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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Meór HaShabat Semana - SUCÓT!

         

Sucá Tropicasher na Varanda

        Esta semana começa a festividade de Sucot! Esta festividade muito especial começa na 4a-feira à noite, 16 de outubro, e termina na 4ª seguinte, 23 de outubro. Imediatamente depois vem a festividade de Shemini Atseret/Simhat Torá – que começa na 4a-feira à noite e, quando fora de Israel, é celebrada por 2 dias (quinta e sexta-feira).

Este ano, os 2 primeiros dias de Sucot e os 2 dias de Shemini Atseret / Simhat Torá são imediatamente seguidos pelo Shabat, que por si só é um momento especial. Portanto, esses 10 dias são uma oportunidade incrivelmente única de ir de celebração em celebração em celebração. Dado o estado do mundo, não poderia vir em melhor hora – pois todos poderíamos desfrutar uma breve pausa de eventos mundiais perigosos e padrões climáticos malucos.

O nome desta festividade é derivado do mandamento da Torá de vivermos esta semana em uma "sucá" - uma cabana temporária ao ar livre - que simboliza que o Todo-Poderoso abrigou o povo judeu quando eles deixaram o Egito (Levítico 23:43):

"Para que suas futuras gerações saibam que Eu abriguei o Povo de Israel quando os tirei do Egito"

A palavra sucá vem do telhado temporário que fazemos para cobrir essas cabanas - chamado schach - que significa ‘abrigar’. Devemos viver os 7 dias de Sucot na sucá: comer lá nossas refeições, dormir e passar o máximo de tempo possível nela.

Sucot é celebrada como o festival da colheita, um momento em que damos ‘um passo atrás’ e apreciamos tudo o que conquistamos por meio de nosso trabalho duro. Porém, também é um momento para reconhecer todo o bem que o Todo-Poderoso nos concedeu.

Não é coincidência que os agricultores estejam entre as pessoas mais religiosas, confiando plenamente na benevolência do Todo-Poderoso. Eles pegam uma semente perfeitamente boa — geralmente comestível — e a enterram no solo sem saber se haverá chuva, seca, inundações ou pestilências. Trabalham arduamente sem saber o resultado. Eles confiam no Todo-Poderoso para sua comida e sua própria existência.

A mitsvá de habitar na sucá nos ensina que nossas vidas estão totalmente interligadas com D’us. Muitas vezes perdemos de vista esse elemento-chave de nossa existência. Temos a tendência de pensar que nossas posses, nosso dinheiro, nossas casas, nossa inteligência, etc. nos protegerão. Mas durante a festividade de Sucot ficamos expostos aos elementos em uma cabana temporária. Viver em uma sucá coloca a vida em sua devida perspectiva. E nossos corpos físicos são ainda mais transitórios do que nossas posses.

A vida é vulnerável. A história comprovou como nossos lares e comunidades são passageiros. Não importa o quão bem estabelecidos, afluentes e ‘seguros’ nos tornamos em um país anfitrião, no final ele também tem sido uma moradia temporária. Nossa confiança deve estar no Todo-Poderoso que nos abrigou quando Ele nos tirou do Egito e continua a fazê-lo todos os dias de nossas vidas.

Além da mitsvá de comer e dormir em uma sucá, temos outra mitsvá única na festividade de Sucot. A Torá nos informa (Levítico 23:40) de um mandamento especial para Sucot: segurar os Arba Minim - as Quatro Espécies: 1) etrog – fruta cítrica, 2) lulav - ramo de uma tamareira, 3) hadassim - ramos de mirta e 4) aravot - ramos de salgueiro.

Sendo um festival de colheita, é natural colhermos produtos diferentes que crescem e os incorporemos em nossos serviços de oração para esta festividade. No trecho das orações conhecido como Halel, seguramos essas 4 espécies em nossas mãos e as movemos nas quatro direções da bússola, bem como para cima e para baixo. Estes movimentos são simbólicos de várias coisas, incluindo um lembrete de que a presença do Todo-Poderoso está em todos os lugares.

Lembro-me de uma história engraçada que também é bastante atual. Qualquer um que já tenha comprado um conjunto de Arba Minim sabe que podem variar de preços razoáveis ($ 25 a $ 30) a absurdamente caros (às vezes na casa dos milhares de dólares). O principal motivador da diferença é, em geral, a raridade da fruta cítrica.

O etrog é uma das variedades originais de frutas cítricas. Em contraste, o limão comum é uma fruta híbrida. Os limões foram ‘produzidos’ para ser uma fruta cítrica com casca lisa e fina, abundância de polpa interna e um sabor azedo. O etrog tem uma casca grossa e irregular, suscetível a todos os tipos de manchas e com muito menos polpa interna, e também um sabor mais suave do que os limões. Por esse motivo, muitas das variedades originais de etrog foram enxertadas para produzir uma fruta superior.

Como a Torá determina que um etrog seja usada para a mitsvá das Quatro Espécies, é necessário conseguir um etrog sem enxerto. Portanto, a procedência do etrog deve ser cuidadosamente documentada. Além disso, a Torá estipula que o etrog deve ser bonito — livre de manchas, de um formato e cor específicos, etc. Todos esses detalhes podem elevar o preço do conjunto das Quatro Espécies às alturas.

Um amigo meu que se orgulhava de conseguir barganhas decidiu esperar até o último dia antes da festividade para adquirir seu conjunto de Arba Minim. 

Nos minutos finais do dia, ele foi até uma loja para negociar a compra. Vendo que havia muitos, muitos etroguim diferentes ainda disponíveis, ele calculou que o dono da loja lhe daria uma pechincha absoluta para não ficar ‘encalhado’ com eles quando a festividade começasse e se tornassem "invendáveis".

Ele foi até a mesa com os etroguim mais caros, onde os preços começavam em $ 100 cada. Pegou o mais bonito e disse ao dono da loja que estava disposto a pagar $ 20 por ele. O dono da loja não aceitou e disse que o máximo que estava disposto a fazer eram $ 80. Meu amigo discutiu por 15 minutos, alegando que a festividade começaria em algumas horas e naquele momento eles não valeriam mais nada. Porém, o dono da loja se manteve firme. Meu amigo foi forçado a pagar $ 80, mas ficou um pouco consolado pelo fato de ter conseguido 20% de desconto no preço. Ele pegou as outras Espécies e dirigiu-se à porta.

