas judaicas e foi o fim da colonização judaica em Israel durante muitos anos. Os Profetas, portanto, declararam que o aniversário dessa tragédia deveria ser um dia de jejum. É o terceiro dia de Tishrei, imediatamente depois de Rosh Hashaná.
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