Quando estava saindo, uma idosa chinesa entrou na loja e gesticulou para as mesas de fruta cítricas. "Quanto custam os limões?", ela perguntou ao lojista. Ele olhou para ela e, sem piscar, disse: "São 2 por 1 dólar".

Há uma lição enorme aqui. Quase todas as "coisas" na vida não têm um valor inato - o valor real é apenas o que atribuímos a elas. Todo o dinheiro, ouro e joias preciosas do mundo são absolutamente sem valor em uma ilha deserta distante com apenas um habitante e nenhuma troca comercial. As únicas "coisas" de verdadeiro valor são coisas que não podem ser compradas - coisas como tempo, saúde e relacionamentos.

Devemos reconhecer que a riqueza é apenas uma ferramenta que devemos utilizar para melhorar certos aspectos de nossas vidas. A riqueza é apenas um meio para um fim, não um fim em si mesma. Somente as pessoas mais tolas desperdiçariam as preciosas mercadorias do tempo e relacionamentos reais para adquirir e coletar vastas somas de riqueza que nunca serão capazes de gastar.

Esta é a mensagem da festividade de Sucot. Ela acontece durante a época de colheita de todos os nossos produtos agrícolas — uma espécie de ‘dia de pagamento’. No entanto, somos ordenados a nos mudar para uma habitação temporária — uma que representa a natureza temporária e transitória de nossas vidas e do nosso mundo. De acordo com nossos Sábios, a sucá representa o abraço protetor do Todo-Poderoso. Fomos criados para reconhecer que o verdadeiro propósito de nossas vidas é nos conectarmos com o Todo-Poderoso e vivermos de acordo com o Seu sistema de valores eternos.

Quando o ‘termômetro’ para a felicidade em nossas vidas não é medido em termos de aquisição de riqueza, mas sim pela aquisição e manutenção de um relacionamento com o Todo-Poderoso, com nossos entes queridos e vivendo vidas verdadeiras de Torá — podemos então começar a apreciar e reconhecer tudo o que ‘temos’ - não o que ‘não temos’.

Aí temos a oportunidade de nos concentrar em todas as bênçãos em nossas vidas. Todos deveríamos tentar internalizar o quão afortunados somos por viver em uma época que nossos ancestrais nem sequer conseguiam imaginar. A paz e a tranquilidade geral que vivenciamos na maior parte de nossas vidas, sem mencionar os confortos que tomamos como garantidos, excedem em muito qualquer coisa que as gerações anteriores possam ter imaginado ser possível.

É por essa razão que lemos o livro de Kohelet (Eclesiastes) no Shabat de Sucot. Um tema importante de Kohelet é a futilidade das atividades e prazeres mundanos e a busca por um significado mais profundo para a vida. Kohelet nos tira de nossa zona de conforto com o lembrete de que as realizações mundanas são passageiras e vazias. Mesmo no final da colheita, devemos buscar conquistas e realizações reais.

Talvez não haja maior lembrete da imprevisibilidade da vida do que o que aconteceu em Simhat Torá do ano passado – os horrores de 7 de outubro. Como Simhat Torá ocorrerá na próxima semana, imediatamente após a festividade de Sucot, sinto que é impróprio deixar o primeiro aniversário passar sem mencioná-lo. Já escrevi sobre esse dia trágico — e que lições devemos aprender dele — algumas vezes antes, então não vou insistir nesses pontos novamente aqui.

Mas DEVEMOS fazer questão de internalizar os eventos daquele dia horrível e o que ele ensina sobre a natureza do nosso mundo. Como lemos no livro de Kohelet — a vida em si é perigosa e frágil. Portanto, é duplamente importante apreciar o que temos quando o temos — e sermos gratos ao Todo-Poderoso por todas as bênçãos em nossas vidas!


Horário de Acender as Velas de Sucot (dia 16):

S. Paulo: 17:51 h Rio de Janeiro 17:37 Recife 16:53 Porto Alegre 18:25 Salvador 17:11 Curitiba 18:04

B. Horizonte 17:38 Belém 17:43 Brasília 17:51 Jerusalém 17:25 Tel Aviv 17:46 Miami 18:31 Nova York 17:53

Horário de Acender as Velas de Sucot (dia 17): (após o horário abaixo)

As velas de 5ª feira à noite devem ser acesas a partir de uma chama que já estava acesa desde antes do pôr-do-sol de 4ª feira, dia 16.

S. Paulo: 18:52 h Rio de Janeiro 18:38 Recife 17:53 Porto Alegre 19:26 Salvador 18:11 Curitiba 19:04

B. Horizonte 18:38 Belém 18:43 Brasília 18:51 Miami 19:30 Nova York 18:51

Horário de Acender Velas de SHABAT: (18 de outubro)

S. Paulo: 17:52 h Rio de Janeiro 17:38 Recife 16:53 Porto Alegre 18:17 Salvador 17:11 Curitiba 18:05

B. Horizonte 17:39 Belém 17:43 Brasília 17:51 Jerusalém 17:23 Tel Aviv 17:44 Miami 18:29 N. York 17:50


Contate-me via Internet: meor018@gmail.com

Sugestão: mostre este fax a seus familiares! Este fax é dedicado à memória de meu pai Zeêv ben Ytschak Yaacov Z”L e meu sogro Haim Shaul ben Sara Z”L


ESTA EDIÇÃO É DEDICADO À PRONTA RECUPERAÇÃO DE:

Avraham ben Guila - Avraham ben Guila – Avraham ben Ester Miriam - Beni ben Shoshana Reizel - David ben Sara - Eliau Haim ben Shefica Sofia – Gilbert Shmuel ben Mazal – Michael Shmuel bem Regina Malka - Mordehai ben Sara – Moshe Eliezer ben Devora Hana – Moshe Eliahu bem Celia Haia Tzila - Pessach ben Sima – Rabino Avraham Haim ben Rechel – Rabino Meir Avraham ben Malca – Rabino Shimon ben Haia Sara - Rabino Ytschak Rafael ben Lea – Rabino Ytschak David ben Haia Rivka Rachel Tzivia - Rabino Shlomo ben Hodie Hadassa - Rabino Tzvi Shmuel ben Ester Lea – Rebe Moshe bem Raizel

Fani bat Sara – Senhora Creindel bat Hana - Sara bat Sheindel - Sara bat Toibe – e aos feridos em Israel

E à MEMÓRIA DE: RABINO DAVID BEN MOSHE FEINSTEIN Z”TL, Moshe ben Yehuda Munis, Ytschak ben Rachel, Yaacov ben Miriam,Yosef ben Perel, RABINO KALMAN MOSHE BEN REUVEN AVIGDOR, RABINO ISRAEL YEHEZKEL BEN YOEL HALEVI Z”TL, ISO ARKADER BEN HAVA LEA, RABINO EZRIEL BEN AHARON, RABINO ISRAEL AVRAHAM BEN SHEINA RACHEL (SKULANER REBE), EFRAIM FISHEL BEN ESTER, RABINO REUVEN SHALOM BEN SOL SHULAMIT , RABINO MOSHE BEN RIVKA REIZEL , RABINO AHARON YEHUDA LEIB BEN GUITEL FAIGA, SHAUL BEN MEIR AVRAHAM, YERACHMIEL SHMUEL BEN ESTER, NAHUM BEN LEA, RABINO SHLOMO BEN ZLATE ESTER, MOSHE YSSER BEN SHIMON BETSALEL HACOHEN, ESTER BAT HANA, REIZEL BAT AVRAHAM, YEHIEL MENDEL BEN DAVID, YAACOV BEN MOSHE, AZRIEL BEN AVRAHAM, SHMUEL DANIEL BEN ZISSEL, HIZKIAHU ELIEZER BEN LEA, YAFA BAT SALHA, MORDECHAI ISAAC BEN DINA, AVRAHAM BEN MEIR, ITA BAT AVRAHAM, SHIRLEY BAT AVRAHAM, HAYA BAT YEHUDA BARUCH, AHARON BEN YEHUDA BARUCH, HaAri HaKadosh, HAIA MUSHCA BAT MARGALIT SIMA RACHEL, HAIA RIVKA RACHEL TZIVIA BAT TAMAR, MIRIAM BLIMA BAT HAIM LEIB, TAUBE YONA BAT ESTHER, HANA BAT MOSHE, MOSHE BEM REUVEN, ARIE LEIB BEN YTSCHAK,TSEMACH DAVID BEN HAIM LEIB, EZRA BEN ESTER, YTSCHAK ARIE BEN YOSSEF TZVI HALEVI, YAKOV BEN SHEPSEL, FARAJ BEN THERE, AVRAHAM SHLOMO BEN CHASSIA SHENDEL PEREL, YAACOV NAFTALI BEM RACHEL DEVORE, GUILAD MICHAEL BEN BAT-GALIM, EYAL BEN IRIS TESHURA, JOSÉ SALEM BEN BOLISSA, KALMAN BAR YAACOV LEIB, ARIEL BEN YAACOV, LEAO ARIE BEN SONIA SHENQUE, NUCHEM BEN FRAIN, SHAUL BEN YOSHUA, SHLOMO BEN FRIDA, SHLOMO NAHUM BEN SHALOM, YAACOV BEN MENAHEM, YOSSEF HAIM BEN AVRAHAM, YEHOSHUA BEN AHARON YAACOV, NACHMAN MOTEL BEN DANIEL, LEIB BEN TSUR, MOTEL BEN MOSHE, HERSHEL BEN MANES, NATAN BEN AHARON WOLF HACOHEN, MENAHEM BEN YEHUDA BARUCH, ALTER YOSSEF BEN SHMUEL, EFRAIM FISHEL BEN MOSHE, EZRA BEN CLARA, RABINO NOAH ISRAEL BEN HARAV YTSCHAK MATISYAHU, YEHUDA ROZANCZYK BEN MOSHE, YOSSEF HAIM BEM AVRAHAM

RUTH BAT ROSA, ESTHER LEA BAT YOSSEF MOISHE, ESTER MALCA BAT HASSIA SHEINE PERL, ESTER SANDRA BAT AVRAHAM, FAIGA BAT MORDEHAI HALEVI, MINDL BAT YOSSEF ,DINA LIBE BAT ETEL AZRAK, RUTH BAT SARA BRAHA, CHAIA RUCHEL BAT SINE, HAVA BAT AVRAHAM YAACOV, BASIA RACHEL BAT MAYER, RACHEL BAT HANNA, RACHEL BAT AVRAHAM SHMUEL, CARMELA BAT SHMUEL, RIVKA BAT DOV, SARA MALKA BAT ISRAEL, YEHOSHUA BEN ISRAEL YTSCHAK, ELLIE ZALMAN BEN AVRAHAM DAVID, R’ ARYE KUPINSKY H”YD, R’ AVRAHAM SHMUEL GOLDBERG H”YD, R’ KALMAN LEVINE H”YD E R’ MOSHE TWERSKY H”YD, RABINO ELIMELECH BEN BLUMA ROIZE

E À YESHUÁ DE: Mordehai ben Sara, Yehoshua Michael ben Sara, Eliezer ben Hana, Shimon ben Rivka, Menahem Mendel ben Miriam e Elisheva bat Shmuela, Haim Yehoshua ben Hana Shaindel e Lea Kreindel bat Hantse Yahat

E À LIBERTAÇÃO DE: Ron ben Batia Arad, Yonatan ben Malca, Guy ben Rina, Zacharia Shlomo ben Miriam, Yehuda Nachman ben Sara, Tzvi ben Penina, Yaacov ben Sara, Ilya ben Sara, Yehoshua Michael ben Avraham, Meir ben Sara, Na

Mitsvá assistir este breve vídeo hoje, 7 de Outubro, semana do Yom Kipur!

Shabat e Yom Kipur na Alemanha.

Muito especial!!


 

Assuntos Principais da Parashá Nitsavim - última do Ano Judaico - Beit Hassofer



 

Firmamento do Pacto (29:9-14).

 

            Moshé reúne todos os filhos de Israel antes da sua morte – os chefes das tribos e as pessoas simples do povo, idosos, mulheres e crianças, para firmar um pacto entre eles e o Todo-Poderoso. O pacto também inclui todas as gerações seguintes do povo judeu.

 

Objetivo do pacto (29:9-14).

 

            Moshé explica, como já havia alertado no passado, que a influência dos povos à sua volta poderia influenciá-los de modo negativo, incitando-os á idolatria e levando-os a adotar os modais sinuosos dos goim. O pacto tinha como objetivo fortalecer a conexão especial dentre o povo judeu e Hashem, fixando limites e obrigações mútuas. E se, D-us não o permita, alguém cogitar abandonar o caminho de Hashem, não será perdoado por isso e pagará o preço de ruptura do pacto. Os povos da terra saberão também que os infortúnios do povo judeu lhe seriam merecidos por se afastarem do pacto com D-us.

 

Bom final (30:1-10)

 

            Apesar dos castigos e do exílio decorrentes da ruptura do pacto, talvez por estes mesmos pecados o povo de Israel se lembre do Altíssimo e isto faça reforçar seu amor e sua fé Nele com plena Teshuvá. Então D-us os anistiará, os reunirá de todos os seus exílios e os fará retornar a Eretz Israel. O pacto e o amor entre D-us o povo judeu se fortalecerá. Todas as maldições e calamidades cairão sobre as cabeças dos inimigos de Israel.

 

“Não está nos Céus” (30:11-14)

 

            As mitsvót de Hashem, diz Moshé para encorajar o povo, não estão dentro do impossível. Pelo contrário, a Torá e suas mitsvót estão cerca do homem e está dentro da sua capacidade cumpri-las como exigido – em pensamento, fala e ação.

 

Livre arbítrio (30:15-20)

 

            Apesar de seus imperativos claros, a Torá e seus mandamentos foram dados ao judeu em regime de livre escolha. Dois caminhos se postam diante do homem – o caminho da Torá, que constitui o caminho do bem e da vida, em contraste com o caminho do pecado, que atrai o mal e a morte. Está nas forças do homem – e para isto ele recebe ajuda Divina, optar pelo caminho do bem. Se assim fizer, receberá todas as bênçãos de D-us.

(está parashá tem 40 versículos)

 VAIELECH

  

Despedida e transmissão de autoridade (31:1-8)

 

            No dia de sua morte, Moshé disse aos filhos de Israel: alcancei a idade de 120 anos de idade e chegou a minha hora de partir deste mundo. Não serei eu quem os acompanhará na travessia do Jordão rumo a Eretz Israel.

 

            Contudo, vocês precisam se fortalecer e se animar, pois D-us está com vocês, e ele os conduzirá à Terra Prometida. Moshé chama a Iehoshua, seu discípulo e seguidor, para fortalecê-lo rumo á sua responsável missão, prometendo-lhe que D-us estará consigo.

  

Congregação do povo (31:9-13)

 

            Moshé escreve toda a Torá e a entrega aos Cohanim da tribo de Levi e aos anciãos do povo. Ordena-lhe que congreguem o povo uma vez a cada sete anos, na festa de Sucot, um ano após o ano Sabático (Shemitá). Nesta ocasião, quando o povo congregar-se em Jerusalém no Beit Hamikdash, o rei deverá ler da própria Torá aos ouvidos dos filhos de Israel. O objetivo desta leitura é fortalecer o espírito do povo, a fé em Hashem e o apego à Torá e às mitsvót.

   

Moshé e Iehoshua diante de Hashem (31:14-30)

 

            O Altíssimo ordena a Moshé que chame Iehoshua, para que se poste junto a ele diante de Si, antes de sua morte.

            Hashem se dirige primeiramente a Moshé e diz que nas próximas gerações o povo se desviará do caminho da Torá. A fim de fortalecer mais ainda o pacto que Moshé firmou com o povo, era preciso escrever, como ordenou Hashem, uma “Shirá” (cântico). Este cântico é chamado de “Shirat Haazinu“ – que figura na próxima parashá – para que o povo a memorize, e todas as vezes que se desviarem do caminho, a Shirá lhes servirá de lembrete sobre seu compromisso com o Altíssimo e com os caminhos da Sua Torá.

            Hashem se dirige a Iehoshua e lhe ordena fortalecer-se na sua função de líder.

            Moshé cumpre as palavras de Hashem, escreve a Shirá e congrega todos os filhos de Israel para lhes ensinar a Shirat “Haazinu”.

            Moshé entrega o Sefer Torá escrito por ele Levitas, para que o coloquem na Arca da Aliança com o Todo-Poderoso.

  

(Esta parashá tem 30 versículos. Junto com Nitsavim, somam 70 versiculos)

 

              

 

 

 


9 de Av - O Dia Mais Triste do Calendário - Edição Dupla -------> Shabat Shalom: DEVARIM (10 de agosto)

 Meór HaShabat Semanal B’SD

Perspectivas para a Vida, Ideias para o Crescimento Pessoal 6 – Av - 5784

10 – agosto – 24

SHALOM

Estamos todos preocupados com a situação em Israel e pensando em como podemos ajudar. Nas orações de Yom Kipur aprendemos que “Três coisas removem um mau decreto: 

Teshuvá (corrigir nossos atos), Tefilá (orações) 

e Tsedaká (fazer o Bem)”. 

  • A melhor maneira de ajudar a situação em Israel é fazermos mais Mitsvót, e em especial, o estudo da Torá. Orar e ler os Salmos ajuda tremendamente.
  • Qualquer um dos Salmos será de enorme ajuda, porém os Salmos 20, 83, 121,130 e 142 são os mais apropriados 
  • Existem Salmos também em português (disponíveis na Livraria Sefer – tel: 011-3826-1366). Recite-os na língua que se sentir mais confortável. 
  • Através dos Salmos, pedimos ao Criador para ter misericórdia de Israel, de nossas famílias, de todo o Povo Judeu e da Terra de Israel.

Qual o dia mais triste da vida de uma pessoa? Provavelmente é o dia do falecimento de um parente mais próximo (pai, mãe, irmão, irmã, filho, filha ou cônjuge). E se a pessoa não sente nenhuma tristeza pelo falecimento de seu parente próximo? Então certamente deveria se sentir triste por sua falta de apreço e por sua incapacidade de sentir a emoção apropriada.

Dia 12 de agosto, segunda-feira, iniciando-se ao pôr do sol, até o anoitecer de 3ª feira, é Tishá BeÁv, o 9o. dia do mês Judaico de Av (Em S. Paulo, o jejum se inicia às 17:49 hs de 2ª feira e se encerra às 18:19 hs de 3ª feira). É o dia mais triste do calendário Judaico. O que a pessoa deve fazer se não tem nenhum sentimento em especial por Tishá BeÁv? Se for Judia e se se identifica com o Judaísmo, então lhe cabe descobrir o porquê de nós, como um Povo, estarmos de luto neste dia. O que perdemos nesta data? O que ela significa para nós? O que devemos fazer para recuperar o que perdemos? No mínimo deveríamos sentir muito pelo fato de não sentirmos nenhum pesar nesta data.


Em 1967, pára-quedistas israelenses capturaram a Cidade Velha de Jerusalém e abriram caminho até o Muro das Lamentações.

 Muitos dos soldados religiosos estavam tomados de emoção e encostaram-se no Muro, orando e chorando. Um pouco afastado do Muro estava um soldado não-religioso que também estava chorando. Seus colegas perguntaram: “Por que você está chorando? O que o Muro representa para você?” O soldado respondeu: “Estou chorando por não saber por que deveria estar chorando!”

O dia de Tishá BeÁv é observado para lamentarmos a perda dos Templos Sagrados de Jerusalém. Qual foi a grande perda resultante da destruição dos Templos? Foi a perda do sentimento da presença Divina entre nós. 


O Templo era um local de orações, espiritualidade, santidade e milagres a céu aberto. Era a parte mais importante do Povo Judeu, o ponto focal da identidade Judaica. Três vezes ao ano (Pessach, Shavuót e Sucót) todo Judeu ascendia ao Templo. Sua presença permeava todos os aspectos da vida Judaica: o planejamento do ano, o lado para onde a pessoa se voltava para rezar, onde recorria por justiça ou para estudar Torá, onde trazia certos dízimos, etc.

Neste mesmo dia, através da História, muitas tragédias aconteceram com o Povo Judeu, incluindo:

1. O incidente com os espiões difamando a Terra de Israel, com o conseqüente decreto para vagarem pelo deserto por 40 anos.




2. A destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém, por Nevuchadnétzar, Rei da Babilônia.

3. A destruição do Segundo Templo, em Jerusalém, pelos romanos, no ano 70 E.C.

4. A queda da cidade de Betar e o fim da revolta de Bar Kochvá contra os romanos, 62 anos depois, no ano 132 E. C.

5. Os Judeus da Inglaterra são expulsos em 1290.

6. Iniciam-se as Primeiras Cruzadas. Dezenas de milhares de Judeus são mortos e muitas comunidades completamente destruídas.

7. Os Judeus da Espanha são expulsos em 1492, dando início à Inquisição Espanhola.

8. A Primeira Guerra Mundial irrompeu em Tishá BeÁv de 1914, quando a Rússia declarou guerra contra a Alemanha. O ressentimento alemão após ter sido derrotado criou o palco para o Holocausto.

9. Começou a deportação dos Judeus do Gueto de Varsóvia.

Tishá BeÁv é um dia de jejum (com a mesma duração que Yom Kipur: do anoitecer de um dia até o anoitecer do dia seguinte) que culmina e encerra as Três Semanas de luto do Povo Judeu. Neste dia somos proibidos de comer e beber, banhar-nos, usar cremes, loções ou óleos, calçar sapatos de couro ou manter relações conjugais. A idéia é minimizar o prazer e fazer o corpo sentir o desconforto que a alma deveria sentir em relação a tragédias como estas. Como em todos os dias de jejum, o objetivo deste dia é a introspecção, fazendo um balanço espiritual e corrigindo nossos caminhos -- o que em Hebraico é chamado Teshuvá, o retorno para o caminho do bem e da honra. Os Tefilin são colocados somente na parte da tarde, após as 13:00 hs.

Teshuvá é um processo de quatro etapas:

1) Precisamos nos conscientizar das coisas erradas que fizemos e nos arrepender de tê-las feito. 

2) Precisamos parar de fazer estas transgressões e corrigir quaisquer danos que possamos ter causado. 

3) Devemos aceitar sobre nós não repetir o erro novamente. 

4) Precisamos, verbalmente, pedir ao Todo-Poderoso que nos desculpe.

Na noite de Tishá BeÁv, lemos na sinagoga a Meguilá Eichá (pronuncia-se Eirrá), o livro das Lamentações, escrito pelo profeta Yirmiáhu (Jeremias). Também recitamos as Kinót, poemas especiais recontando as tragédias que aconteceram com o Povo Judeu durante toda a História. Com o ambiente à meia luz, sentamo-nos em almofadas ou pequenas banquetas em sinal de luto.

O estudo da Torá é o coração, a alma e o sangue do Povo Judeu. É o segredo de nossa sobrevivência. Estudar

leva ao entendimento e o entendimento leva à ação. Uma pessoa não consegue amar aquilo que não entende. Estudar Torá nos dá uma grande satisfação ao nos proporcionar a oportunidade de entendermos nossas vidas. Em Tishá BeÁv somos proibidos de estudar Torá, com exceção daquelas partes que tratam sobre as calamidades que o Povo Judeu tem sofrido. Precisamos parar, refletir, mudar a nós mesmos e, somente assim, estaremos aptos a fazer deste um mundo melhor.

Durante toda nossa História passamos por Holocaustos, Pogroms, Cruzadas e outros massacres. Isto por si só já nos faria despertar a seguinte pergunta: “Por que nossos ancestrais tão persistentemente insistiram em se manter Judeus quando, com poucas palavras, poderiam ter se convertido – exceto durante o Holocausto – e salvado suas vidas e a de seus familiares? O que eles sabiam que não sabemos? O que precisamos então saber?” Para aprender mais, clique em www.aish.com/holidays (em inglês) ou aishlatino.com/festividades-judias/tisha-beav/ (em espanhol).

Repetindo a história que compartilhei com vocês há algumas semanas atrás, o imperador francês Napoleão Bonaparte estava andando pelas ruas de Paris e ouviu lamentos e gritos vindos de uma sinagoga. Querendo saber o motivo, vieram lhe informar que aquele era o dia de Tishá BeÁv e que os Judeus estavam chorando pela destruição de seu Templo em Jerusalém. “Como eu não ouvi sobre isto? Quando aconteceu?”, perguntou Napoleão. Quando descobriu que o fato ocorrera há quase 2.000 anos, Napoleão permaneceu em silencio e então falou: “Uma nação que recorda seu Templo destruído e lamenta tão profundamente e por tanto tempo sua perda, certamente terá o mérito de tê-lo reconstruído novamente!” Que todos nós possamos ter o mérito de que o Grande Templo seja reconstruído rapidamente em nossos dias!

Junte-se a mais de 50.000 pessoas no Evento Mundial de Tishá BeÁv, inspirando-se e unindo-se ao Povo de Israel. Assista a esta apresentação em vídeo de grandes palestrantes internacionais que também será exibido em centenas de outras comunidades pelo mundo afora. Emocionante e impressionante! Veja o treiler em: www.tishabav.global/

Segunda feira à noite, 12 de agosto, no site www.tishabav.global/

Precisamos nos treinar na virtude do perdão e da humildade, de forma a evitarmos a raiva e trazermos bênçãos de paz, sucesso material e espiritual sobre nós, nossas famílias e nossas comunidades, Amén.

Horário de Acender Velas SHABAT (9 de agosto):

S. Paulo: 17:27 h Rio de Janeiro 17:14 Recife 16:59 Porto Alegre 17:37 Salvador 17:08 Curitiba 17:35 B. Horizonte 17:21 Belém 18:01 Brasília 17:42 Jerusalém 18:48 Tel Aviv 19:10 Miami 19:40 Nova York 19:41


Pensamento da Semana:

“Tenha misericórdia, D'us Todo-Poderoso, de Israel, 

Seu Povo e de Jerusalém, Sua cidade”


James Bond às Avessas - o Episódio dos Espiões de Moisés (Parashat Hameraglim)

O episódio dos espiões, conhecido como "Parashat Hameraglim" ou "Episódio dos Espiões de Moisés", é uma história crucial na Torá, encontrada no Livro de Números (Bamidbar), cap. 13 e 14. 

Este episódio descreve a missão de doze espiões enviados por Moisés para explorar a terra de Canaã, a Terra Prometida, antes que os israelitas entrassem nela.

 


Contexto:

Após a saída do Egito e durante a jornada pelo deserto, os israelitas estavam se preparando para entrar na Terra Prometida. Por ordem de Deus, Moisés selecionou um líder de cada tribo para espiar a terra e trazer um relatório detalhado sobre suas condições.

A Missão:

Os doze espiões foram enviados para investigar a terra de Canaã. Eles deveriam avaliar a terra, suas cidades, sua fortificação, a fertilidade do solo e os povos que nela habitavam.

O Relatório:

Depois de 40 dias, os espiões retornaram com dois tipos de relatórios:

  1. Relatório Majoritário: Dez dos espiões descreveram a terra como fértil, "mana leite e mel", mas enfatizaram os obstáculos, incluindo as cidades fortificadas e os povos poderosos, como os descendentes de Anaque, que eram considerados gigantes. Este relatório desencorajou o povo, que começou a duvidar da capacidade de conquistar a terra.

  2. Relatório Minoritário: Josué (Yehoshua) e Calebe (Calev) encorajaram o povo, afirmando que, com a ajuda de Deus, seria possível conquistar a terra, independentemente dos desafios.

Consequências:

A resposta do povo ao relatório majoritário foi de medo e desespero. Eles começaram a murmurar contra Moisés e Arão, expressando o desejo de retornar ao Egito. Esta falta de fé e confiança em Deus resultou em um castigo severo: Deus decretou que a geração que havia saído do Egito, exceto Josué e Calebe, não entraria na Terra Prometida. Eles deveriam vagar pelo deserto por 40 anos, até que toda aquela geração perecesse.


Lições:

O episódio dos espiões é frequentemente interpretado como uma lição sobre fé, confiança em Deus e a consequência da desobediência e falta de fé. A narrativa enfatiza a importância de confiar nas promessas de Deus e no poder da fé para superar obstáculos.

Impacto na Tradição Judaica:

Este evento é lembrado anualmente no calendário judaico no dia 9 de Av (Tishá B'Av), um dia de jejum e lamentação, que também está associado a outras tragédias na história judaica, tais como a destruição dos dois Templos Sagrados em Jerusalém, a expulsão dos judeus da Espanha e outros.

Este episódio destaca o desafio de equilibrar a percepção realista das dificuldades com a fé e a confiança em um poder maior para superá-las.




'ATCHIM !!!' - Por Que Espirramos ?

MEOR HASHABAT SEMANAL - por Gerson Farberas




 Você já se perguntou por que é costume dizer “Saúde!” quando alguém espirra, mas não quando tosse ou qualquer outra manifestação de nossos corpos?

Na verdade, é bastante notável que seja um costume mundial desejar boa saúde ou uma bênção ao ouvir alguém espirrar. Em hebraico a expressão é “labriut – para a sua saúde” e da mesma forma em espanhol é “salud”, “God bless you” em inglês, enquanto em alemão e iídiche é alguma versão de “gezundheit!” Qual a razão deste fenômeno global que envolve o ato de espirrar?

Há uma passagem fascinante no Talmud que está relacionada à porção desta semana da Torá. Na leitura da Torá desta semana encontramos:

“Foi dito a Yossef (José): ‘Seu pai adoeceu’. Ele (foi ver seu pai e) levou consigo seus dois filhos, Menashe e Efraim” (Gênesis 48:1)

O Talmud (Baba Metsia 87a) comenta este versículo e nos ensina um fato intrigante: “Até a época de Yaacov (Jacob) não havia fraqueza ou qualquer debilidade física que precedesse a morte. Yaacov orou por misericórdia Divina e a fraqueza que geralmente precede a morte veio ao mundo”.

Em outras palavras: antes de Yaacov as pessoas morriam repentinamente e sem aviso prévio. Yaacov orou para que o Todo-Poderoso permitisse que eles/elas sentissem que a sua morte estava se aproximando e, portanto, lhes desse a oportunidade de colocar seus negócios em ordem antes de falecerem.

Isto foi particularmente importante para Yaacov porque ele queria reunir seus filhos ao seu redor e dirigir-lhes palavras de despedida quando a sua morte fosse iminente. Uma das razões para isso foi que havia algumas críticas que ele queria fazer a alguns de seus filhos, e ele só queria fazê-las quando estivesse em seu leito de morte (expliquei o motivo disso em colunas anteriores). Na verdade, Moisés aprendeu esta lição com Yaacov e fez o mesmo - esperou até os últimos dias de sua vida para dirigir ao povo judeu suas críticas finais.

É claro que, se não havia enfraquecimento antes da morte, surge a seguinte questão: Antes da época de Yaacov, as pessoas simplesmente morriam repentinamente? Em outras palavras: como era seu processo de morte?

Há um Midrásh (uma antiga coletânea de explicações bíblicas dos tempos talmúdicos) conhecido como “Pirkei D’Rabi Eliezer – Os Capítulos do Rabino Eliezer”. Esta obra, uma coletânea de cerca de 54 capítulos de história que tratam principalmente do Livro do Gênesis, tem pelo menos 1.200 anos e pode até estar próxima de 2.000 anos.

Nele (capítulo 52) encontramos uma elaboração da passagem acima mencionada no Talmud:

“Desde o dia em que o céu e a terra foram criados, ninguém jamais ficou doente; se alguém estivesse na estrada ou no mercado, espirrava e sua alma saia pelas narinas. Até que nosso Patriarca Yaacov orou a D’us sobre isso, dizendo: ‘Senhor de todos os mundos! Não tire a minha alma de mim antes que eu tenha a oportunidade de dar instruções aos meus filhos e à minha casa'. D’us concordou com ele, como diz o versículo: 'Depois desses acontecimentos, foi dito a Yossef: 'Eis que seu pai está doente’. Todos os povos do mundo ouviram falar disso e ficaram surpresos, pois nada parecido havia acontecido desde que o céu e a terra foram criados.”

Assim, conclui o Midrash, desejamos ‘vida’ a quem espirra, uma vez que isso costumava representar o início da morte. 

Curiosamente, existe um reflexo involuntário de fechar os olhos ao espirrar e é um daqueles mistérios científicos que não tem uma resposta realmente conclusiva sobre por que o corpo faz isso. Muitas vezes me perguntei se os dois conceitos estavam relacionados.

Ainda assim, pode-se perguntar por que o espirro foi escolhido como o processo para o início da morte?

Quando D’us criou o ser humano, a Torá afirma: “E D’us formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas a alma da vida; assim, o homem tornou-se uma alma vivente” (Gênesis 2:7). 

À medida que a alma humana entra por nossas narinas, poderíamos nos aventurar a concluir que talvez seja apenas natural que a pessoa devolva a sua alma ao Criador numa inversão deste processo: um espirro. Então Yaacov pediu ao Todo-Poderoso para que o processo de morte fosse prolongado e envolvesse um declínio físico do próprio corpo.

Assim, no Livro do Gênesis encontramos duas versões da mistvá (mandamento) de visitar os enfermos: 1) Quando o Todo-Poderoso foi visitar Abraão após a sua circuncisão e 2) quando Yossef levou seus dois filhos para visitar seu pai Yaacov, que adoeceu antes de sua morte.

Estes dois exemplos de bikur holim – visitar os doentes – têm duas propostas distintas e únicas para cada um. 

No primeiro exemplo, quando o Todo-Poderoso veio visitar Abraão, Ele veio para fortalecer e rejuvenescer o seu espírito, e este é um componente fundamental para que o enfermo seja colocado no caminho de retornar à boa saúde anterior.

Mas há outro exemplo de bikur holim, em que a pessoa está com uma doença terminal e, muito provavelmente, não vai se recuperar. Alguém que visita os enfermos nesta situação tem de estar ciente das questões mais amplas em jogo.

 Essa visita torna-se um reconhecimento do impacto que a pessoa causou neste mundo e do legado que deixa. É por isso que Yossef trouxe seus dois filhos para se encontrarem com seu pai e receberem a bênção final de Yaacov para eles.

Ao cumprir a mitsvá de bikur holim é necessário entender que não se trata simplesmente de aparecer no quarto em que está a pessoa doente. 

É importante considerar por que estamos indo e o que estamos tentando realizar com essa visita. Desta forma podemos realmente ajudar a pessoa que visitamos – e só assim cumprimos devidamente a mitsvá de bikur holim.

Saúde a todos!




Assuntos Principais da Parashá VAIEHI - Beit Hassofer

 



O testamento de Iaacov para Iossef, o filho predileto (47:28-31).

 

Iaacov ganha merecidos dezessete anos de sossego no Egito. Rodeado por sua numerosa família, agora reunida, deleita-se com a proximidade do seu filho predileto Iossef e seus dois netos, que não conhecera desde a infância, Efraim e Menashe. Na idade de 147 Iaacov sabe que seus dias estão terminando e manda chamar Iossef e os netos para prestar testamento e orienta-los sobre seu funeral. Ele sabe que por ser Iossef o governador de todo o Egito, cuidará para que tudo transcorra conforme sua vontade.

Iaacov pede e faz jurar a Iossef que não o sepultará no Egito. Iaacov quer ser sepultado na Mearát Hamachpelá ao lado de Lea, junto a seus antepassados: Adam e Chava, Avraham e Sarah, Itschak e Rivka. Na continuação da narrativa (40:7), Iaacov se desculpa por não ter sepultado Rachel, mãe de Iossef, na Mearát Hamachpelá, insinuando que agiu deste modo por orientação Divina. Rachel, enterrada a caminho de Israel, rogará futuramente por seus filhos desterrados, do lugar de seu sepultamento em Bêt Lechem.

 

A benção de Efraim e Menashe (48:1-22).

 

Iossef apressa-se à presença do pai, depois que um emissário chega com a notícia: Iaacov está prestes a falecer. Iossef se faz acompanhar pelos dois filhos e prostra-se diante da cama de Iaacov. Seu pai lhe conta que o Altíssimo o fez profetizar que um de seus filhos se tornaria em duas tribos. Este mérito foi concedido a Iossef, cujos filhos Efraim e Menashe contariam agora entre as tribos de Israel.

Iaacov pede para abençoar os dois netos e Iossef dirige-se até o pai com Menashe o primogênito à sua direita e Efraim à esquerda. Iaacov cruza as mãos e coloca a direita sobre Efraim e a esquerda sobre Menashe, abençoando-os. Iossef pensa que isto é da idade avançada do pai, que já vê com clareza e se apressa a consertar o engano. Mas Iaacov recusa, explicando Menashe é o primogênito e ele também será abençoado, mas Efraim será maior que ele e por isso merece ser abençoado com sua destra.

 

As bênçãos para os filhos (49:1-28).

 

Iaacov pede para que os outros filhos entrem, ouçam suas palavras e sejam abençoados. Palavras que definirão a essência e função de cada filho, além de palavras proféticas sobre o que aguarda seus descendentes no futuro.  As palavras de Iaacov são intercaladas com reprimendas, na sua maior parte de forma concisa e onde o oculto supera o revelado:

Reuven – primogênito de Iaacov, a ele estava reservada a coroa do sacerdócio, que ficou sendo outorgada a Levi. A impetuosidade minou dele este direito.

Shimon e Levi – Iaacov sublinha em especial a dura característica comum destes dois filhos, que culminou no massacre da população de Shechem e na trama para matar Iossef. Com a finalidade de separá-los, Levi não será mais contado entre as tribos e em seu lugar será adicionado um dos filhos de Iossef.

Iehudá - dotado da capacidade de liderar, é dele que sairá a dinastia monárquica de David, ficando a derradeiro reinado com Mashiach.

Zevulun – seu quinhão de terra será à beira-mar e seus descendentes se ocuparão com o comercio. Seus lucros financiarão o estudo de Tora da tribo de Issachar.

Issachar – esta tribo se dedicará exclusivamente ao estudo da Tora e seus descendentes serão os futuros legisladores de Israel.

Dan – Iaacov profetiza sobre a força do Juiz de Israel Shimshon, descendente de Dan.

Gad – seu nome denota a palavra “Gdud” – batalhão militar. Os descendentes de Gad formarão a linha de frente nas guerras de Israel.

Asher – esta tribo será abençoada com plantios de olivas de qualidade superior, que abastecerão Israel em fartura, com o melhor azeite.

Naftali – herdará o vale de Guinossar será abençoada com frutos de rápido amadurecimento.  

Iossef – o filho predileto e singular será recebe palavras de louvor a granel e bênçãos exclusivas. Em suas palavras, Iaacov lembra o que tramaram os irmãos contra ele e seu sucesso, em especial pelo fato de estar vivendo em exílio no Egito.

Benjamim – é lembrado de forma insinuadora o fato de o Bêt Hamicdash estar localizado em suas terras e de alguns de seus descendentes, como o rei Shaul, Mordechai e Ester se tornar lideres e salvadores de Israel em épocas distintas.

 

Testamento e despedida (49:29-33).

 

Iaacov repete diante dos filhos seu desejo de ser sepultado na Mearát Hamachpelá, onde foram enterrados Adam e Chava, Avraham e Sarah, Itschak e Rivka e nela Iaacov sepultou Lea. Após abençoar e ordenar os filhos, Iaacov juntou os pés e “juntou-se ao seu povo”.

 

Iaacov recebe honrarias de reis (50:1-14).

 

Iossef irrompe em prantos, atira-se sobre o pai e beija-o como forma de despedida. Logo, ordena aos embalsamadores do Egito que preparem o corpo de Iaacov. São decretados no Egito setenta dias de luto como sinal de amor e admiração por Iaacov.

Após receber uma autorização especial do Faraó, Iossef sai à frente dos irmãos em caravana para acompanhar e dar honrarias finais antes do sepultamento de Iaacov. A caravana faz-se acompanhar por cavaleiros e carruagens à terra de Canaã, até a Mearát Hamachpelá, em Hevron. Os habitantes da terra de Canaã e seus reis se impressionaram com a grandiosa caravana que vem do Egito e juntaram-se a ela durante a procissão. Deste modo, Iaacov Avinu teve o mérito de um funeral de reis, do qual fazia por merecer. 

 

Os irmãos temem por vingança (50:15-21).

 

Após a morte de Iaacov os irmãos de Iossef temem que agora que o pai já não está presente, ele se vingará sobre o mal que lhe haviam feito. Foram então de livre vontade a Iossef, jogaram-se aos seus pés e se ofereceram como escravos para se safarem da vingança.

Iossef o Tsadik chora ao ver os irmãos se humilharem diante dele e promete que de sua parte não há ressentimento nem vontade de lhes fazer qualquer mal. Iossef explica que mesmo se tivessem algum pensamento mal no ato de sua venda, ele o aceitou com amor pelo fato da Providência Divina o ter levado ao Egito e deste modo ele poder ter salvo o mundo da fome. Iossef promete aos irmãos que continuará a mantê-los e a zelar por eles como antes.

 

O testamento de Iossef (50:22-26).

 

Iossef ganha o mérito de ver netos e até mesmo bisnetos em vida, chegando aos 110 anos de idade. Antes de sua morte, ordena em seu testamento aos irmãos, numa espécie de profecia, que um dia D-us fará os filhos de Israel subir da terra do Egito. Iossef ordena aos irmãos que digam a seus filhos e os filhos dos seus filhos, que ao chegar a ordem Divina para subirem da terra do Egito, devem levar seus ossos para serem sepultados na Terra de Israel.

 

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